quarta-feira, 31 de outubro de 2018

ACONTECEU COMIGO: A morte de um Ente Querido e vista de forma diferente em varias Culturas e religiões. Mas o carinho e o ombro amigo é extremamente necessário nesses momentos que a dor da perda são insuportáveis


Gabriel De Lucca é jornalista criador do projetobollying e também
 autor responsável pelos textos dessa coluna .


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                        ACONTECEU COMIGO
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              Morte algo inevitável e intransferível, como podemos                 lidar com esta dor 

                      
        Escrito por Gabriel De Lucca


Tatuagem feita pela minha amiga Patricia Rangel com o tema Festa do dia dos Mortos no México



Nesse mês de novembro se comemora o dia de finados, por isto escolhi trazer um estudo com diversas áreas do conhecimento sobre o tema morte, principalmente como saber como lidar com ela, algo que é  difícil quando acontece com um ente querido nosso, mas infelizmente é um sofrimento inevitável.
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A morte é a única certeza que temos na nossa vida, ela não escolhe classe social, orientação sexual, raça, aspectos físicos, aspectos psicológicos, tribos que estamos inseridos  ,ideologia ,diferentes culturas  e nem tão pouco religião ,ela e universal ,não tem preconceitos e vem para todos .

Só se diferenciam no modo como a encaramos e como a celebramos isto depende da cultura que estamos inseridos e da nossa visão pessoal.

Nos os Ocidentais celebramos a morte como um ritual de passagem com tristeza, luto, respeito, reverencia e dor, e nem gostamos de pensar muito no assunto. Tirando o México (que festeja a morte com alegria, mas isto falaremos ao longo do texto).

Os Orientais celebram a morte como um ritual de passagem com muita festa, alegria, musica e com saudade dos entes queridos, mas olham a morte como um renascimento, purificação e acreditam que seus mortos vivem em outro lugar e em breve estarão desfrutando da companhia deles

Como algumas culturas vêem a morte

Os Gregos

A morte e o seu culto se modificam a partir de quem esta dando as cartas no poder, antigamente só cultuavam as mortes de pessoas ilustres, eles eram chamados de heróis (e só podia se herói quem era combatente em uma guerra )de acordo com a aristocracia guerreira da época .

Segundo o pesquisador Roger Ribeiro da Silva e colaborador do site cpantiguidade.wordpress.com em seu artigo A morte e a religião na Grécia Antiga ,

Aos heróis era destinado à estadia nos Campos Elíseos, local extra mundo vivente, repleto de prazeres, delicias e felicidade. Mesmo se tratando de uma parte do mundo dos mortos grego (Hades), os Elíseos são antagônicos ao Tártaro, local de sofrimento eterno destinado aos ímpios e aos titãs, mas também diferenciado do Hades propriamente dito, onde as almas dos mortos vagam como sopros da imagem de um antigo ser vivente. Contudo os benefícios dos heróis não se encontra somente no pós-morte, seus herdeiros gozam, em vida, do status de seus antepassados heróicos, e através dele legitimam suas estadias no poder.

Contudo não somente ao herói era legado o culto, aos homens comuns também se estendia o culto aos mortos. Comumente as famílias faziam sacrifícios na esperança de uma melhor existência de seus antepassados no reino dos mortos, sacrifícios estes destinados as necessidades e luxo dos mortos, como também, as divindades ligadas à morte.
Como os gregos, os egípcios também tinham uma hierarquia em relação ao culto aos seus mortos, os enterravam com muito luxo e requinte de acordo com a posição social do sujeito. Nos podemos ver isto ate hoje através das famosas pirâmides do Egito ,que são lápides  mumificadas de pessoas ilustres da época.

Eles acreditavam que a morte era um processo onde a alma se desprendia do corpo, o corpo era a morada da alma por isto eles faziam de tudo para que o corpo do seu ente querido fosse preservado intacto, isto se dava através da mumificação.

De acordo  com Rainer Gonçalves Sousa que escreve seus artigos no site mundoeducacao .bol.uol.com.br

A mumificação era realizada por um profissional específico. Após retirar as vísceras, os restos mortais da pessoa eram repousados em uma mistura contendo carbonato de sódio e água. Finalizada a imersão, diversas substâncias e ervas eram introduzidas no corpo para evitar a deterioração dos tecidos. Na etapa final do procedimento, o morto era enfaixado e coberto por uma cola que impedia a contaminação pelo ar.

Terminada a mumificação, o falecido era colocado em um sarcófago posteriormente depositado em um túmulo. Através da análise dos túmulos, estudiosos puderam descobrir qual era a posição ocupada pelos mortos. Os sacerdotes e faraós eram sepultados nas mastabas, construções em formato de trapézio dividido em dois compartimentos, um destinado ao sarcófago e outro que armazenava as oferendas do ritual funerário.


Logo após o falecimento, segundo a crença egípcia, o indivíduo perdia acesso a todos os prazeres e regalias que desfrutava em sua existência terrestre. Para recuperar seus benefícios em sua nova existência, a pessoa – seja qual fosse a sua posição social em vida era conduzida pelo deus Anúbis para se apresentar ao Tribunal de Osíris, local em que sofria uma avaliação de seus erros por outros quarenta e dois seres divinos.

Antes do início do julgamento, era entregue ao falecido o “Livro dos Mortos”, onde obtinha as devidas orientações de seu comportamento durante a sessão a ser realizada. Para que recebesse a aprovação das divindades, era necessário que o julgado não tivesse cometido uma série de infrações, como roubar, matar, cometer adultério, mentir, causar confusões, manter relações homossexuais e escutar as conversas alheias. No ápice do julgamento, Osíris pesava o coração do falecido em uma balança.

Para que a pessoa recebesse aprovação, seu coração deveria ser mais leve que uma pena. Caso contrário, o indivíduo não poderia entrar no Duat, uma espécie de submundo dos mortos, e sua cabeça era devorada por um deus com cabeça de crocodilo. Dessa maneira, a civilização egípcia dedicou uma grande importância a seus mortos e demonstrou por meio destes rituais um instigante traço de sua cultura.

Na Índia é comum que ao morrer o corpo seja levado para a cremação. Os únicos que não são cremados, de acordo com a tradição, são crianças e santos.

Os mortos são levados embrulhados em panos coloridos, sendo carregada no meio da cidade e recebendo mantras sagrados, que se ouvem de longe, sem tristeza e depressão, transmite uma realidade bem diferente da morte.O  corpo leva poucas horas para ser cremado totalmente e as cinzas vão para o rio (Ganges), e então não há mais nada. A vida segue.

O pais mais importante em relação ao tema Morte e seus rituais e o México, que no dia 2 de novembro tem uma festa típica tradicional chamada Dia dos mortos, que celebra a saudade dos entes queridos com alegria, este tema e tão emblemático e cultural  que e algo que eles exploram culturalmente com muita sabedoria .

Como disse Octavio Paz, o único prêmio Nobel de Literatura mexicano: "Nosso culto à morte é um culto à vida". Estas são as razões pelas quais o México tem uma relação especial com a cultura da morte que fascina o resto do mundo.

1. O Dia dos Mortos tem todos os ingredientes de uma festa (inclusive os mariachis). Nesta data se lembra do morto, mas também do que ele gostava de comer, de beber e a música que escutava. Famílias inteiras vão aos cemitérios com cerveja e comida, que são decoradas com uma flor de outono. Tem até mariachis e trios especializados em ir cantar nas tumbas para animar o ambiente.
2. Um dos símbolos mais conhecidos do país é uma caveira. O artista mexicano José Guadalupe Posada (1852-1913), célebre por suas gravuras, fez da morte um de seus temas recorrentes e a representou como um esqueleto vestido de forma elegante. Assim nasceu La Catrina, uma figura emblemática do Dia dos Mortos mexicano.
3.  A celebração dos mortos está relacionada ao orgulho patriótico. Para o México, um país que compartilha uma extensa fronteira com os Estados Unidos, a rivalidade entre o Dia dos Mortos e o Halloween é tema de debate nacional. Ainda que, pouco a pouco, a celebração anglo-saxã tenha se expandido.
4.  As crianças estão familiarizadas com o tema. Por isso há até desenhos animados que explicam o Dia dos Mortos. Elas também recebem um presente por esta data, chamado de calaverita (caveirinha).
5.  Há doces com motivos fúnebres. O pão do morto é um pão doce decorado com figuras de ossos e polvilhado com açúcar mascavo que, tradicionalmente, remete ao sangue. Também há caveirinhas de açúcar: pequenos crânios feitos de doce.
6.  Existem vários termos para se referir a Ela: Ossuda, Esquelética, Ceifadora, Dama de Preto, Santa Morte, Noiva Fiel e muitos outros.
7.   Os mortos são expostos em um museu. Guanajuato, uma das cidades mais bonitas do país, era uma região mineradora riquíssima durante o vice-reinado. Seu subsolo, rico em nitratos e alume, fez com que os restos das pessoas enterradas ali se mumificassem. Os corpos, exumados entre 1865 e 1989, podem ser observados no Museu das Múmias, que se tornou uma das principais atrações turísticas da cidade.Museu das múmias de Guanajuato.
8.   
Escrevem-se versos predizendo a morte dos outros. São as chamadas caveirinhas literárias: pequenos poemas irônicos e satíricos dedicados a uma pessoa viva – especialmente a políticos – que tratam de seu inevitável encontro com a morte.

9. Há milhares de rituais para recordar os defuntos (como desenterrá-los)
Desde as mais simples – fazer um altar com flores e fotos do falecido – às mais inusitadas: no cemitério de Pomuch, uma região maia, os corpos são exumados e os ossos passam por uma limpeza a cada 2 de novembro.

10. O culto à Santa Morte é quase uma religião. Até o Vaticano está tentando se levantar diante da fé professada por milhares de pessoas, especialmente nos bairros mais violentos, como Tepito. A santa é representada por um esqueleto vestido com uma túnica como se fosse uma virgem, e os fiéis rezam e acendem velas para ela. 

                                      

                   Existe merchandising. Como pendurar um crucifixo no pescoço ou vestir uma camisa do Ramones. Há pingentes, correntes, brincos, mochilas. Mas com a Santa Morte.
A morte é ridicularizada em charges, caveiras de açúcar
com nomes, pão dos mortos, músicas, bebidas alcoólicas, comidas, incenso, velas, flores, bandeirinhas de papel colorido que decoram ruas e cemitérios para celebrar a vida que invade a morte, entre muitas outras formas

Segundo o site prezi.com o ritual de culto a morte no México se da dessa forma: O Altar no
1º degrau contém a imagem do santo no qual o morto era devoto. 2º degrau representa o purgatório, onde o morto receberá a permissão para sair, caso ali se encontre. 3º degrau se coloca o sal, que simboliza a purificação do espírito pelas crianças do purgatório. 4º degrau
é onde fica o pão dos mortos, para ser oferecido como alimento para os que ali transitam. 5º degrau
se coloca os alimentos e frutas preferidas do morto. 
6º degrau é onde ficam as fotografias dos falecidos.
7º degrau se coloca uma cruz formada por sementes ou frutas, papel picado, velas, água, flores, pão dos mortos.

Objetos pessoais colocados em um quarto, sobre uma mesa, o qual pode conter sete níveis, onde cada nível representa uma etapa da existência. Ao todo, existem sete níveis.
Cada um dos degraus é forrado de tecido negro e branco e tem um significado diferente. 

                      
                             Nos Estados Unidos, existe uma festa super tradicional de culto aos mortos que se chama Halloween.
O que é Halloween:
Halloween, ou Dia das Bruxas, é uma celebração popular de culto aos mortos comemorada anualmente no dia 31 de outubro.
O termo tem origem na expressão em inglês “All Hallow’s Eve” (Véspera de Todos os Santos), pois é comemorado um dia antes do feriado de 01 de novembro.

A cultura de celebração do Halloween é muito forte em países de língua anglo-saxônica, sobretudo nos Estados Unidos. Com o tempo, o feriado ganhou popularidade e hoje é comemorado, ainda que em menor escala, em grande parte do mundo.
A tradição do Halloween foi levada pelos irlandeses aos Estados Unidos, onde a data é considerada feriado.
Origem do Halloween

Acredita-se que a maioria das tradições de Halloween tenham se originado nos antigos festivais celtas chamados Samhaim, que marcavam a passagem de ano e a chegada do inverno. Para os celtas, o início do inverno representava a aproximação entre o mundo e o “Outro Mundo”, onde vivem os mortos.

Os celtas acreditavam que no início do inverno os mortos regressavam para visitar suas casas e que assombrações surgiam para amaldiçoar seus animais e suas colheitas. Todos os símbolos que hoje são característicos do Halloween eram formas utilizadas pelos celtas para afastar esses maus espíritos.

Embora de origem pagã, o Halloween recebeu esse nome após ser cristianizado pela Igreja Católica, que passou a defini-lo como véspera do Dia de Todos os Santos.
Símbolos do Halloween

A maioria dos símbolos característicos do Halloween possuem origem nos primórdios da tradição, enquanto outros foram agregados com o tempo. Entre os principais estão:
As cores laranja e preto: O Halloween é associado com as cores laranja e preto, pois o festival do Samhaim era comemorado no início do outono, quando as folhas se tornam laranjas e os dias são mais escuros.

Lanterna de abóbora: a lanterna de abóbora (do inglês Jack o’lantern) tem origem em um conto celta sobre um rapaz que foi proibido de entrar no céu e no inferno e vaga eternamente com sua lanterna em busca de descanso.
A tradição de entalhar abóboras teve início nos Estados Unidos. Antes, os países de origem celta entalhavam nabos e inseriam velas no interior com o objetivo de afastar espíritos
Máscaras e fantasias: os celtas acreditavam que no dia do Samhaim, máscaras e fantasias ajudavam a enganar os espíritos, que não reconheciam os humanos e continuavam vagando pelo mundo sem incomodar.

Atualmente, o Halloween é fortemente marcado por festas à fantasia que geralmente seguem a temática sombria de bruxas, zumbis, esqueletos, etc. No entanto, em países onde a tradição não é tão seguida (a exemplo do Brasil), as festas costumam envolver qualquer tipo de fantasia.
Esqueletos e fantasmas: para os celtas, os mortos assumiam, entre outras formas, a de esqueletos e fantasmas.
Morcegos: os festivais de Samhaim sempre envolviam o uso de fogueiras, que acabavam por atrair morcegos.

Gostosuras e travessuras: do inglês trick or treat, teve origem na Grã-Bretanha, mas foi popularizado nos Estados Unidos nos anos 50. A atividade é voltada para crianças que, fantasiadas, batem de porta em porta perguntando “gostosuras ou travessuras?”. Caso a pessoa não dê algum brinde como doces ou dinheiro, as crianças fazem alguma travessura na sua casa.

Halloween no Brasil
Por influência estadunidense, o Halloween também é comemorado no Brasil no dia 31 de outubro, mas a festa não possui o mesmo significado e valor cultural dos países do hemisfério norte.
Grande parte da tradição de Halloween no Brasil é influenciada por cursos de idioma que promovem a data como forma de inserir os alunos na cultura dos países de língua inglesa.
No Brasil, o Halloween é marcado principalmente por festas à fantasia e por decorações em bares, lanchonetes e outros estabelecimentos, que adotam a temática de monstros, vampiros, bruxas, etc.
                         
                                               

Filosofia estudada a partir do tema morte

                        


              A visão niilista e não niilista da morte


Como dissemos, existem várias correntes que buscam explicar e entender a morte na filosofia, porém, quase todas podem ser agrupadas em dois grupos importantes:
Os niilistas: que acreditam que a morte é o fim completo do homem;
Os não niilistas: que acreditam que a morte não é o fim completo do homem.
O que isso significa? Que, para os filósofos não-niilistas, a morte somente é capaz de aplacar o nosso corpo físico, mas a alma (ou ainda a essência de cada ser humano) permanece, mesmo após a morte. Essa é a filosofia defendida por pensadores importantes como Sócrates e Platão, por exemplo.
Já os niilistas, são conhecidos por terem uma visão mais radical e cética do mundo, englobando também a morte nessa concepção. De acordo com o niilismo existencial, a existência do homem não possui qualquer finalidade ou sentido e, por isso, não devemos procurar um propósito para a nossa existência.

Niilismo ativo e passivo

Os niilistas surgem tentando negar todas as doutrinas religiosas e políticas que interferem na nossa vida e na nossa escolha. Por isso, eles acreditam que nós somos apenas um corpo e, quando morremos, esse corpo deixa de existir. Portanto, a morte é o fim completo.
Apesar disso, existem visões que diferem dentro do próprio niilismo (chamados de niilismo ativo e passivo). Enquanto alguns acreditam que a morte e o sofrimento são inevitáveis e inerentes do ser humano, outros entendem que, por estarmos livres das pressões e dos dogmas religiosos, podemos escolher como viver nossas vidas. Com isso, podemos escolher como entender a morte, a fim de nos preparamos para ela.
No site cemiteriosemmisterio.com.br podemos encontrar as varias  Formas de entender a morte segundo os principais filósofos
Se a morte é tão debatida e trouxe sentimentos contraditórios aos seres humanos durante tanto tempo, é normal que ela esteja presente em vários estudos e teorias, com concepções distintas ao longo do tempo. Veja como entender a morte de acordo com os principais pensadores:

Sócrates

Quando falamos em morte, quase todo mundo tem a mesma visão: da alma imortal que ascende ao céu (ou ao paraíso ou a alguma outra dimensão) e continua viva, mesmo após a nossa morte física. Essa ideia é muito antiga e foi “criada” por Sócrates, sendo um dos motivos para que ele fosse banido e condenado à morte.
Na visão de Sócrates, antes de vivermos nesse mundo, nossa alma vivia no mundo das verdades eternas, cultivando a prática do bem e do belo. Quando no mundo físico, a alma fica perdida, pois passa a ser vinculada a objetos perecíveis.
Porém, quando a alma retorna a si mesma, é capaz de vislumbrar as ideias eternas, puras e imortais que conhecera e, é neste momento, que as angústias passam a desaparecer e atingimos a sabedoria. Por isso a importância do autoconhecimento na visão de Sócrates.

Platão

Para Sócrates, a morte é algo essencial, porque é ela que permite que a alma se dissocie da matéria e alcance o verdadeiro conhecimento, estando livre em sua forma mais pura. A mesma ideia foi amplamente desenvolvida e divulgada por Platão.
Para ambos, devemos entender a morte com racionalidade e serenidade, pois é a positividade do pensamento que nos prepara para a morte. Além do fato de entendermos que ela não cessa a nossa existência, apenas liberta a nossa alma para o conhecimento amplo e livre.

Epicuro

Epicuro foi um dos primeiros filósofos a abordar e tentar entender a morte, mas a sua visão estava atrelada ao hedonismo e à prática de buscarmos os prazeres e a felicidade. Para ele, a morte acontece quando há a desintegração completa dos átomos que passam a ficarem livres para compor outros corpos físicos.
Isso significa que, quando morremos, já não estamos mais em posse dos nossos sentidos, o que nos torna incapazes de sentirmos dor ou qualquer outra emoção e, por isso, não existe o que temer com a morte. Entender a morte como algo desprovido de sentimentos, era uma tentativa de aplacar o sofrimento que pensar sobre a morte pode trazer. Assim, é possível levar a pessoa à felicidade, que era o ápice da sua filosofia e deveria ser o motivo de existência de cada ser humano.

Montaigne

Outro filósofo importante que nos ajuda a entender a morte foi Montaigne. Ao contrário de Epicuro, Sócrates e Platão, Montaigne acreditava que somente a filosofia era capaz de preparar o homem para a morte. Afinal, sem essa preparação, acabamos nos tornando vulneráveis e temerosos.
Na visão do filósofo, a morte é algo inevitável, que não está relacionada a um determinado tempo ou lugar, assim, a função da morte seria nos ensinar a viver. Não importa se você viveu muitos ou poucos anos, o que importa é a forma e a maneira como você aproveitou esse tempo.
Assim, a filosofia teria um papel fundamental em nos ensinar as formas adequadas de vivermos para que não tenhamos medo da morte, já que ela é inevitável. Somente por meio da filosofia poderíamos aprender a aproveitar o tempo que temos em vida.

Schopenhauer

Para Schopenhauer, o medo da morte não era causado devido ao fim da vida, mas sim devido à destruição do nosso organismo. Para ele, os seres davam mais atenção ao corpo do que à sua essência e, por isso, viviam angustiados perante a morte.
Porém, Schopenhauer acreditava que a morte apenas cessava a existência do nosso corpo físico e não da nossa essência, que é justamente a representação da nossa individualidade – algo indestrutível e que não termina com a morte.

Nietzche

Nietzche era conhecido por ter uma visão niilista da morte. Porém, ele defendia que era possível ter duas posturas perante a morte: covarde ou voluntária.
Na morte covarde, essa experiência é vista como um acaso, uma fatalidade. É a falta de longevidade que faz com que o homem pregue o abandono da vida, perdendo a possibilidade de modificar a realidade.
É nesse tipo de postura que surgem os sentimentos como a raiva, a vingança e a repulsa da morte. Já a morte voluntária, é aquela que acontece no tempo certo e para aqueles que aceitam a morte, sem culpa, entendendo-a como um elemento intrínseco da vida humana. Então, um tempo bem vivido resulta em uma morte voluntária.

A psicóloga Clarissa De Franco explica como é possível superar a dor da perda em entrevista ao site personare.com.br


QUAL A IMPORTÂNCIA DE UMA PESSOA VIVER O LUTO PELA PERDA DE ALGUÉM QUERIDO?

Clarissa De Franco: Ter espaço para o luto na vida social, familiar, profissional e em outros campos é mais que um direito de quem perde alguém, é um dever humano que temos uns com os outros. O processo de luto é necessário para a reconstrução do lugar do sujeito que perde alguém. E como todos lidarão com perdas um dia, é importante que se construa um espaço coletivo que legitime o luto como um recurso de saúde não só para o enlutado, mas também para a sociedade. O processo de luto devolve ao enlutado a chance de uma nova história.

NO PROCESSO DE LUTO, BUSCAR APOIO DAS OUTRAS PESSOAS AJUDA A SUPERAR A DOR?

Clarissa De Franco: O luto é essencialmente um processo solitário, assim como é vivenciar qualquer dor. Na verdade, podemos e devemos partilhar sentimentos e pensamentos, mas existe algo muito particular no modo como cada um vive esse momento. Essas circunstâncias de isolamento podem ser realmente necessárias, já que são possibilidades da pessoa entrar em contato com seus sentimentos.
Entretanto, estes momentos devem ser alternados com horas de partilha, até para que a pessoa em luto não perca a referência sobre quem ela é. O luto pode ser tão violento que podem existir momentos de despersonalização, beirando à loucura. E a família e os amigos, por exemplo, trazem referências, ligando a pessoa ao seu mundo e à sua identidade. É importante reconhecer-se no outro, mesmo que só por um instante.
Para trazer conforto a quem sofreu uma perda muito grande, estar perto já é algo importante, respeitando também os momentos em que a pessoa quer estar sozinha. Além disso, são bacanas pequenos gestos de carinho, alguns convites que lembrem a pessoa que ela tem possibilidades de vida a seu dispor.

ALGUMAS TEORIAS ASSEGURAM QUE O LUTO POSSUI CINCO FASES. QUAIS SÃO ELAS E QUE TIPO DE APRENDIZADO EXISTE EM CADA UMA?

Clarissa De Franco: A teoria mais conhecida é de Elizabeth Kubler Ross, que postulou o luto em cinco fases, que não necessariamente ocorrem em sequência. Basicamente essas etapas seriam: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Elas indicam uma evolução da maturidade de lidar com a morte.
Além disso, é importante dizer que o luto é como se fosse uma existência à parte: quando a vida de todos à volta parece continuar, a do enlutado parece estar em outra frequência, como se fosse uma vida paralela. Essas etapas podem ocorrer também diante de outras perdas e frustrações graves, como no divórcio ou em pacientes terminais. Elizabeth Kubler Ross explica os estágios de luto da seguinte forma:
·                 Negar é usar recursos para afastar a realidade que dói. Agir como se nada tivesse acontecido e agarrar-se demais ao trabalho são comportamentos frequentes. O sentimento de vazio e isolamento é comum nesse período.

·               No segundo estágio, da raiva, é comum procurar um responsável pela dor e não aceitar a impotência diante da morte. Ocorre a oscilação entre os sentimentos de raiva e culpa.
  Ou seja, ora a energia da dor é dirigida a um objeto de fora (raiva do médico, do hospital, de alguém que esteja envolvido na morte), e em outros a responsabilidade da dor é autodirigida (“se eu tivesse chegado mais cedo”, “eu deveria ter percebido os sinais”), trazendo culpa. A raiva, nesse caso, pode aparecer de forma extrema, com acessos de ira, violência, sarcasmo, agressividade ou amargura.
·         O terceiro estágio, de barganha, é frequente em processos de doenças terminais, quando a pessoa tenta “barganhar” algo para não perder a vida. Barganhar é tentar negociar com o destino, é ainda achar que ele pode ou poderia ter sido alterado pelo enlutado. É não abrir mão do controle, assim como nas fases anteriores.

·         A depressão é o último estágio antes da aceitação. Quem se deprime sai da condição de controlador do destino e passa a reconhecer as limitações humanas. A tristeza, a desesperança, a perda de sentido e a amargura frequentemente acompanham este momento.
Se a pessoa passa a ter alterações de sono e apetite, se não encontra mais motivações para fazer nenhuma atividade, se chora muito ou permanece apática, se fica amargurada e possui pensamentos negativos que não consegue controlar, enfim…
 O enlutado que estiver em sofrimento pode contar com algum profissional desde o início do luto. Entretanto, se os sintomas permanecerem ou se intensificarem após seis meses da morte, é fundamental esse acompanhamento.
·         A aceitação é o processo que nos torna capazes de ver, tocar, falar sobre a morte e, ao mesmo tempo, deixá-la ir para onde tiver que ir. Aceitar não é não sentir dor ou esquecer a morte, mas é modificar o espaço da dor dentro da pessoa. Ela passa a ser capaz de se lembrar de quem partiu sem amargura, ressaltando os aspectos positivos da relação vivida.

EM SUA OPINIÃO, POR QUE A MORTE É CONSIDERADA UM ASSUNTO TABU, CAPAZ DE ASSUSTAR MUITAS PESSOAS?

Clarissa De Franco: A morte é um tabu porque ela é o maior limite humano. Um psicólogo estudioso do tema, chamado Ernest Becker, afirmou que o ser humano possui uma necessidade vital de ser grandioso. Cada ser humano quer ser notado e reconhecido à sua maneira, e nesse sentido a finitude da vida é inaceitável.
 Por isso, criamos constantemente estratégias de burlar a morte. A juventude e a beleza são valorizadas como ideais de uma sociedade que não se aceita finita. O aumento da expectativa de vida e os avanços na medicina nos fazem crer que sempre teremos recursos para postergar a morte. Além disso, a separação da Igreja e do Estado e a perda do espaço da religião nas esferas públicas faz com que o luto seja empobrecido simbolicamente. Não sabemos o que fazer com a morte. Os rituais de morte tendem a ser rápidos e privativos, e poucas pessoas sabem o que dizer diante de alguém que sofre uma perda. A verdade é que falta uma educação para lidar com a morte, uma vez que ela faz parte da vida. Falta uma educação para lidar com a morte, uma vez que ela faz parte da vida.

PESSOAS QUE TIVERAM PERDAS NA FAMÍLIA DIZEM QUE A SAUDADE DIMINUI, MAS NUNCA PASSA. VOCÊ ACREDITA NESSA AFIRMAÇÃO?

Clarissa De Franco: A saudade não passa, mas sua representação se transforma. Isso quer dizer que no início, diante do impacto da perda, a saudade dói constantemente. Esta dor vai sendo redimensionada e aos poucos a saudade pode ocupar um lugar diferente. O aperto no peito, a angústia e o vazio podem ser substituídos por lembranças que oscilam entre o sentimento de falta e o carinho pela pessoa que se foi.

O ENTERRO DE UMA PESSOA COSTUMA SER DOLOROSO PARA OS QUE FICAM. É NECESSÁRIO PASSAR POR ESSE RITUAL?

Clarissa De Franco: Os rituais de morte são muito importantes para a elaboração do luto. Eles são elementos de despedida que conferem respeito e dignidade à memória do morto. Uma das dificuldades encontradas na atualidade é justamente o empobrecimento dos processos rituais de morte. Isso deixa as pessoas próximas sem referências, ninguém sabe o que fazer e dizer diante da morte. Falta uma espécie de educação para lidar com este momento.

SENDO ASSIM, QUAIS DICAS DE RITUAIS OU AÇÕES VOCÊ DARIA PARA ALIVIAR A DOR DA PERDA DE ALGUÉM QUERIDO?

Clarissa De Franco: Escrever uma carta para a pessoa que morreu, dizendo tudo o que gostaria de ter dito e se despedindo, pode ajudar. Além disso, é bom também procurar lembrar-se do sorriso ou de alguma característica positiva da pessoa e recorrer a essa imagem sempre que estiver mal. Agradecer pelo tempo que passaram juntos e oferecer alguma coisa que foi produzido para essa pessoa, como um desenho ou um poema, também podem ajudar.

E O QUE FAZER COM OBJETOS QUE REMETEM À LEMBRANÇA DA PESSOA QUE SE FOI? É SAUDÁVEL MANTÊ-LOS PRÓXIMOS DE QUEM ESTÁ SOFRENDO PELA PERDA?

Clarissa De Franco: Os objetos fazem parte da memória e, claro, nos ligam ao morto. Por isso, cada um tem seu tempo para fazer uma “despedida” e aceitar que aqueles objetos não precisam mais ocupar lugar para substituir a pessoa que se foi, ou para que ninguém se esqueça de quem foi aquela pessoa. Esta é a verdadeira morte, a morte da consciência e da memória e, por isso, muitos se apegam aos objetos do falecido como forma de manter a memória da pessoa viva. Mas é importante ter um momento de despedida, uma espécie de ritual para tirar da casa os objetos que não são mais utilizados. Ficar com um amuleto que remete à pessoa que se foi pode ser uma alternativa, mas um quarto inteiro sem ser mexido depois de um tempo passa a não ser mais saudável.

ÀS VEZES, MESMO COM O APOIO DA FAMÍLIA E AMIGOS, UMA PESSOA NÃO CONSEGUE SUPERAR UMA GRANDE PERDA. O QUE FAZER NESSES CASOS?

Clarissa De Franco: Os recursos são desde procurar ajuda médica e psicológica, até a busca de atividades que tragam um novo sentido para a vida, como grupos de apoio, esportes, religiões, filosofias de vida, cursos, mudança de casa, viagem, etc. A ideia é reconstruir um sentido.
Segundo a medica Kathryn Mannix, médica britânica pioneira em cuidados paliativos, que dedica sua carreira a tratar pacientes com doenças incuráveis nos últimos estágios de sua vida.

As pessoas falam desse som da morte como se fosse algo terrível, mas esse som, na verdade, me diz que o paciente está tão profundamente relaxado, e em um estado de consciência tão profundo, que sequer a saliva na garganta o incomoda enquanto as bolhas de ar entram e saem dos pulmões'
Essas pessoas estão tão relaxadas que nem se darão ao trabalho de pigarrear, limpando a garganta, então pode ser que a respiração passe por pequenas quantidades de muco ou saliva na parte de trás da garganta.
Isso pode causar um ruído estranho, que muitos chamam de 'estertor da morte' (death rattle, em inglês).
As pessoas falam desse som como se fosse algo terrível, mas esse som, na verdade, me diz que o paciente está tão profundamente relaxado, e em um estado de consciência tão profundo, que sequer a saliva na garganta o incomoda enquanto as bolhas de ar entram e saem dos pulmões.
Então, bem no finzinho da vida, haverá um período de respiração superficial, e uma expiração que não será seguida por uma inspiração.
Às vezes é algo tão suave que os familiares sequer percebem.
Por isso, a morte normal é realmente um processo tranqüilo algo que podemos reconhecer, para o qual podemos nos preparar e algo com o que podemos lidar.
E isso deveria ser algo a ser celebrado. Algo com o que podemos nos consolar uns aos outros.
Mas por muitos considerarem indelicado falar sobre a morte, isso virou, de fato, o segredo mais bem guardado da medicina.
Por isso, em minha opinião, morrer é algo que deveríamos recuperar, algo sobre o que deveríamos falar e nos consolar mutuamente."

A Associação Médica Mundial 1968 definiu o estagio da pessoa indo encontro da morte, por alguns critérios:

 1. Ausência total de resposta cerebral, com perda da consciência. Nos casos de coma irreversível, presença de eletroence­falogramas planos (tendo cada registro a duração mínima de 30 minutos), separados por um intervalo nunca inferior a 24 ho­ras. Esse dado não deve prevalecer para recém-nascidos, ou em situações de hipo­termia induzida artificialmente, de administração de drogas depressivas do sistema nervoso central, de encefalites e de distúrbios metabólicos ou endócrinos.
          
  2. Abolição dos reflexos cefálicos, com hi­potonia muscular e pupilas fixas e indi­ferentes ao estímulo luminoso.
         
   3. Ausência de respiração espontânea por 5 minutos, após hiperventilação com oxigênio 100%, seguida da introdução de um cateter na traquéia, com fluxo de 6 litros de 02 por minuto.
          
  4. Causa do coma conhecida.
        
    5. Estruturas vitais do encéfalo lesadas irreversivelmente.



                  A terapeuta Adriana Thomaz na entrevista sobre publicada na revista Bons Fluidos faz uma analise  do que dizem as religiões sobre a morte e como cada uma delas pode ajudar a superar esse momento.


Budismo
– Vida e morte são uma unidade, não se separam. Tudo, a cada instante, está nascendo e morrendo e logo não há nascimento a ser desejado nem morte a ser rejeitada. Dentro do quadro imenso do universo, os seres estão em movimento e cada um carrega uma personalidade perecível.
O budismo nega o eu eterno. Os seres morrem e renascem abandonando a ideia do que foram. Buda dizia que o corpo morto é uma carroça quebrada e não se deve arrastar uma carroça quebrada, ou seja, devemos nos desapegar dessa forma. O budismo japonês não nega nem afirma categoricamente esse processo.
A vertente tibetana aceita a volta do espírito em outras vidas. Para os discípulos dessa corrente, depois da morte do corpo físico a consciência cumpre 49 etapas em 49 dias, a fim de se reorganizar.
Depois, há o renascimento em algum nível de realidade, seja humano, animal ou inanimado, determinado pelo carma vivido. Se fatos e circunstâncias influenciaram a vida da pessoa, depois da morte continuam a produzir efeitos e conseqüências na trajetória dela.

Os budistas criam alegorias para entender o que acontece depois desse plano cada um terá sua própria experiência. Portanto, cabe aqui uma única recomendação: faça o bem a todos os seres.
Afinal, não há criaturas piores ou melhores. Todos somos interligados, cada espécie com sua função e necessidade no mundo.
Candomblé
– O candomblé compreende diversas vertentes. Respondo pelo candomblé contemporâneo, que agrega conceitos de filosofia, psicologia e tradições orientais. Sob tal perspectiva, se o indivíduo leva uma vida imbuída de verdade, o pós-morte será uma extensão de suas ações, portanto, uma passagem confortável, sem julgamentos. 
Tal passagem pode ser facilitada também pela influência dos orixás, entidades que representam o vento, o mar, a mata e assim por diante e que lhe servem de guias espirituais. Acreditamos no processo evolutivo da reencarnação e na existência de reinos espirituais, para onde se encaminham os mortos, dedicados a cada tradição religiosa.
Essas comunidades interagem, não há fronteiras entre elas. Depois da morte, o tempo é relativo e o espírito pode ser resgatado ou não tudo dependerá de como usou o livre-arbítrio. Quem realiza esse resgate nas comunidades espirituais são os espíritos de luz, como os velhos, os caboclos, os índios, as pombagiras, que recebem quem chega e também transmitem ensinamentos com vistas à evolução.
Depois de sucessivas reencarnações, o espírito pode optar por servir aos homens encarnados como um ser de luz e não mais retornar à Terra. Ainda assim segue trabalhando pelo próprio aprimoramento.
Catolicismo
– O fundamento da fé na ressurreição se encontra no fato de Deus ter ressuscitado seu filho, Jesus. Morrer e ser ressuscitado significa chegar a uma ampliação plena da cognição, de tal maneira que, só na morte, a pessoa tenha a possibilidade de conhecer, com clareza total e absoluta, o significado e as consequências de sua vida vivida, no nível individual, socioestrutural, histórico e cósmico.
Ela própria, junto com Deus e com base nos parâmetros dele, julga sua trajetória, percebendo, em que medida, correspondeu ou não às diretrizes divinas. Tal processo é conhecido por “juízo final”. Na morte, Deus oferece a cada pessoa uma última oportunidade de conversão, momento chamado de “purgatório”.
No entanto, ela pode se negar a aceitar os critérios superiores por Ele estabelecido. Ao agir assim, criaria para si uma situação degradante, o “inferno”. 
Deus quer que todas as pessoas alcancem a plenitude, o “céu”, que significa a comunhão plena e íntima com Ele. Dessa forma, o ser humano fica para sempre amparado no amor divino, numa felicidade total, além de viver em comunhão com seus irmãos e irmãs.
Espiritismo
– De acordo com a doutrina espírita, o espírito é a essência do ser continua vivo depois da morte, que só atinge o corpo. O que encontramos do outro lado reflete o que realizamos na Terra.
É uma consequência justa, baseada no merecimento. Desencarnação é o processo de libertação do espírito. No entanto, este pode ficar apegado a dores, paixões, vícios, materialismo, preocupações.
O desligamento do plano material consome dias, meses ou até anos. Há, inclusive, aqueles que não sabem que desencarnaram. Por isso, é importante termos em vida a compreensão de que haverá continuidade e de que não faremos a travessia sozinhos. O espírito é acompanhado por amigos espirituais e familiares.
Pela sintonia que estabelece por meio de pensamentos e sentimentos, será atraído para comunidades de luz ou para o umbral, espécie de purgatório temporário, onde terá a chance de aprender e se elevar.
Quando estiver preparado, o espírito retornará ao plano físico num novo corpo para quitar dívidas e adquirir créditos. Alguns chegam devendo e voltam ainda mais endividados por causa de orgulho, desequilíbrios e faltas graves. Reencarnamos quantas vezes forem necessárias. Seres de luz podem ascender ao mundo superior e não mais voltar à Terra.
Islamismo
– Os muçulmanos acreditam que todos nascem puros e inocentes, com uma beleza inata e a capacidade de progredir e adquirir conhecimento. No entanto, possuímos o livre-arbítrio.
Ao mesmo tempo em que temos uma tendência natural para o bem, somos livres e capazes de crueldade e injustiça. Sendo assim, quem professa a fé islâmica será responsabilizado por todos os seus pensamentos e ações no Dia do Juízo, quando o mundo será enrolado como um pergaminho e todos serão julgados por Deus.
Aqueles que apresentarem bons atos serão recompensados com o paraíso, os outros irão para o inferno, conceitos puramente metafóricos. A verdadeira natureza do céu e do inferno só é conhecida por Deus.
A crença no Dia do Juízo significa que a morte não é o fim da vida, mas um portal para a vida eterna. Portanto, os muçulmanos percebem o tempo como sendo contínuo, desse mundo para o próximo; e o tempo passado aqui moldará a natureza do tempo eterno.
Em suma, a salvação  neste mundo e na vida depois da morte  está em praticar boas obras e promover tudo o que seja nobre, justo e digno de louvor.
Hinduísmo
– Na Índia, quando uma pessoa morre, seu corpo é levado pelos parentes para o Rio Ganges. Lá ocorre a cremação, num ritual repleto de detalhes. Para os indianos, a pessoa não é o corpo, mas a alma, que parte para outra dimensão.
Por isso, cantam e festejam. Dependendo do mérito conquistado em vida, o espírito passará um período no loka ,uma espécie de céu. Esgotadas as credenciais, tem de retornar à instância física. 

No trajeto, assimila o que necessita vivenciar na próxima estada  o espírito percorre as dimensões mentais e emocionais e vai conhecendo os desafios que terá de enfrentar na vida nova. Nasce, portanto, imbuído da missão que vem cumprir na encarnação atual, resgatando uma parcela dos erros cometidos no decorrer das vidas anteriores.
E regressa para as famílias alinhadas a seu mérito (ou demérito) espiritual, mental e emocional. Almas evoluídas nascem na mais alta casta, a dos brâmanes, representada por sacerdotes e filósofos. O grupo logo abaixo cai na casta dos xátrias, composta de guerreiros e políticos.

As almas menos nobres vão para a casta dos comerciantes, os vaishas, e, por último, para a casta dos trabalhadores, os shudras. Quando a alma atinge um patamar espiritual elevado e consegue finalmente se desapegar do mundo material, mental e emocional, passa a ter um entendimento perfeito das coisas, sem ilusões.

Aí não precisa mais encarnar. A grande maioria dos indianos aceita essa sina plenamente. Entende que está onde está por mérito e, se ascender, passando por todas as instâncias no decorrer de sucessivas encarnações, haverá uma grande ordem social. Do contrário, imperará a desordem.

Judaismo
– O judaísmo prega que todos os mortos serão ressuscitados na Era Messiânica (quando o Messias chegar à Terra). Mas a ideia da reencarnação também está presente nos livros judaicos, embora os rabinos falem muito pouco sobre ela.
Para a cabala – conjunto de princípios espirituais anterior às grandes religiões monoteístas, a alma é imortal. Antes de nascer, assinamos uma espécie de contrato por meio do qual nos comprometemos a enfrentar determinadas situações desafiadoras que podem trazer tristezas e dificuldades, provações que contribuem para nosso aperfeiçoamento.

Quando morremos, revisamos o que fizemos ou não na Terra antes de estar aptos a retornar. Há três níveis de alma que vão pouco a pouco se alojando no corpo. O mais “baixo”, chamado nefesh, entra primeiro; o intermediário, ruach, aos 12 ou 13 anos; e o mais elevado, neshama, aos 20 anos.
Quando a pessoa morre, a neshama leva uma semana para partir, por isso, nesse período, os espelhos da casa são cobertos. Assim, a alma, ainda confusa em relação a seu estado, não corre o risco de levar um choque ao visitar o local. O segundo nível demora até 30 dias para desabitar o corpo.
E o mais baixo até um ano. Enquanto a alma ou partes dela estiverem ligadas ao corpo, não estará pronta para reencarnar, o que pode lhe causar sofrimento. A consciência da pessoa em vida determina seu entendimento na hora da morte. De toda forma, para proteger o ente querido e ajudar a alma a se elevar, demonstrando amor por quem partiu, os familiares entoam uma prece em sua memória, chamada kadish.”


                  Literatura e a morte

O poeta Augusto dos Anjos e considerado o pai da poesia sobre a morte no Brasil dada a obsessão que o poeta nutria pelo tema. Esses elementos podem ser observados no poema Versos Íntimos:
Versos Íntimos

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Carlos Drummond de Andrade em seu poema A UM AUSENTE também fala de morte de uma maneira implícita

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.



                    
Musica e a morte

A Morte Não Marca Hora
Teixeirinha

Alo, alo amigos vamos ser realistas
Sabemos que a morte ela não marca hora
Aqueles que quiserem falar depois da vida
Terá que escrever antes lhe explicando agora
E como eu queria falar depois da morte
Então estou falando que eu já sou outrora
Dizendo adeus amigos meus fãs meus familiares
Meu coração parou já estou indo embora
Televisões e rádios vocês estão ouvindo
Também vê minha foto em todos os jornais
Dizendo que eu morri e é pura verdade
O dono desta voz já não existe mais.

Aqueles que puderem venham em meu velório
Amigos e parentes meu fãs venham também
O último adeus eu quero de vocês
Será o maior presente que eu levo pro além
Será a última noite que eu passo com vocês
Deitado em minha caixa junto aos que eu quero bem
Não e preciso choro sorriam para mim
Responde em meu silêncio, depois o padre vem
Encomendar meu corpo pra Deus lá no infinito
Depois peguem nas alças, carreguem o meu caixão
Me levem por favor pra última morada
Cantando a minha música de gaita e violão.

"Quero que as duplas cantem, em dueto chore os aís
Quero um bom declamador, se não e pedir demais
Quero dois bons trovadores em dez minutos de rima
Enquanto o povo me atira todas as flores por cima
Não ponha- me na parede, quero o túmulo sobre o chão
Meu busto de bronze encima, abraçado ao violão
O busto será mais tarde, fazer a família mande
Marque o lugar que descansa, o cantador do Rio Grande.'

Aqui fica meu corpo minha alma vai pro céu
Pagar os meus pecados se eu fui pecador
Se eu puder voltar espiritualmente
Quero fazer o bem ao povo sofredor
Aonde houver crianças cuidando as estarei
Curando as enfermas amenizando a dor
As que tiverem fome arranjarei o pão
Me ajude a fazer isso meu cristo salvador
Cantores e cantoras também vou proteger
Cantar foi o que eu fiz quando na terra andei
Chame pelo meu nome quem precisar de mim
Se deus me der licença contigo eu estarei.

                          
                               
                
      Fico Assim Sem Você
          Claudinho e Buchecha

  Avião sem asa
  Fogueira sem brasa
  Sou eu assim, sem você
  Futebol sem bola
 Piu-Piu sem Frajola
   Sou eu assim, sem você

  Por que é que tem que ser assim?
   Se o meu desejo não tem fim
    Eu te quero a todo instante
      Nem mil alto-falantes
      Vão poder falar por mim

        Amor sem beijinho
         Buchecha sem Claudinho
         Sou eu assim sem você
        Circo sem palhaço
         Namoro sem abraço
         Sou eu assim sem você

          Tô louco pra te ver chegar
          Tô louco pra te ter nas mãos
           Deitar no teu abraço
            Retomar o pedaço
          Que falta no meu coração

         Eu não existo longe de você
          E a solidão é o meu pior castigo
         Eu conto as horas pra poder te ver
        Mas o relógio tá de mal comigo

        Eu não existo longe de você
        E a solidão é o meu pior castigo
        Eu conto as horas pra poder te ver
        Mas o relógio tá de mal comigo

           Por quê? Por quê?

        Neném sem chupeta
        Romeu sem Julieta
        Sou eu assim, sem você
        Carro sem estrada
       Queijo sem goiabada
       Sou eu assim, sem você
                 Você

     Por que é que tem que ser assim?
     Se o meu desejo não tem fim
    Eu te quero a todo instante
     Nem mil alto-falantes
     Vão poder falar por mim

      Eu não existo longe de você
      E a solidão é o meu pior castigo
     Eu conto as horas pra poder te ver
    Mas o relógio tá de mal comigo

   Eu não existo longe de você
  E a solidão é o meu pior castigo
  Eu conto as horas pra poder te ver
   Mas o relógio tá de mal comigo
      Por quê? Por quê?

                                          

                         Cinema e a Morte
                                     
                        Minha vida sem mim
Lançado em 2003 e produzido por Pedro Almodóvar e seu irmão, esse filme nos ajuda a refletir sobre as clássicas questões 
que envolvem a morte e a maneiras de lidar com ela. Na 
história, conhecemos Ann, uma mulher de apenas 23 anos, 
casada com Don e mãe de duas filhas.
Ela descobre que está com câncer de ovário e que a doença
 já se alastrou para outros órgãos e, por isso, não existe 
tratamento. Atordoada com a notícia, Ann decide não contá-la 
a sua família e cria uma lista de coisas para fazer antes de
 morrer, como dormir e se apaixonar por outro homem, deixar 
uma mensagem para suas filhas e encontrar uma nova mulher 
para seu marido.
O longa, embora traga uma temática bastante comum nos filmes sobre morte, inova ao colocar a protagonista em uma maratona bastante egocêntrica, tentando passar uma mensagem de que se colocar em primeiro lugar, nesse caso, pode ser uma coisa boa.

                              
                                      A partida

Ganhador do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2009,
 “A Partida”, de Yojiro Takita, ajuda seus espectadores a refletirem
 sobre perdas, reencontros, morte, renascimento e a passagem da
 vida. Para isso, somos apresentados ao violoncelista Daigo 
Kobayashi, que se vê desempregado quando a orquestra em que toca é dissolvida.
Sem esperança para pagar o instrumento novo que acabara de comprar, ele decide retornar a sua cidade natal e lá, encontrar um novo emprego capaz de sustentar a sua família. Então, ele se instala na casa da sua mãe que acabara de falecer, mas não está totalmente pronto para desistir dos seus sonhos.

Daigo encontra um novo serviço em uma funerária, preparando cadáveres para serem colocados nos caixões e, por mais que seja uma atividade que o incomode bastante, ele começa a confrontar seus sentimentos reprimidos.
                                    
                                  
                     Ensina-me a viver
Lançado em 1971, “Ensina-me a viver” conta a história de
 Harold e Mauld  um casal bem estranho, formado por um 
jovem obcecado pela morte e uma mulher com mais de 70 anos
 que é totalmente apaixonada pela vida.
 Esses dois protagonistas bem diferentes acabam se encontrando
 em um funeral e passam a ter um relacionamento importante, no 
qual ela ensina ao jovem Harold a apreciar a vida da melhor maneira possível e usar o seu tempo para fazer o melhor para si mesmo.
 Considerado um clássico, “Ensina-me a viver” nos apresenta uma história bastante honesta sobre a vida, inspirando-nos a sermos melhores e a aproveitarmos as boas coisas que nos acontecem.
                       
                                      
Catherine Beltrão autora do blog artnarede.com.br escreve sobre alguns pintores que usaram a morte como tema :

A morte da Virgem“ é o maior quadro de altar pintado por Michelangelo Caravaggio (1571 – 1610), sendo encomenda  da igreja mas a pintura foi recusada, pois o clero achou a obra ofensiva à igreja católica. As figuras são quase do tamanho real e o ambiente da cena é simples:

a virgem Maria está morta e é retratada com simplicidade. Os apóstolos se entristecem com a cena, enquanto Maria Madalena chora sentada em uma simples cadeira, com o rosto escondido entre as mãos. Nada há neste quadro que revele a natureza sagrada de seu tema. Seu tratamento é naturalista, inclusive brutal e de grande crueza. Esta obra monumental pode ser vista no Museu do Louvre, em Paris.

Uma das obras mais famosas de Jacques-Louis David (1748-1825), pintor preferido de Napoleão, é “A morte de Marat“. A pintura retrata Jean-Paul Marat, revolucionário francês, assassinado em casa por Charlotte Corday.

A inscrição “À Marat, David”, que aparece na caixa de madeira, cuja forma sugere uma lápide, indica que se trata de uma homenagem a Marat, que o pintor conhecia pessoalmente e que teria visto na véspera de sua morte tal como a representado, dentro de uma banheira. A obra está exposta no Musée Royal des Beaux-Arts, em Bruxelas.

Edvard Munch (1863-1944), autor de uma das obras mais famosas do mundo “O Grito” ,foi um pintor  que retratou por diversas vezes as temáticas de doença e morte. Quando ainda não havia completado cinco anos de idade, sua mãe morreu vítima de tuberculose e, nove anos depois, faleceu da mesma causa a sua irmã Sophie.

A obra “Morte no quarto da paciente“ reproduz o momento da morte de Sophie. Ela não aparece, pois está sentada em uma cadeira de espaldar alto, ao lado da cama, rodeada por três pessoas que a olham: o pai, a tia e o próprio Munch. Toda executada em tons verdes e ocre, a obra se encontra no Museu National Gallery, em Oslo.

Gustav Klimt (1862-1918) recebeu o 1º  prêmio  na Exposição Internacional de Roma com a obra “A vida e a morte“. Conflito entre vida e morte, a tela tem sentido ambíguo. Parecendo duas peças de um quebra-cabeça que se encaixam, as sinuosidades à direita das vestes da Morte, de cores frias, se completam com as do contorno esquerdo da coluna da Vida, cujas cores quentes adicionam dramaticidade à cena. Não se trata de um confronto, mas de um inevitável encaixe, já que o ciclo da vida só se compreende com a presença da morte.

 Construção Mole com Feijões Cozidos” ou “Premonição da Guerra Civil” foi pintado pelo Salvador Dali (1904-1989) e encontra-se atualmente no Museu de Arte da Filadélfia, na Filadélfia. Concluída antes que a Guerra Civil Espanhola estourasse, em julho de 1936, a obra baseia-se em dolorosos pensamentos de saudade e de morte. O monstro que domina a tela parece ter as mesmas proporções do contorno do mapa da Espanha e dele saem braços e pernas que se rasgam mutuamente, enquanto uma forma fálica e flácida se debruça de um quadril rompido.

Os feijões se esparramam pelo chão sem saciar a fome de ninguém.  Observa-se o rosto do monstro em êxtase, enquanto os músculos tensos de seu pescoço e seus braços transformam-se e apodrecem. É provável que Dali acreditasse que mostrando a Espanha se autodestruindo, tentasse também  mostrar as atrocidades cometidas pelas partes envolvidas em uma guerra.

Criança Morta“, de Cândido Portinari (1903-1962), faz parte da série sobre os retirantes nordestinos e é, com certeza, a obra de maior conteúdo dramático do artista. A dramaticidade é potencializada pela composição do quadro que mostra um  agrupamento humano do qual se projeta a criança morta. Os tons terrosos predominam na parte inferior da tela, que não são afetados pelas lágrimas da menina ou pelas imensas mãos do homem que segura a criança morta: nada irá amenizar a dor de mais uma perda desta família.

 Um quadro dantesco de luta entre a vida e a morte. A obra faz parte da coleção do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand .
Nietzsche sabia das coisas. A Arte não deixa a realidade nos destruir. E os artistas entendem isso todos os dias.
                              
Lendas mitológicas sobre a Origem da Morte


    As atitudes do deus Coyote

Esse é um mito divulgado pelo povo americano Caddo, nativo do Texas. Quando o homem foi criado, todos viviam para sempre. Preocupados com o problema da superpopulação, os chefes se reuniram com o deus Coyote para resolver esse problema. Todos queriam uma morte temporária, em que as pessoas pudessem voltar depois de um tempo. Assim, a dor e a tristeza no mundo seriam inexistentes.
Coyote defendia a morte permanente. Porém, seu voto foi minoria e ganhou a decisão de que as pessoas voltariam à vida quando seus espíritos fossem chamados de dentro de uma pequena cabana. Quando chegou a hora das primeiras pessoas voltarem, Coyote bloqueou a entrada da cabana.
Forçados a vagarem sem rumo, os espíritos encontraram um caminho para outra terra e a morte tornou-se permanente. Todos queriam matar Coyote e ele foi obrigado a fugir. E o arrependimento chegou quando seu filho foi mordido por uma cobra e o curandeiro lhe disse que não havia salvação.
Mesmo diante da raiva de Coyote, seu irmão lembrou: "Não se esqueça de que foi você que queria que acabasse assim".

    Os seres humanos que ajudaram a morte
Esse conto foi divulgado pelas pessoas que viviam nas margens do lado Kivu, na África do Sul. Deus criou o mundo para que todas as pessoas fossem imortais, mas a morte rondava, brigando com os humanos. Deus passou a rondar a morte, evitando que ela colocasse a mão em seus filhos.
Tendo Deus que se ausentar por uns dias, a morte aproveitou e matou uma mulher. Deus ficou furioso com a morte e passou a persegui-la. Ela pediu para uma velha mulher para que pudesse se esconder debaixo de sua saia e a mulher consentiu.
Quando Deus encontrou a morte, ela entrou no corpo da mulher, o que fez com que Deus também ficasse bravo com a velha, deixando que ela morresse. Isso aconteceu com mais algumas pessoas: a morte pedia para se esconder e as pessoas a ajudavam.
Então Deus decidiu que não valia a pena deixar as pessoas imortais, tornando as coisas mais difíceis para ele. Deus permitiu que a morte fizesse o que gostava. Agora a morte é livre para se apossar de todos nós.


Os espíritos dos animais versus a lua


Vindas dos povos aborígenes da Austrália, as origens da morte aparecem em diversas versões, e muitas delas possuem a lua como grande protagonista. 

Em uma das versões mais comuns, os espíritos estavam criando o mundo e a lua pediu ao Dugongo (um dos espíritos) para ser como ele e renascer a cada mês.
No entanto, ele queria que a morte fosse permanente, inclusive para os seres humanos, e assim foi feito. Em outra versão, um Gambá bate na lua com um pedaço de pau. Ela revida com uma lança e joga uma maldição: "Todas as pessoas que vêm depois de mim, as gerações futuras, quando morrerem, morrerão para sempre".

               Conclusão


Podemos concluir com este estudo completo sobre o tema morte e visto por algumas culturas, principalmente a brasileira como um tempo de muita tristeza, dor e saudade. E que alem de não gostarmos de conversarmos sobre esta assunto ,não temos nenhum preparo emocional para enfrentar a morte de um ente querido .
Diferentes de outras culturas que vem a morte com rito de passagem natural, mesmo com a tristeza da perda, eles celebram a morte com festa e alegria.
Para mim autor do texto, a dor da perda de um ente querido traz muita dor, tristeza e saudade.
Mas por outro lado me trouxe mais compaixão, amor e respeito à dor do próximo e aprendi também quem e amigo fiel de verdade e esta sempre pronto a dar um ombro amigo no momento que  mais  precisamos .
Este ano perdi uma amiga muito querida, e vivi momentos de muita tristeza, principalmente no velório, mas encontrei na minha amiga Celeste o porto seguro para minha dor, la pude deitar sobre seus ombros para chorar e receber carinho e cuidado necessário naquele momento .
E 5 meses depois pude retribuir o carinho recebido quando minha amiga Celeste perdeu a sua sogra amada fui no velório ,também coloquei ela deitada sobre os meus ombros para que ela pudesse chorar e receber o carinho que ela precisava naquele momento .
Deixo pra vocês o poema escrito por mim sobre a dor da perda.

A Ode a nossos entes queridos 

Escrito por Gabriel de Lucca 

Aliança de amor 
Aliança de carinho 
Nós nunca estaremos sozinhos 
quem nos ama estará sempre juntinho.

Ao lado do Pai ,como anjo de luz nos abençoa e conduz .
Eles são muitos com suas muitas histórias ,de lutas e glórias .
Que tem algo em comum ,o amor que deixou ,em nosso peito uma dor ,tão doída .

Uma saudade que sangra e deixa em carne viva a nossa alma, alguns pedem para termos calma. Mas só que tem a dor de uma partida, sabe que tudo muda na alma.
Viver não tem mais o mesmo brilho /mesma cor /mesmo sabor.

O segredo da vida ,quando a dor é tão doida e saber dividir com outros alguens que também sofreram ,fardo divido uns com os outros diminui um pouco o sufoco.

E também não fique sozinho. Busque o carinho de quem te ama e estará sempre pronto para te dar um colo e te abraçar com amor nesses momentos que vem forte a dor .

A palavra de ordem é sobreviver, recodificando nossa mente a cada novo amanhecer.
É saber olhar o que a vida te deu de presente, ter novos valores /buscar coisas novas e ser feliz apesar de não. Mas para Ele e por Ele e por Você.

A ligação de um ente querido tem conosco é amor incondicional pelo resto da vida e de alguma forma estarão sempre nos visitando (de que forma não tenho a mínima ideia ).

E Ele estará sempre ao seu lado cuidando de você, quer te ver feliz vivendo todas as coisas boas que a vida pode te trazer e trará .





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