Menina chegou a
receber carta com xingamentos e ofensas. Situação aconteceu em Praia Grande (SP
Uma menina de 12 anos foi vítima de ameaças de morte e ofensas racistas
por parte de uma colega da escola em que estuda, em Praia Grande, no litoral de
São Paulo. O desabafo da mãe da jovem em uma rede social teve grande
repercussão, principalmente por expor uma carta recebida pela filha, na qual
ela é chamada de ‘macaca’. O caso segue sendo apurado pela Secretaria de
Educação da cidade.
Adriele é aluna da Escola Municipal Joaquim Augusto Ferreira Mourão, no
bairro Melvi. Ao G1, a mãe, a vendedora Adelaide Alves, de 31 anos, contou que
as primeiras ofensas surgiram na saída da escola. Mães de colegas da filha a
alertaram, na tentativa de protegê-la.
“Uma das mães me ligou no trabalho
pedindo para eu buscar a Adriele, pois havia outra menina a xingando de negra,
vagabunda e macaca, e dizendo que ia bater nela. Ela me orientou a
fazer um boletim de ocorrência, e que depois dava detalhes”, explica. Depois
que soube, ela fez o B.O. de injúria e difamação e o apresentou na escola. Foi
aí que ela teve uma surpresa.
“A diretora disse que sabia o
nome da autora das ofensas e que iria conversar com a mãe dela, que eu não
devia me preocupar. Ela ainda disse que não queria me incomodar com isso, pois
trabalho longe. Sequer preocupou-se em tirar cópia do B.O.”, conta.
Porém, novas ameaças e a ida da agressora até a casa de Adelaide, para
bater em sua filha, fizeram a vendedora descobrir toda a verdade.
“Procurei a mãe dela, que me disse que,
na verdade, a diretora só a procurou quando uma terceira criança, que tomou as
dores da minha filha, brigou com a garota”, explica. Triste, a vítima chegou a
ficar uma semana sem ir à escola, e só se distraiu em seguida, quando entrou de
férias. O pesadelo, no entanto, voltou com tudo logo após o reinício das aulas.
“Minha filha recebeu a carta, que dizia
que ela fedia, que parecia uma macaca, que queriam matá-la. Na escola, ela foi
orientada a entregar para a diretora, e depois, para não me contar. Descobri
por uma amiga minha, que já sabia, e me questionou. De novo, fui a última a
saber”, conta. Indignada, decidiu publicar a situação nas redes sociais. Logo
em seguida, foi chamada na escola.
Quando cheguei na escola, a diretora, na frente de uma pedagoga e de
outros funcionários, começou a me interrogar, questionando o porquê de eu ter
feito aquilo [publicação], que a escola não errou em nenhum momento. Tentaram
até perguntar para a minha filha se ela gostava da escola, na tentativa de
induzí-la a dizer que sim”, conta.
Adelaide foi orientada pelos funcionários a processar os pais da
criança, já que a culpa seria da aluna, e segue sem entender o motivo de
esconderem dela as ameaças e agressões feitas à filha. “[A diretora] sempre dizia que sabia e que queria me poupar. Para que
isso? E se minha filha apanhasse, ou morresse na escola, como seria? Isso foi
uma negligência”, conta.
Segundo a vendedora, agora, a preocupação se volta para a filha, que,
assustada, ainda tem receio de ir à escola. “É constrangedor. Quero que ela
estude em paz, quero transferí-la de escola. Tenho que ficar ligando para saber
se ela está bem. Não temos obrigação de gostar de ninguém, mas precisamos
respeitar. Já fui chamada de ‘macaca’ no trabalho, e sei como é. Mas a única
coisa que quero é igualdade e respeito”.
Ao G1, por meio de nota, a Secretaria de Educação (Seduc) de Praia
Grande ressaltou que repudia qualquer tipo de ato que afete a moral e a
dignidade dos alunos, e que assim que a unidade escolar soube dos fatos, adotou
providências, assim como a mãe recebeu o devido atendimento, e ações foram
tomadas para assegurar a segurança física da menor.
Além disso, a pasta reitera que, no que diz respeito aos alunos
envolvidos, eles já foram identificados e encaminhados ao conselho de escola
para análise do caso e, se necessário, possíveis sanções disciplinares. A Seduc
também ressalta que o tema ‘bullying’ é trabalhado nas escolas em projetos
pedagógicos durante todo o ano, conforme previsto na Lei Municipal 1471/09.
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