Formada em Moda, ela ouviu de funcionário público de Joinville que não havia 'nada para a limpeza' ao consultar vagas de emprego
Vítima é militante da causa negra há 30 anos.Depois que Pandora da
Luz, de 47 anos, denunciou ter sofrido preconceito de um funcionário no Centro Público de
Atendimento ao Trabalhador (Cepat) em Joinville (SC),
Ela reúne forças para
o embate judicial contra o agressor, mas afirma ainda não ter certeza se
conseguirá voltar a estudar no local.
"Não sei se tenho condições. Não quero passar por
outras abordagens, pré-julgamentos. Eu não acho que não
consigo olhar para aquelas pessoas novamente. E acho
muito constrangedor fazer minha palavra contra a do
outro", disse Pandora, que é militante da causa negra há 30 anos
e fundadora da União de Negros pela Igualdade (Unegro).
Em boletim de ocorrência, ela denunciou que enquanto
olhava, por curiosidade, uma lista de oportunidades de emprego em um
balcão de atendimento do Cepat, um funcionário do local disse a ela,
mesmo sem ter sido questionado: "não tem nada para a limpeza",
"não tem nada para a cozinha" e "também não tem nada
para costureira".
"Eu não acho essas profissões desqualificadoras. São honestas,
honradas. Mas eu tenho outra qualificação. Eu ando buscando para lecionar",
disse a ativista.
Pandora faz curso de macramê no
Cepat. Ela é formada em Design de Moda e Vestuário e trabalha como autônoma.
Funcionário voltou a procurá-la
"Uma semana depois, quando voltei
para aula, ele [funcionário] chegou a ir até a minha sala de aula. Foi
até a minha carteira [mesa] e disse:
'quem foi que discriminou você aqui?”‘“, conta Pandora.
Segundo ela, quando reafirmou que
ele teria
cometido o preconceito, o servidor
público pediu desculpas mas a vítima falou que não bastava.
"Depois que a dor foi criada, não tem desculpa. Ele deu as
costas e eu falei que iria acionar um advogado. Ele riu,
gargalhou. Decidi ir em frente porque essas coisas não podem
continuar", reforçou Pandora.
Retirado do link :
Nenhum comentário:
Postar um comentário