Gabriel De Lucca é jornalista criador do projetobollying e também autor
responsável pelos textos
dessa coluna .
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COMIGO
perfis,crônicas e outros textos que
envolve superação ,experiências pessoais e bullying
Aliança
Eterna: ensinos que a minha amiga Cidinha me
deixou
Escrito por Gabriel De Lucca
Hoje venho falar para vocês uma historia de amizade,
amor, carinho e cumplicidade, nunca antes vista na minha vida, algo que nem a
passagem tempo fará esquecer. Tudo começa em 2016 quando eu conheço uma pessoa,
que mal sabia eu que mudaria a minha vida totalmente.
Ela se chama Maria Aparecida (que todo mundo chama
carinhosamente de Cidinha), a conheci na igreja IBEC (Igreja Bíblica da
comunhão) e comecei a freqüentar a sua casa, logo depois do carnaval daquele
ano, já que ela liderava uma célula (que é uma reunião em grupo para estudar a
palavra de Deus,no caso dela ,
era todas
as terças feiras as 18:30).
Logo de cara aprendi que líder de célula não é aquele
que tem mais conhecimento bíblico para ensinar, as vezes ate pode ajudar,mas o
fundamental é ter disponibilidade de abrir a casa para estranhos toda semana ,ter amor pelas pessoas ,independente de seus defeitos e
qualidades,ter temor a Deus (que basicamente significa ,se colocar no centro da
vontade de Deus e deixar que Ele cuide de todas as áreas da nossa vida .).
mas principalmente
ter humildade e estar aberto a opiniões
divergentes sobre a palavra de Deus e também outros assuntos sabendo que todo mundo que estava na reunião
tinha algo para ensinar e aprender.Isto foi algumas das coisas que ela me
ensinou,muitas vezes ,eu erro mas continuo na luta para melhorar cada vez como
ser humano pecador e cheio de defeitos
que sou .
Alem disso me mostrou que muitas vezes precisamos ter tolerância,
saber perdoar e ter compaixão, não julgando os outros por suas falhas, saber à
hora de falar, à hora de se calar. Quando precisar falar saber mesmo tendo que
dar bronca ou ajudando para que a pessoa seja transformada e aja de maneira
diferente em certas situações tudo tem que ser feito com sabedoria e amor.
Quando você aponta para alguém aquilo que a pessoa
precisa modificar para crescer cada vez mais tem que ser feito de forma amorosa,
sabendo a forma de falar com acolhimento, dizendo eu sei que vocês não fazem
aquilo por mal, sei que e seu jeito de agir ,eu te amo,conte comigo, estou aqui
para te ajudar se for do teu desejo.
E claro que para
isto temos ganhar a confiança daquela pessoa em questão ,e só através do tempo
e da convivência que poderemos ter um
bom resultado,e tem vezes que nem assim,porque tem também a questão de empatia
,que não é
algo que temos com todo mundo .
Hoje eu sigo e continuo o legado que ela me deixou para
honrar a memória dela.
Vou retroceder um pouco no tempo antes de continuar a
historia dessa linda amizade, eu como quase 12 anos sendo cristão evangélico e
ter ficado 6 anos em uma igreja ,onde tinha como modelo doutrinário as células
,alias foi onde eu adquiri toda a bagagem de fé que tenho hoje ,eu sempre
amei ajudar as células ,no meu coração sempre soube que era este o meu dom (o
que chamamos na Igreja de chamado ou ministério),que acabei interrompendo por
três anos ,mas nesse tempo não deixei de
fazer o que mais gostava entrei em um ministério por dois anos que fazia
atividades com a terceira idade,amei muito participar de tudo isto e aprendi
muito , mas isto e outra historia .
Quando resolvi freqüentar a minha atual igreja, um dos
motivos foi porque teria célula perto da minha casa, e quando conheci a Cidinha,
logo de cara despertou em mim um sentimento de carinho, amor, uma vontade de
ser amigo, de estar sempre por perto, de cuidar, ela sempre me passou uma
energia tão boa, ela tem um brilho especial
no olhar ,foi empatia a primeira vista .
Isto e raro de acontecer comigo poucas pessoas eu tenho esta ligação tão forte de carinho e
amizade ,sentimento de achar que a pessoa alem de fazer parte da família de
alma,faz parte da família de sangue e de coração .
Deus me deu a oportunidade de aprender muito nessa célula
ao lado da minha amada amiga Cidinha, ela sempre me falava que eu era o líder
junto com ela da célula, porque alem de não faltar em nenhuma reunião, ajudava
arrumar a casa, cuidava e recebia as pessoas junto com ela na casa dela, ligava
para os outros membros para avisar da reunião, ajudava na mensagem que íamos
falar e muitas outras coisas que não tem necessidade de mencionar.
Eu e ela tínhamos uma aliança /uma comunhão de amizade,
parceria, companheirismo, lealdade, fidelidade, confiança e amor.
Não é a toa que o
momento mais importante dentro da Igreja que e a oração da família eu só orava
de mãos dadas com ela ,alias durante estes 4 anos de convivência que tivemos
sentávamos todo domingo para louvar a Deus lado a lado na igreja .para mim é tão
serio isto ,que as únicas pessoas que eu faço questão de fazer a oração da
família de mãos dadas na Igreja, além da Cidinha são a minha família do coração Tânia e
Sergio ,que me acolheram em amor e sento sempre com eles no culto,mas quando
eles não estão por algum motivo ,prefiro orar esta oração eu e Deus.
Ate hoje o cantinho que ela sentava eu não deixo que
ninguém sente la ,será o lugar sempre dela .inclusive a minha bíblia que eu uso
no cotidiano é a que era dela,e ficou para mim .
Lembro da Cidinha todos os dias, uma saudade imensa no
meu coração, tem dias mais fáceis e outros nem tanto. Mas datas como 8 de março
de 2019 que fará 1 ano de sua morte ,sei que será um dia bem difícil para todos
os que tiveram a honra de conviver com ela.
Alias o ano de 2018 passei por um ano muito difícil,um
dos piores que já vivi,comecei a me recuperar um pouco emocionalmente no final
do mês de setembro.
Sabe
aquela pessoa doce, cheia de luz, que sabe acolher como ninguém, amorosa, amiga
fiel para todas as horas, sabia receber as pessoas em sua casa, fora o bom humor,
disposição, alegria de viver e seu sorriso lindo que levava alegria por onde passava.
Uma
grande conselheira que sempre que eu ficava triste ou preocupado, sabia que eu
tinha um lugar e alguém que eu podia recorrer para desabafar que estava sempre
de braços abertos para me acolher em amor sempre que eu precisei.
A
casa dela, mas principalmente ela era um porto seguro onde eu podia me ancorar e
ela também tinha confiança em mim, desabafava
comigo e sabia que ela tem um amigo, um membro da família que ela sabia que
podia contar sempre que precisasse.
Alias nos últimos meses de vida que ela esteve na casa dela,
ia sempre orar, ler a palavra e fazer companhia, no hospital eu também pude
fazer isto.
Eu buscava deixar ela sozinha o menos possível, eu
encontrava com ela pelo menos três vezes por semana, e às vezes ate mais se eu
sentisse que ela precisava de companhia para passear.
Nesses 4 anos
fomos algumas vezes no parque do Água Branca ,fazer exercício,observar a
natureza que Deus criou ,orar,meditar em sua palavra e depois almoçar ,passeios
no shopping Bourbon e West Plaza,pulinho no hospital para fazer exames ,médicos
particulares ,feiras,almoços na minha casa ,passeatas em prol do Brasil e mercado Sonda que íamos muito (alias este
foi o ultimo passeio que tivemos),foram
4 anos muito intensos de muitos momentos especiais que guardo na retina e em
fotos cheia de amor,carinho,amizade e comunhão .
Não consigo nesse momento falar mais nada, vou deixar vocês
com algumas fotos desse tempo especial que tivemos.
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