segunda-feira, 6 de maio de 2019

A depressão é um “Câncer na Alma”, mas ninguém se compadece


   Se eu disser que fui diagnosticada com câncer no fígado,
por exemplo, todos se compadecerão de mim. Muitos
se colocarão à minha disposição para fazerem algo por mim
para que eu me sinta melhor. Mas se eu disser que fui
diagnosticada com Depressão Recorrente Grave, a maioria dirá
que é frescura, falta de Deus, falta de ocupação, que é fraqueza
de espírito… que preciso sair dessa e enfrentar a vida com
 coragem


                  
 O que as pessoas ignoram, é que a saúde mental é tão carente de
 cuidados quanto é a saúde do corpo. Nosso cérebro, nossa mente e
nossas emoções adoecem sim, e uma vez diagnosticado um
 transtorno mental é preciso urgentemente da ajuda de um profissional
 na busca da cura, pois a depressão grave é um risco iminente de
suicídio.

No Brasil, cerca de 11 milhões de pessoas foram diagnósticas com
 depressão, quase 6% da população. É o número 1 com maior
prevalência da doença na América Latina, o 2 nas Américas, ficando
atrás apenas dos estados unidos.

Além da dor psíquica debilitante causada pela depressão, a
doença ainda aumenta o risco de desenvolver vícios, comportamentos
 suicidas, diabetes e doenças cardíacas. A saúde mental precisa
 urgentemente ser reconhecida como umas das prioridades nas
políticas públicas. Em muitos países, programas de prevenção do
 suicídio passaram a fazer parte das políticas de saúde pública.

 Na Inglaterra, o número de mortes por suicídio está caindo em
consequência um amplo programa de tratamento de depressão.
 Reduzir o suicídio é um desafio coletivo que precisa ser colocado
 em debate. A indiferença, a omissão, o silêncio, não podem ser
nossas respostas. Fazer nada é a pior decisão que podemos tomar
sobre qualquer assunto.
Como saber se estou com depressão?A depressão é na realidade
uma ampla família de doenças, por isso denominada Síndrome.
Há uma série de evidências que mostram alterações químicas
 no cérebro do indivíduo deprimido, principalmente com relação aos
neurotransmissores.

Sendo assim, depressão é a Sindrome
Amotivacional: uma falta de sentido para tudo. Mas é preciso
 diferenciar tristeza passageira de depressão. É muito comum dizer
que alguém está meio “deprê” e por isso não quer sair de casa:
fulano anda depressivo depois que terminou o namoro…

Entretanto, a depressão é um transtorno mental grave com risco
 iminente de suicídio, e precisa ser visto como um problema de saúde
 pública.

Dentre sintomas recorrente da depressão, e enfatizo “recorrente”,
 estão:ou a pessoa tem insônia ou dorme demais;
a pessoa não tem apetite nem mesmo para as coisas que mais
gosta de comer: se ama mouse de limão, nem mesmo mouse de
 limão vai lhe motivar a comer;

a pessoa vivencia em si um sofrimento intenso do qual ela não
sabe a origem;
ela sente uma espécie de angustia, uma sensação de que o
 coração está sendo esmagado ou está inflado constantemente;

ela tem vontade de chorar a qualquer momento, como se coisa
alguma fizesse sentido para ela, não nunca está mental e
 emocionalmente onde o seu corpo está;

ela experiencia um desânimo inexplicável, o corpo não, a mente,
 o coração são todos cansaço, por mais estimulo que a pessoa
receba, ela permanece apática mesmo tentando não ser e é
 por isso também que a pessoa tem falta de vontade de fazer
 atividades recreativas;
a pessoa começa a sentir confortável somente quando se isola
de tudo e de todos, e é nesse estágio que ela tende a se cortar
 ou se queimar. Em seu íntimo precisa – naquele instante –
um alívio em sua dor psíquica e para isso, opta pela
automutilação.

Fatores que podem aumentar as chances de desenvolver a
depressão:Abuso: Sofrer abuso físico, sexual ou emocional pode
aumentar a vulnerabilidade psicológica, agravando as chances de
 desenvolver a depressão
Medicações específicas: Alguns elementos químicos, como a
 Isotretinoína (usada para tratar a acne), o antiviral interferon alfa,
 e o uso de corticoides, podem aumentar o risco de desenvolver
 depressão.

Conflitos: A depressão em alguém que já tem predisposição genética
para a doença, pode ser resultado de conflitos pessoais ou disputas
 com membros da família e amigos.

Morte ou perda: A tristeza ou luto proveniente da morte ou perda de
 uma pessoa amada, por mais que natural, pode aumentar os riscos
 de desenvolver depressão.

Genética: Um histórico familiar de depressão pode aumentar as
 chances de desenvolver a doença. É de conhecimento científico
que a depressão é complexa, o que significa que podem haver
diversos genes que exercem pequenos efeitos para o surgimento
da doença, ao invés de um único gene que contribui para o quadro
 clínico.

Eventos grandiosos: Eventos negativos como ficar desempregado,
 divorciar-se ou se aposentar podem ser prejudiciais. Porém, até
 mesmo eventos positivos como começar um novo emprego, formar-se ou se casar podem ocasionar a depressão. Entretanto, é importante reiterar que a depressão não é apenas
uma simples resposta frente à momentos estressantes do cotidiano.

Outros problemas pessoais: Problemas como o isolamento,
 causado por doenças mentais, ou por ser expulso da família e de
grupos sociais, também podem contribuir para o surgimento da
depressão.

Doenças graves: Às vezes, a depressão pode coexistir com uma
 grande doença, como por exemplo, o câncer. Ou então, pode
 ser estimulada pelo surgimento de um problema de saúde
Abuso de substâncias: Aproximadamente 30% das pessoas com
vícios em substâncias apresentam depressão clínica ou profunda.

O que fazer?Depois que você observou que esses sintomas são
uma constante em sua vida, você precisa de ajuda. Você até pode
sair de uma depressão sozinho, mas isso depende muito de seu
nível de força mental. Sozinho você pode correr, nadar, dançar,
pintar, escrever, cantar, tocar um instrumento, lutar, fazer musculação,
 Yoga, meditação… tudo isso pode fazer o seu cérebro produzir
oxitocina, serotonina, adrenalina… hormônios fundamentais para
que se sinta feliz, energizado e cheio de amor para ofertar.

Mas se você não conseguir fazer nada disso, não conseguir se mover
 sozinho em direção a sua autocura, não se isole na dor, busque
ajuda.
Procure um profissional da psicologia ou psiquiatria. Eles farão o
 diagnóstico corretamente e apontarão os caminhos a seguir.
Mas tenha em si mesmo que a opção medicamentosa seja a
 última das suas opções. Somente recorra a ela quando todas as
outras tiverem falhado. Uma observação importante é que somente
um psiquiatra pode prescrever antidepressivos.

 Atualmente tornou-se muito comum, os clínicos gerais, os
neurologistas, os endócrinos e etc, passarem “calmantes”
para seus pacientes. Isso é errado. Repito, a depressão é um
 transtorno mental grave que deve ser tratado por um profissional
que passou anos estudando para isso. Somente ele poderá
diagnosticar corretamente e dizer se você precisa de medicamentos
ou não. Não vamos enriquecer a indústria farmacêutica tomando
antidepressivos que causam dependência só porque o neurologista
 disse que precisamos dormir melhor para amenizar a dor.

Se ame acima de tudo. Ouça a voz interior que clama por socorro
e aceite ser ajudado. É lindo o despertar para cura, para o desejo
 de ser curado. Abrace a sua dor psíquica, cuide dela, leve-a
para ser amparada, cuidada, sarada. A culpa por estar doente das
 emoções não é sua. 

Você não merece esse “câncer” em sua alma.
 Você merece compreender que o seu cérebro passa por
transformações terríveis ao longo da vida e você não pode controlar
isso. O que você pode fazer, repito, é abraçar a sua dor e cuidar
dela até que você consiga viver sem a constante presença dela.
 Até que a ausência dela lhe seja libertador.

Em suma, lembre-se do que nos ensinou Carl Jung, “o sofrimento
 precisa ser superado, e o único meio de superá-lo é suportando-o”.

   Retirado do Link:
https://www.sabervivermais.com/a-depressao-e-um-cancer-na-alma-mas-ninguem-se-compadece/

Nenhum comentário:

Postar um comentário