segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Bullying na Escola: como identificar e combater?


   Palestra no Colégio Apoio mostra maneira muito simples, mas profunda e brilhante o tema Bullying


       pedagoga Catarina Gonçalves falou para pais e educadores, e eu compartilho aqui o que considerei essencial para todos, inclusive para aqueles que acham que seus filhos não praticam ou sofrem o problema:

O bullying é um problema de convivência, e tem que ser resolvido na convivência. Existe desde que existe relações humanas, porém não existia a nomenclatura. Só que hoje somos uma sociedade muito mais complexa, as relações no ambiente escolar são bem mais mescladas.

Quantas religiões? Quantos valores? Quantas diferenças? É natural haver mais conflitos. E o conflito não é ruim. Para os chineses, conflito pode ser traduzido com dois ideogramas: problema ou oportunidade! 

Principais erros:

Banalização – Comum é diferente de natural. Banalizar é banalizar o sofrimento sistemático.

Generalização – Não é toda brincadeira que é bullying.


Quais as características do Bullying?
  • É um problema moral
  • Presente nas relações entre pares
  • De forma repetitiva
  • Intencional
  • Numa relação de poder desequilibrada
  • Com a presença de um alvo (normalmente solitário), um autor (geralmente não está só, tem apoiadores), e expectadores (que assistem e nada fazem)

Quem pratica geralmente faz de modo que ninguém venha a saber, e quem sofre dificilmente conta. A chance é muito maior de se ter a informação de um expectador. É importante fazer nossos filhos refletirem.
Se o seu filho sofre bullying, importante conversar, fazer ele refletir: Por que você deixa? E os teus amigos? O que a gente pode fazer para que isso não aconteça?
Ele introjeta esse pouco valor. Ele vê os outros olhando para ele como alguém enfraquecido…
Se o seu filho pratica, importante questionar: O que você sente quando vê seu amigo triste?

Não se pode deixar passar em branco, estudos mostram uma relação muito estreita da prática do bullying com a delinquência. Porque bullying é falta de moral.
A gente precisa se angustiar da mesma maneira dos que sofrem quando é o nosso filho quem pratica o bullying
Dever agir moral é diferente de Querer agir moral 

– Anomia: 
Geralmente a moral não se coloca, e as normas de conduta são determinadas pelas necessidades básicas. Quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.

– Heteronomia: 
O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta.

– Autonomia: 
legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.
Exemplo: Se eu não ultrapasso o sinal vermelho porque tem câmeras, eu sou heterônimo. Se eu não ultrapasso porque eu ponho em risco a vida de outras pessoas, eu sou autônomo.

O que fazer para que nossos filhos queiram agir moral?
Seis sentimentos que eles devem ter:
1.  Amor
2.  Medo
3.  Confiança
4.  Empatia
5.  Indignação
6.  Culpa

O amor é o primeiro sentimento e o medo está relacionado a ele, é o medo específico de se empobrecer diante de quem se ama. Medo de ter menos valor, de desapontar.
A maneira como a gente explica e age com nossos filhos, gera a confiança. Exemplo:
Errado
– Filho, tá na hora de dormir
– Mas, você nem vai dormir agora
– Mas, eu estou mandando, e eu sou seu pai(mãe)!

Certo
– Filho, tá na hora de dormir
– Mas, você nem vai dormir agora
– Mas, criança precisa de mais horas de sono. Eu sou adulto, e você ainda está em fase de crescimento, e o sono ajuda a crescer.

A capacidade de sentir o que o outro sente se chama empatia, e está relacionada com a compaixão – sentimento útil para desencadear boas ações e evitar ações más.

A culpa é um sentimento necessário para alcançar a moral! O pedido de desculpa não deve ser forçado. Des Culpa – se desfazer da culpa. Quando a gente faz algo errado, se sente ‘menos pequeno’ quando pede desculpas.
Ninguém se torna bom porque mandamos ser bom!  Ser bom provoca uma expansão de si próprio. A criança se sente maior, empodera-se de si!

Ser polido não é tão importante quanto ser generoso! – Aproveito para sugerir a leitura sobre o filme Snoopy que traz essa importante lição!!! clique aqui 

Obrigar a criança dar bom dia, cumprir regras de educação, não é tão eficaz quanto ensinar a ela o por quê de fazer aquilo: Sabia que ao dar bom dia, você deixa as pessoas mais felizes. Repare no sorriso que você recebe! (exemplo)
Meu pessoal nunca pode ser maior que o coletivo! (Ah, se todos no mundo pensassem assim…)

Há dois planos para nossos desenvolvimento como ser humano: o Moral, e o Ético – que não dá para ficar no discurso.
Espero que tenha conseguido passar um pouco deste presente. Todo este post foi baseado na palestra de Catarina Gonçalves, autora, junto com Fernando Cézar Bezerra de Andrade, do livro VIOLÊNCIAS E BULLYING NA ESCOLA: análise e prevenção.

Retirado do link :





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