segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Escolas adotam punição o socioeducativa para bullying e outros comportamentos que infringem alguma regra


  Organizar a biblioteca da escola, ajudar colegas mais novos em alguma atividade escolar e escrever um relatório  explicando As famílias a atitude errada estão entre as opções adotadas 

             Colégios particulares de São Paulo trocaram a forma de punir os estudantes que infringirem alguma regra escolar. Em vez das punições tradicionais, advertências e suspensões, os alunos são dispensados das aulas por um período para que cumpram atividades socioeducativas, como organizar os livros da biblioteca, ajudar os colegas mais novos e até montar um projeto de pesquisa.

Foi o que aconteceu no mês passado com Leonardo Ribeiro, de 13 anos, aluno do 8º ano do Colégio Horizontes Uirapuru, em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista.

Ele e outros quatro amigos estavam escondendo os materiais escolares de um colega de sala quando foram flagrados, e a coordenação deu aos pais a opção de suspensão ou trabalho socioeducativo. Eles acabaram organizando a biblioteca da escola.

"Achei ótimo que tivemos a opção de escolher uma atividade que o responsabilizou pelo que havia feito. Ele aprendeu que tudo o que faz tem uma consequência, até mesmo o que para ele era apenas uma brincadeira", contou Flávia Cristina Ribeiro, de 40 anos, mãe de Leonardo.

Segundo Andrea Favero, coordenadora do colégio, ao trocar a punição tradicional por uma alternativa, o objetivo é justamente que os alunos se responsabilizem pelo que fizeram.

O mesmo ocorre no Colégio Santa Maria, no Jardim Marajoara, zona sul de São Paulo. "O estudante não pode ficar isento da responsabilidade sobre o que ele provocou. A idéia não é punir o jovem, mas mostrar para ele que há consequências e ele precisa lidar com elas", disse a coordenadora do Santa Maria, Ana Lúcia Parro.

No colégio, um aluno que quebrou a porta do banheiro foi dispensado das aulas para acompanhar e auxiliar a equipe de manutenção da escola durante o conserto.
 "Os estudantes não têm grandes problemas de indisciplina, mas às vezes eles querem quebrar as regras e não pensam que isso pode prejudicar outras pessoas. É esse lado que queremos mostrar a eles", explicou Ana Lúcia.

Aviso aos pais

No Colégio Horizontes Uirapuru, a introdução das punições alternativas não foi a única mudança. Quando há episódios de indisciplina, não é mais o colégio que telefona para os pais para informá-los sobre o ocorrido. Agora, o estudante tem de fazer um relatório explicando o que houve e, depois, apresentá-lo aos pais.

"O próprio aluno faz uma carta em que conta o que houve, como ele se sentiu, o que o motivou a tomar aquela atitude. Isso faz com que ele reflita sobre seu comportamento. É o estudante também que fica responsável por contar para os pais. É um exercício de maturidade", afirmou a coordenadora.

Para Andrea, as punições tradicionais não alcançam o efeito de responsabilizar o aluno, apenas o castigam. "Qual o impacto na vida de um aluno que levou uma advertência? Nenhum, ele não sofre nenhuma consequência. E a suspensão? É quase um prêmio para o aluno não ir à aula e ficar em casa."

Erros e limites


De acordo com a coordenadora do Colégio Horizonte Uirapuru, a maioria dos pais do colégio opta atualmente pela punição socioeducativa quando questionados após um episódio de indisciplina. "Nós lidamos com adolescentes, e eles erram não por serem maus, mas porque não conhecem os limites."

Cyberbullying também rende 'pena alternativa'

Em São Paulo, há colégios que adotaram a punição alternativa em casos de cyberbullying, caracterizado pela violência e pelo deboche feitos por meio da internet.

No Colégio Humboldt, em Interlagos, zona sul, após o episódio de violência, o aluno é levado para uma mediação com os coordenadores, que, depois, fazem uma ação coletiva na turma.
"Precisamos trabalhar com todos eles, porque os papéis da cena do bullying são rotativos. Quem é hoje o agressor, amanhã pode ser a vítima”, disse Karin Kenzler, psicóloga do colégio.

No Colégio Santa Maria, o aluno que pratica o cyberbullying precisa fazer um trabalho e acompanhamento na sala de informática. "A idéia é que o estudante pesquise as consequências do que fez, reflita sobre o que sentiu e como pode ter afetado a vítima", disse Muriel Rubens, coordenador de Tecnologia.

Seis alunos já fizeram o trabalho com Rubens - todos meninos. Os casos registrados na escola foram de bullying, preconceito racial e violência de gênero.

"O estudante vem para cá e, juntos refletimos sobre o que houve. Na maioria das vezes, ele não tem noção da gravidade do que cometeu, acha que está protegido na internet.”

     Retirado do link:


Bullying: produções que falam sobre o problema!


  A série 13 Reasons Why traz  um tema muito discutido atualmente: o bullying



  As agressões físicas e verbais contra colegas de escola, trabalho, irmãos e pessoas do convívio social em geral não são mais vistas como uma simples "brincadeira"

Como regra, brincadeira é aquela em que todos riem. Se uma ou mais pessoas-alvo não estão rindo, mas chorando, tentando se desvencilhar e encerrar a ação é hora de rever o conceito.
No cinema, alguns filmes ajudam a compreender o que é e o impacto negativo que o bullying pode causar na vida de quem sofre agressões físicas ou verbais de colegas de escola, trabalho ou mesmo na vizinhança e família.
Carrie, a Estranha (1976)

É um clássico do gênero. Sissy Spacek interpreta a adolescente que é aterrorizada pela mãe fanática religiosa, além de ser ridicularizada na escola. O que acontece no terço final do filme é o sonho de muitas pessoas que passam pelo mesmo problema - e o pesadelo de quem causa.
                        
     
                     Deixe Ela Entrar (2008)
O filme sueco traz um menino reprimido e sensível, que sofre com os abusos dos colegas na escola. Quando ele conhece sua vizinha, uma vampira centenária presa no corpo de uma criança, encontra não só uma amiga, mas uma vingadora

                            

                   Bullying (2012)
 O documentário mostra diversos casos de partir o coração. Um menino é atormentado pelos colegas no ônibus escolar, tanto física quanto psicologicamente. Uma menina reage da pior forma possível aos ataques e acaba na ala psiquiátrica de um hospital. Os pais de crianças que se mataram devido ao bullying se unem para promover a conscientização e dizer: brincadeiras têm limite

                                 

                Depois de Lúcia (2012)
Um filme muito difícil. Com tantas mulheres que já sofreram assédio e agressões nas ruas, trabalho ou mesmo em casa, é doloroso acompanhar a trajetória agonizante da adolescente Alejandra. Ela acaba de perder a mãe e não consegue se comunicar com o pai, um viúvo silenciado pelo luto. Após ter um vídeo íntimo vazado para os colegas da nova escola, ela começa a ser perseguida, torturada e humilhada. 


                                  Código de Silêncio (2017)

  O filme original da Netflix mostra jovens que acabaram de entrar na faculdade e têm que se submeter aos trotes cada vez mais violentos para fazer parte de uma fraternidade. Código de Silêncio oferece uma visão sobre o conflito vivido pelos jovens, que querem pertencer ao grupo, mas sofrem com a humilhação e violência exacerbadas

                             

                    Audrie & Daisy (2016)


   O documentário contra a história de duas adolescentes, Audrie e Daisy, que foram estupradas por colegas de escola e, ao invés de receber apoio, tiveram que lidar com o bullying nas redes sociais, onde outros colegas compartilharam fotos e vídeos dos abusos como se fossem piada. O impacto das agressões teve resultados diferentes, mas definitivos, em suas vidas. 

                                     
           Meninas Malvadas (2004)

  Embora não trate do tema de forma séria, o filme traz Lindsay Lohan como um adolescente que sempre estudou em casa e entra para a escola pela primeira vez. Ela se aproxima de dois esquisitões, mas acaba também entrando pra um grupo de garotas "perfeitas". Com o tempo, ela começa a competir e prejudicar a agressora Regina George, passando de vítima para vilã.

                           

        A Brave Heart: The Lizzie Velasquez Story


A norte-americana Lizzie Velasquez sofre de uma síndrome rara e, aos 17 anos, descobriu que ficou conhecida na internet como "a mulher mais feia do mundo". Ela foi "eleita" em um vídeo publicado no YouTube.
Nos comentários, Lizzie se deparou com mensagens cruéis e sugestões para que ela se matasse, apenas por conta de sua aparência. Velasquez é atualmente uma das porta-vozes mais conhecidas contra o bullying no mundo. 
                              
                                         Retirado do link :





Bullying se torna debate obrigatório nas escolas do País


  Lei federal vai obrigar todas as escolas a ter ações contra o bullying

                
Antes tabu nas escolas, o bullying ganha cada vez mais espaço tema de aula. Colégios apostam em estratégias diversas - de cartilhas a teatros - para prevenir e combater esse tipo de violência. Uma lei federal, que começa a vigorar nesta semana, vai obrigar as escolas a ter ações contra o bullying.


Além dos estabelecimentos de ensino, a nova regra vale para clubes e agremiações recreativas. Pais e professores também devem ser orientados sobre bullying - quando há perseguição sistemática, física ou psicológica, presencial ou virtual. Outra previsão é dar assistência psicológica e jurídica às vítimas e aos agressores.


Na maioria das escolas, as ações mais intensas são no ensino fundamental 2 (6º ao 9º anos), quando os alunos começam a adolescência. O Colégio Horizontes Uirapuru, em Cerqueira César, região central, usa psicodramas - pequenas dramatizações - para mostrar os efeitos do bullying aos estudantes dessa faixa etária


"É eficiente porque um se põe no papel do outro - da vítima, do agressor ou de quem assiste", explica Gabriela Martins, diretora da escola. A reflexão é feita após o teatro, com base em situações cotidianas propostas pelos alunos. Eles também discutem cartilhas e são estimulados a criar campanhas internas sobre o tema.


No Colégio Rio Branco, em Higienópolis, na região central, a ficção também é uma ferramenta de prevenção. Alunos do 7º ano do fundamental criam filmes em stop motion para discutir o bullying Com papelão, bonecos de plástico e massinha, eles filmam cenas que reproduzem casos de violência


Já vi aluno pedindo desculpas ao colega por reconhecer que fazia uma agressão desse tipo", conta Jorge Farias, professor de Tecnologia e criador do projeto. "O principal objetivo é que eles proponham soluções.



A versão online da violência é a que mais preocupa educadores. "Na rede social, eles se sentem protegidos, anônimos", diz Farias. No Colégio Horizontes Uirapuru, uma professora acompanha a timeline de alunos nas redes sociais, para identificar possíveis problemas. O risco maior está em grupos fechados, como os de WhatsApp


Nem todas as escolas conseguem identificar e resolver os casos de bullying. A enfermeira Geisa Araújo, de 44 anos, tirou o filho de um colégio particular da capital por causa da inabilidade da diretoria para tratar do problema.




Após uma cirurgia cerebral, o filho de Geisa, hoje com 10 anos, ficou mais lento e com excesso de peso. "Os colegas chamavam de 'gordo nojento’ e isolavam", conta. "No início, não acreditei nele. Só vi de fato quando passei a levá-lo todos os dias para a aula. Ele chorava, não queria ir para a escola


Revoltada com a omissão do colégio, que minimizou o caso, buscou outra escola, pública. "Eu me senti desamparada", reclama. "Até hoje, não desgruda de mim para nada.


A técnica de informática Letícia (nome fictício), de 40 anos, também reprovou a postura do colégio público onde o filho, de 14, estuda. "Em redações da escola, ele falava que sofria bullying e cortava os braços. Levei à escola e disseram que não podiam fazer nada", diz


Após pressão na Secretaria de Educação do município, no interior paulista, Letícia conseguiu que o filho trocasse de classe. A dificuldade de relacionamento do garoto também fez com que a família buscasse ajuda médica. A avaliação preliminar é de que ele tem autismo


Atenção

Segundo Marta Angélica Iossi, especialista em saúde escolar, é importante que as escolas deem voz às crianças e adolescentes. "Muitos adultos encaram o bullying como natural da idade. Mas, quando causa sofrimento, não é." 


Outra preocupação deve ser com o agressor. "Ele não deve ser punido, também precisa de ajuda. A maioria dos programas só olha a vítima", aponta ela, da Universidade de São Paulo (USP) em Ribeirão Preto


Para a psicopedagoga Maria Irene Maluf, é difícil lidar com os pais. "Muitos não veem a situação com clareza. Devem ser tratados ao lado da criança." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

      Retirado do link:



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

ACONTECEU COMIGO: crônica em homenagem ao aniversario de 464 anos de São Paulo


Gabriel De Lucca é jornalista criador do projetobollying e
também autor responsável pelos textos dessa coluna .

Redes Sociais e outros contatos




projetobullying2015@gmail.com 


                            



 ACONTECEU COMIGO
perfis,crônicas e outros textos que envolve superação ,experiências pessoais e bullying









segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Bullying: Excesso de sensacionalismo ,desinformação ou violência gratuita ?


   Desde que o bullying ganhou espaço na mídia, somos bombardeados com matérias que mais confundem a população, apresentando opiniões ou julgamentos distorcidos sobre o assunto, do que esclarecem sobre ele.


                
Bullying: Excesso de sensacionalismo ,desinformação ou violência gratuita ?



Desde que o bullying ganhou espaço na mídia, somos bombardeados com matérias que mais confundem a população, apresentando opiniões ou julgamentos distorcidos sobre o assunto, do que esclarecem sobre ele.

 Há um grande equívoco, que ao invés de ser sanado pelos meios de comunicação, é ainda mais fortalecido, uma vez que não existe uma preocupação real de apresentar pareceres fundamentados e abalizados por especialistas que possam, com sua contribuição, elucidar questões sobre o bullying e suas consequências.

A mídia tem banalizado a questão e tudo nas escolas se apresenta como bullying, desde uma briga única com um amigo, que ocorra fora da escola ou em suas imediações, até uma bolinha que acerte, em cheio, a cabeça de um colega. Há pais que chegam dizendo que seu filho foi bolinado pelo colega, desconhecendo, completamente o sentido do verbo bolinar, e a diferença de significado deste em relação ao termo inglês, de pronúncia parecida. Alguns deles chegam a questionar se a ocorrência registrada na escola serve para que eles pleiteiem a “multa” que a lei prevê, do pai do aluno autor.

Ora, parece-nos que à mídia caberia o esclarecimento da sociedade quanto a um assunto tão complexo que merece, a nosso ver, ser tratado com a mesma seriedade destinada aos jogos de futebol, onde cada um dos times é ouvido, cada um dos técnicos é entrevistado, sem falar nas inúmeras entrevistas com os jogadores.

 Ou, ainda, com a mesma exatidão com que se reportam a divulgação dos índices inflacionários, dos índices da bolsa de valores, enfim, com o mesmo respeito que destinam aos grandes empresários, banqueiros, grandes produtores rurais que, se e quando citados, tem o direito de ser ouvidos. Até hoje, pouco li em nossos periódicos matérias elucidativas sobre a questão.

Faz-se necessário encarar com maior idoneidade assuntos de interesse da população. Faz-se necessário apurar fatos e veracidade de informações e declarações de muitas ONGs e pessoas que estão aproveitando a “moda bullying” para se promover, ou em benefício próprio. As famílias precisam se preparar melhor para ajudar seus filhos a enfrentar problemas, que algumas vezes são abordados, com certa maldade, pelos adolescentes.

Qual de nós na adolescência não sofreu brincadeiras a respeito da obesidade ou excesso de magreza? Pelo nariz protuberante ou a gagueira? Pela fala estridente ou dentição irregular? E a adolescência é a fase em que nos encontramos nas escolas. O mundo adulto está cheio destas brincadeiras.

A sociedade pratica bullying em todos os seus segmentos. Então porque a culpabilização das Escolas? Família, Sociedade e Escola precisam trabalhar juntas para a superação deste problema. O importante é que ajudemos nossos adolescentes a lidar com a situação, não que os fragilizemos e os coloquemos em uma redoma.

Nem a super proteção, nem a punição são respostas ideais, e o mais importante é reconhecermos que esta é uma responsabilidade social. E o papel da mídia, neste quadro, é informar, nunca desinformar.

Abandonar o sensacionalismo, que vende jornais e aumenta os índices de audiência, e assumir sua responsabilidade na formação de opinião. Acredito que há que se educar as crianças para que se tornem pessoas idôneas, críticas e atuantes.

Há que se educar os pais para que criem pessoas responsáveis, imparciais e comprometidas com a verdade e com a sociedade... Há que se ler muita besteira, antes que a mídia se perceba como formadora de opiniões.

Denise L. Marques é secretária de Imprensa do SINPRO ABC

Retirado do link :



Instagram supera Facebook em casos de bullying online


       De acordo com um estudo publicado pela Ditch The Label, o Facebook deixou de ser a rede social com mais casos de bullying online


                
  Apesar disso, parece que Mark Zuckerberg terá que se esforçar ainda mais para acabar com a prática, pois a plataforma que agora ocupa o primeiro lugar de casos é o Instagram
Para a avaliação, a pesquisa entrevistou mais de 10 mil jovens entre 12 e 20 anos e levou em consideração, basicamente, três aspectos: cyber-bullying, abusos e dependência de redes sociais. Com isso, os investigadores concluíram que 42% dos casos acontecem no Instagram, 37% no Facebook e 31% no Snapchat, plataforma utilizada principalmente por jovens.
Os dados colhidos durante o estudo mostram que está havendo uma migração dos usuários do Facebook para o Instagram. Entre as principais formas de bullying na rede social estão os comentários ofensivos nas publicações, o envio de mensagens inapropriadas e o compartilhamento de fotos expondo os usuários.
"Sabemos que os comentários postados por outras pessoas podem ter um grande impacto, e é por isso que recentemente investimos fortemente em novas tecnologias para ajudar a tornar o Instagram um lugar seguro e solidário", disse a responsável pela política do Instagram, Michelle Napchan.
Diante de todo o cenário, um dos recursos empregados pela rede social para combater o bullying online é a inteligência artificial.
"Usando tecnologia de aprendizado de máquina, comentários ofensivos no Instagram agora são automaticamente bloqueados para que não apareçam nas contas das pessoas. Nós também damos aos usuários a opção de desativar os comentários, ou fazer as suas próprias listas de palavras ou emojis proibidos", completou Napchan.
Retirado do link :
https://canaltech.com.br/redes-sociais/instagram-supera-facebook-em-casos-de-bullying-online-97558/

Polarização cria 'bullying político' em escolas


   Uma camiseta com a bandeira da Suíça, país conhecido por sua neutralidade, teria feito com que um menino de 9 anos fosse xingado e ameaçado em uma escola de São Paulo. O motivo? A peça era vermelha


                                   


  Segundo seu pai, João – nome fictício – (*) saía de uma aula de inglês no começo de março quando colegas da mesma idade o chamaram de "petista" e disseram que deveria "ser espancado" e "jogado na rua".

O pai do menino descreveu a história do filho em sua página no Facebook. A postagem tem mais de 4.500 compartilhamentos.


"Fiquei muito assustado em ver as crianças repetindo um discurso de ódio", disse o pai à BBC Brasil.
A polarização política, que tomou conta de ruas e casas no país, está chegando às escolas. Pais, professores e alunos ouvidos pela reportagem contaram que a política nacional tornou-se assunto nas salas de aula. Lá, meninos e meninas com opiniões ligadas à esquerda e à direita se dizem constrangidos por colegas que pensam o contrário.
"(Meus amigos) explicam que a Lava Jato é roubar dinheiro das pessoas pobres. Às vezes, no recreio, ficam falando que o Lula está roubando dinheiro de todo mundo e que a Dilma não presta, é comparsa dele. Chamam ela de trouxa, idiota", diz Luisa, de 9 anos.
Ela conta que os bate-papos acontecem na hora do lanche e que até os "preços muito caros da cantina" são colocados na conta do governo. "Falam que é culpa da Dilma, do Lula e da Lava Jato."
"De vez em quando, ela me pergunta o que é corrupção. Dou exemplos do dia a dia, não de política. Eles são muito pequenos para se envolver nisso. Hoje conversam muito na escola e chega a ter bullying", diz a vendedora Karina, mãe de Luisa.


Coordenador de ciências humanas do Pueri Domus, um dos colégios mais conhecidos da capital paulista, Ricardo Lourenço diz que os alunos do ensino fundamental estão trazendo a opinião dos pais para a classe. "O frisson veio com força nas eleições de 2014 e nas últimas semanas está ganhando novo fôlego", diz ele.
"Para nós é sempre complicado. De vez em quando, o pai fala na mesa do jantar com uma certa brutalidade, e o aluno repete. No fundamental, ele chega com uma falta de compreensão sobre o tema e posições mais cristalizadas."
'É petista, é petista'

A professora de inglês Christina, de 40 anos, diz que os filhos dela se sentem "excluídos e acuados" com as discussões cada vez mais frequentes sobre política.
No Facebook, Christina contou o que aconteceu com seu caçula, de 8 anos, quando ele chegou na escola um dia depois da manifestação contra o governo na Avenida Paulista.
Segundo ela, a maioria dos colegas estava de preto, "em sinal de luto pelo país" e, quando viram Luis de uniforme, começaram a apontar para ele repetindo "é petista, é petista". O uniforme é branco e azul.
Ela e o marido são contrários ao impeachment, uma minoria entre os pais do colégio no Itam Bibi, zona nobre de São Paulo. A região teve panelaço durante a posse de Lula como ministro da Casa Civil e Luis foi um dos poucos que não foram para as janelas gritar 'Fora Dilma'.
"As crianças têm que poder ir de preto, vermelho, amarelo, sem achar que precisam se vestir assim para pertencer ao grupo", diz a professora, que também é mãe de um menino de 11 anos.
Para evitar embates, Christina tirou as roupas vermelhas "de circulação" e disse aos filhos que não usassem peças dessa cor.
Questionado sobre casos como esse, Luis Claudio Megiorin, presidente da Aspa-DF (associação de pais e alunos do DF) e coordenador da Confenapa (Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos), diz que é melhor prevenir do que remediar.
"Vai levar tempo para gente voltar a usar vermelho. Até para as crianças não sofrerem nenhuma retaliação e nenhum tipo de crítica: evitem usar vermelho."
Megiorin foi com a família aos protestos contra o governo e aconselhou os filhos a não usarem a cor para não serem confundidos com outros manifestantes.
"Os pais que levam os filhos para as manifestações vão incorporando um sentimento de Justiça. Outro dia mostrei para o meu filho de 10 anos o samba (sobre o) Lula e ele começou a rir porque sabia o que tinha ali", afirma.
"Já começo a ver ele e coleguinhas esboçando um 'Fora Dilma' (e outras) palavras de ordem, porque estão vendo o exemplo."
'Ideologia de esquerda'

Se parte dos pais notam uma intolerância maior contra posições à esquerda, há quem diga o contrário. Uma parcela das familias afirma que pensamentos de direita são subjugados em escolas em que haveria uma "doutrinação marxista".
Em suas provas de história, Mariana, de 17 anos, normalmente escreve recados criticando o comunismo e Karl Marx. Ela costuma discutir com o professor sobre a abordagem das aulas e se diz isolada do resto da turma por suas opiniões mais ligadas à direita.
O pai de Mariana, o analista de sistemas Roberto, de 37 anos, de Brasília, se orgulha das posições da filha e diz que, por causa delas, a adolescente é excluída pelos colegas. Roberto foi com Mariana e a irmã para as manifestações antigoverno em Brasília.
"Minha filha mais velha sente muito o isolamento, foi chamada perante o coordenador por discordar do professor. Ela gosta do Bolsonaro e se fala no nome dele na sala, é zoada."
O advogado Miguel Nagib, do movimento Escola sem Partido, diz que os ambientes acadêmicos devem ser despolitizados. Ele considera que há muitos docentes militantes, que aproveitam as aulas para disseminar visões de esquerda.
"É evidente que também existem professores de direita que abusam da sua liberdade de ensinar para fazer a cabeça dos alunos. Mas são franco-atiradores. No Brasil, quem promove a doutrinação político-ideológica (...) de forma sistemática (...) é a esquerda."


O analista de sistemas Roberto Cabral e sua família em protesto contra o governo em Brasília
Conversa
Apesar da forte polarização política, a coordenadora do Núcleo de Psicoterapia Infantil da PUC-SP, Ana Maria Trinca, diz que é preciso deixar as paixões de lado ao explicar para os filhos o momento político.
"A função da escola e dos pais é acalmar e colocar as coisas em termos menos radicais."
A psicanalista diz que hoje a emoção transpassa toda a discussão e isso é perigoso quando as crianças usam o comportamento adulto como modelo.
"As atitudes estão muito extremadas. É fundamentalmente emoção. Quando vai às manifestações, a criança está inserida numa festa. Isso a estimula, mas ela não sabe por quê. Se os adultos não estão entendendo, ela não poderá fazê-lo. E aí (se alguém) está de vermelho, a criança é contra. É simples."
Depois das participações em protestos, por exemplo, é necessário conversar, diz Trape. "Em vez de chamar fulano de burro ou de idiota, o pai e a mãe devem explicar a situação, propor uma leitura com menos violência embutida."
No entanto, para o professor da faculdade de educação da USP Elie Ghanem esse diálogo é difícil, porque os adultos sabem tão pouco do processo político quanto os pequenos.
"Eles têm uma dificuldade semelhante, a pouca experiência com a vida política. De modo geral, os adultos são desinformados. Muitos não compreendem a existência dos três poderes nem a relação entre eles."
Para Ghanem, com deficiências nos colégios e no Estado, que não criam condições para o desenvolvimento de opiniões fundamentadas, o jeito é incentivar a busca por informações e o debate em casa.
A escola também tem um papel fundamental na formação de uma consciência crítica, diz a professora do Instituto de Piscologia da USP Marilene Proença.
Ela explica que as salas de aula são ideais para aprofundar a discussão, mostrar as raízes do problema. "Assim saímos desse lugar do bem e do mal, do 'vermelhos versus pretos'."

*foram usados nomes fictícios para as crianças e suprimidos os sobrenomes dos pais de modo a preservar a identidade dos menores.
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segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Casos de bullying em escolas de Roraima chegaram a 372 em 2016


   Chefe da Divisão Psicossocial da Seed fala sobre queda dos números registrados de Bullying em Roraima e cita projetos e ações nas escolas como fatores para redução


     Em 2016, foram registrados 372 casos de bullying nas escolas estaduais de Roraima, o que equivale a uma redução de 53,06% em relação a 2015, quando houve 701 ocorrências. Ainda não há os números de 2017.

O número caiu devido a projetos e ações desenvolvidos nas escolas. Acreditamos que em 2017 e 2018 caiam ainda mais”, acrescentou a chefe da Divisão Psicossocial da Secretaria Estadual de Educação e Desportos (Seed), Marilene Teixeira.
De acordo com ela, um projeto nas escolas é o responsável por diminuir os casos de bullying entre os estudantes.
“Temos um projeto desenvolvido nas escolas com a ajuda de professores e orientadores que preveem várias ações que dizem respeito ao ambiente escolar”, informou. “Criamos uma cartilha de orientação escolar, destacando como lidar com o bullying”, continuou Marilene.

  Segundo a chefe da Divisão Psicossocial, são classificados como bullying atos como intimações, humilhação, discriminação, insultos pessoais, apelidos pejorativos, ataques físicos, como também grafitagens depreciativas, expressões ameaçadoras e preconceituosas, isolamento social, ameaças e subtração de objetos com intenção de humilhar a vítima.
Outras características do bullying são abuso e assédio sexual, chantagem, manipulação, empurrões, socos, chutes, além da divulgação de imagens e invasão de privacidade.

     Retirado do link :