segunda-feira, 6 de maio de 2019

Brasil é o 11º no ranking de abuso e exploração sexual infantil, revela relatório mundial


  Além do ranking, o estudo britânico mostra como os países estão protegendo suas crianças e revela que as ações para isso
 não dependem da quantidade de recursos

                
     O abuso e a exploração sexual de crianças são temas preocupantes 
no mundo inteiro. A novidade, dessa vez, é o relatório Out of the
Shadows, públicado há poucos dias pela revista britânica 
The Economist. Ele revela como 40 países, que cobrem 70% da
 população global com menos de 19 anos de idade, estão enfrentando
 o problema.

Criado com orientação de um painel internacional de especialistas,
 o estudo abrange, por exemplo, casamento infantil, saúde reprodutiva
 e sexual, diferenças de gênero, aplicação da lei, assim como o abuso
 sexual infantil online que, com a expansão da internet, colocou mais
crianças em risco.

O relatório avalia o ambiente, em itens como a segurança; as leis de
 proteção às crianças; compromisso e capacidade dos governos; e
 o engajamento do setor privado, da sociedade civil e da mídia.
Desta forma, a nota é composta por 34 indicadores e 132
subindicadores. Quanto maior a pontuação, maior a probabilidade de
 as crianças serem protegidas.

Porém, o estudo não acredita que os melhores desempenhos
estejam associados à riqueza ou população de um país, mas à
 pontuação no Índice de Democracia da Economist. Segundo o
relatório, "o estigma e a falta de uma discussão aberta sobre o
sexo, direitos das crianças e gênero" podem prejudicar a capacidade
de um país de proteger suas crianças. Até por que, historicamente,
 os casos envolvendo menores são encobertos por omissões, tabus
e pelo fato da maior parte dos abusos serem cometidos por
pessoas  próximas as vítimas.
Revelações do Out of the Shadows 

O estudo mostra que os dez países que ocupam o topo do ranking
de combate ao abuso sexual infantil e exploração, estão entre os
 mais ricos do mundo. No entanto, apenas três deles — Reino Unido,
 Suécia e Canadá — receberam uma pontuação acima de 75
(em uma escala de 100 pontos).
Ele explica que a política do governo do Reino Unido para proteger
as crianças é particularmente bem desenvolvida, e o país tem um
 alto nível de envolvimento da indústria, da sociedade civil e da mídia.
 O ambiente geral da Suécia para crianças e sua estrutura legal
são muito fortes, assim como no Canadá. 

Na outra ponta, os
últimos colocados são Moçambique, Egito e o Paquistão, com
apenas 28,3 pontos.
Já o Brasil é o 11º melhor colocado, com 62,4 pontos, ficando
 abaixo da Austrália, Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, 
Itália, França e Japão. O país está acima da média do grupo,
que é de 55,4 pontos.

Entre os principais destaques, segundo o estudo, estão as leis de
 proteção as crianças, assim como o envolvimento do setor privado,
da sociedade civil e da mídia.
Por outro lado, as limitações brasileiras estão na falta de programas
 de prevenção para abusadores em potencial, assim como na coleta
e divulgação de dados sobre violência sexual contra crianças.
No entanto, esse último não é exclusividade do Brasil, já que
apenas metade dos países analisados coletam dados de prevalência
 sobre abuso sexual infantil e apenas cinco coletam esses dados
em exploração sexual infantil.

Outro ponto destacado pelo relatório: meninos são negligenciados.
 Pouco mais da metade, ou seja, 21 dos 40 países não tem proteção
 legal para os meninos dentro de suas leis de estupro contra crianças.
 Além disso, apenas 18 coletam dados de prevalência sobre abuso
sexual de meninos. O estudo orienta que as iniciativas para combater
 o abuso de crianças devem ter em conta diferenças de gênero,
 mas sem que isto deixe qualquer segmento esquecido.

Muito trabalho pela frente

Nas últimas décadas, os riscos aumentaram consideravelmente
com a expansão da banda larga e mobilidade das comunicações,
 tornando mais fácil para os infratores encontrar e atrair crianças.
Mas, de acordo com o relatório, a nível global, as leis de proteção
as crianças são bem desenvolvidas. "É proibida a prostituição de
menores do gênero feminino em todos os países, com exceção de
 um, assim como a produção ou reprodução de imagens de atividades
 sexuais envolvendo menores.

 Mas lacunas notáveis permanecem na
 legislação para abusos sexuais: engajar-se em atividade sexual na
frente de uma criança é proibido em 19 dos 40 países, enquanto leis
que proíbem explicitamente o toque sexual em menores existem em
 pouco mais da metade dos países", revela o estudo.

Ainda segundo o relatório, o abuso e exploração infantil tem
 sérias consequências emocionais e de saúde, por isso, é
fundamental combater esse tipo de violência. Lembrando
 que discutir e implementar ações é perfeitamente possível
 mesmo quando os recursos são limitados.

 Retirado do Link:
https://revistacrescer.globo.com/Voce-precisa-saber/noticia/2019/01/brasil-e-o-11-no-ranking-de-abuso-e-exploracao-sexual-infantil-revela-relatorio-mundial.html

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