Não há estatísticas oficiais de violência doméstica
contra os
Homens no
país, e os poucos estudos realizados a respeito não têm a devida visibilidade
Diversos
países buscam soluções para a violência conjugal, vez
que
violência não tem sexo, enquanto o Brasil segrega a população
até mesmo na possibilidade de denúncias de
violência doméstica,
não sendo
permitido ao homem ter voz, obrigando-o a conviver
diariamente
com essa invisibilidade.
Historicamente atribuiu-se a mulher o caráter de mansa, serena,
inofensiva e incapaz de praticar crimes, tabu
esse que percorre a
sociedade até o presente. A ausência de
cuidado e observância
nas infrações praticadas por mulheres e
discussões a respeito,
amparam
condutas criminosas.
Culturalmente
aceita-se os atos de violência feminina com
esculpo
de que em geral não são físicas, e caso seja, não são
potencialmente
danosas como as violências oferecidas pelo sexo
masculino.
Com a construção estereotipada da mulher e suas
simbologias, tornou-se intrínseco acreditar na
simpatia e
receptividade
feminina. A simbologia da mulher foi fabricada
baseando-se exclusivamente na capacidade de
gerar vida.
Cesare
Lombroso, pai da criminologia moderna, em seu livro
La
donna delinquente, explicou que a fisiologia da mulher
desde a
sua concepção já demonstra passividade e inércia, vez
que o
óvulo permanece imóvel em relação ao espermatozóide, e
essas características fisiológicas também
seriam características
inerentes a personalidade.
Espinoza,
todavia, completa que “ela é potencialmente amoral,
quer dizer,
enganosa, fria, calculista, sedutora e malévola”.
Lombroso propôs ainda, que no lugar da imposição de
penas
restritivas de liberdade, fosse aplicado penas que
atingissem
a vaidade
feminina, por exemplo, cortar o cabelo ou privar de
acessórios e maquiagens.
Além da
diferença e justificativa fisiológica, Lombroso acreditava
que
características de ordem biológica também influenciavam as
mulheres
á praticas delituosas:
A mulher ficava mais suscetível a práticas criminosas quando
influenciada por elementos biológicos, tais
como a puberdade, a
menstruação, a menopausa, o parto, uma vez
que, no período
desses acontecimentos, ela se mostrava mais
irritada, instável,
agressiva e psicologicamente abalada.
(LOMBROSO,
apud SOHIET, 1989)
Lombroso
contribuiu para a formação equivocada de criminalidade
feminil como numericamente inferior a
praticada pelos homens,
atrelando-a também a concepção materna e
biológica.
O
resultado desse tratamento foi a inserção no seio da sociedade
do conceito de “criminalidade feminina”, que
explica toda a
delinquência
praticada pelas mulheres como passionalidade,
revolta ou emoção, todavia, hoje se verifica
que além de ciúmes,
traições,
maus tratos anteriormente sofridos ou proteção da prole,
as
mulheres cometem delitos contra vizinhos, amigas, colegas
de
trabalho e qualquer outra pessoa conhecida ou não, que
possam
ter se desentendido, e agem por vingança, por vezes
de modo premeditado.
Só lhes
são atribuídos os crimes relacionados aos atributos de
ordem biológica que influenciam uma ação
delituosa típica na
mulher: o
aborto, procurado indistintamente por qualquer mulher e
ocasionado por vários fatores; o infanticídio,
quando a mãe mata
o próprio filho, e o mariticídio, quando a
mulher mata o marido.
(TIRADENTES, 1978 p. 65).
Lombroso,
além da criminalidade feminina, trouxe o conceito de
três grupos de mulheres que não seguiam os
padrões da
normalidade, ocupando-se da prostituição ou
criminalidade.
As
criminosas natas, mais perversas e próximas as características
masculinas; as criminosas por ocasião, que
eram dissimuladas
com
tendências delitivas e no último grupo, as criminosas por paixão,
que agiam
de acordo com suas paixões.
Outro estudioso, Durkeim, realizou uma análise sociológica da
criminalidade
feminina e no final do século XIX observou a
disparidade na justiça entre os sexos e
explicou que a educação
dada ás
mulheres, pelos pais e professores era mais gentil que a
oferecida
aos homens, permitindo ao grupo
feminino um verdadeiro deleite pelo excesso de
cuidado,
numa
espécie de carta branca e escudo para o exagero de
sentimentos,
emoções e reações, inclusive criminosas, o que pode
ser
observado com frequência até os dias atuais.
A gente
vê que muitas delas têm uma frieza, até mesmo assim,
muitas vezes elas usam os filhos pra poder as
pessoas ter pena
delas. “Coitada, tá presa, Os filhos e tudo…”
Aí quando chega lá
fora não
querem saber dos filhos do mesmo jeito. Por exemplo:
você vê
que fica assim horrorizada, não que elas não tenham
sentimento,
têm. Mas elas usam aqueles sentimentos dela…
eu acho
que ela usa muito mais a questão sentimental pra fazer
um escudo
pra ela. – Agente de pastoral carcerária.
(ALMEIRA,
2001, p. 74)
Além da
possibilidade livre para exageros emocionais e reações
descontroladas
explicadas pelo estudioso, Durkeim trouxe com
clareza
que as mulheres cometem delito, porém o seu público, ou
vítimas
tem perfil mais especifico e silencioso, crianças e velhos, e
a
facilidade para ocultar tais crimes se dá pelo fato de ocorrerem no
âmbito
familiar e privado.
Ao longo da história criou-se privilégios de sexo,
também
denominado
por Colette Parent, de “proteção cavalheiresca”,
que deve ser
superada, pois esses privilégios criam
responsabilidades penais discriminatórias e
impactos no
aumento da
violência no país,
mesmo que as
repercussões sejam omitidas e manipuladas.
O stress diário decorrente de humilhações e
agressões
psicológicas e verbais, aliado a automedicação ou
consumo
exacerbado
de substancias prejudiciais ao organismo,
potencializam o desequilíbrio emocional do homem.
O silencio social retira a fala da vítima, que é
obrigada a
permanecer calada, por vergonha dos amigos,
familiares e até
mesmo de profissionais da saúde. Um ciclo que
parece não ter
fim e que fragiliza o agredido a ponto de ver o
suicídio como
única esperança
de se libertar.
O suicídio em diversos casos é uma surpresa para
todos a
sua volta, ou não chega sequer a ser cogitado,
afinal, como
pode um homem bem-sucedido, casado e as vezes com filho,
retirar a própria vida num acidente de trânsito, ou
meio a
misturas equivocadas de medicamentos? O tabu da
violência
sofrida pelos homens nas relações conjugais é tão
dominante,
que nem mesmo a morte é capaz de quebrar o seu
silêncio.
O Centro
Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde
Jorge Careli (Claves) da Fundação Oswaldo
Cruz, no Rio de Janeiro,
realizou um estudo sobre agressões no namoro
com 3.200 estudantes
de 104
escolas públicas e particulares, em 10 estados, e revela que
9 em cada
10 adolescentes praticam ou sofrem violência no namoro;
30% das meninas agridem fisicamente o namorado
(tapa, puxar
cabelo,
empurrar, desferir soco e chute); 17% dos meninos agridem.
Um dos
primeiros estudos que investigou os abusos sexuais cometidos por mulheres
contra os homens, foi realizado no Reino Unido em 2017, com 200 homens. O
resultado
mostrou que 80% dos homens nunca contou o
ocorrido e 74,5%
não
procurou qualquer tipo de apoio.
Segundo a autora da pesquisa, 20,9% dos homens relataram
consequências
emocionais negativas. O fundador da Survivor
Manchester, organização de apoio à homens
vítimas de violência
sexual,
disse:
É um estudo revolucionário feito pela
doutora Weare. Eu fiquei
muito contente de apoiar a pesquisa, porque ela
traz luz à um dos
últimos
tabus na sociedade: homens vítimas de mulheres.
Temos de romper o silêncio e deixar os homens
saberem
que estamos aqui para ouvi-los e apoiá-los.
Diante da
ausência de dados oficiais no Brasil sobre a violência
conjugal
contra os homens, realizou-se um questionário no
googleforms,
e disponibilizado em redes sociais
(páginas e grupos do facebook), para o público
masculino
responder, com a participação de 833 homens,
entre o dia
14/04/2018 e 24/04/2018
Entre as perguntas:
1. Já sofreu algum tipo de violência nas relações intimas de afeto?
63,6% sim
(521 pessoas); 15,6% talvez (128 pessoas) e 20,8% não
(170 pessoas)
2. Justifica tudo o que faz, e quando se esquece ou não tem tempo,
ocorrem
brigas? (ou já passou por isso em algum relacionamento?)
78,6% sim
(629) e 23,3% não (190)
3. Não pode estar com amigos ou sua família
porque ela tem ciúmes?
(ou já passou por isso em algum
relacionamento?) 63% sim (516) e
37% não
(303)
4. A mesma mulher praticou mais de uma dessas condutas e
em
momentos diversos? 81,4% sim (667) e 18,6% não (152)
5. Pode relatar o que sentiu após a violência sofrida, praticada ou
retribuída? Recebi só no espaço aberto do
questionário 464 relatos,
além de
outros em redes sociais.
Por meio
do questionário verificou-se que os próprios homens não
sabem
identificar a violência afetiva – na primeira pergunta
63,6%
(521) disse que sofreu violência afetiva, já ao final do
questionário o número elevou-se para 75,3%
(615) – e que um
grande percentual naturaliza como
comportamento feminino a
invasão de privacidade, perseguição, posse,
tapas, ser atingido por
objetos e destituído de contato com a própria
família, amigos e
lazer
individual.
Omitir-se
à frente de injustiças, também é praticá-las! E hoje,
infelizmente
muitos lares cristãos se corromperam e tais violências
ocorrem
embaixo do teto de mulheres que deviam agir com sabedoria
e modéstia, pois foram ensinadas á mansidão,
sensatez e o amor.
Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as
próprias
mãos. – Provérbios 14:01
A mulher
que violenta o esposo, em sua grande maioria
psicologicamente, desequilibra emocionalmente
o marido, e pai
dos seus
filhos, colocando em risco a saúde mental e
consequentemente a disposição para o trabalho e
vida financeira
da
família. Além da violência doméstica ser criminosa, é um ato
contrário
ao bom senso e à inteligência.
A mulher
em quem não se pode confiar é uma podridão para os
ossos do homem, uma dor dedente e uma distensão
no tornozelo
–
Provérbios 12:4; 25:19
Não seja essa mulher, nem quem apoie a violência ou ridicularize
o
sofrimento do homem, que é vítima.