Passei um feriadão em Lisboa há alguns meses e, visitando uma tradicional loja de departamentos, me deparei com uma boneca muito especial. Linda, suave, alegre e careca, com um lenço cobrindo a cabecinha
Sabe que me emocionei? Pensei nas crianças que
fazem quimioterapia e podem se identificar com a bonequinha sem cabelos, como
elas. E depois acabei sabendo que essas bonequinhas fazem parte de um projeto
de conscientização e de inclusão para crianças. Naquela mesma semana, li que a
boneca norte-americana Barbie ganharia uma versão cadeirante!
Liguei os pontos imediatamente. Bonecas e bonecos são projeções do mundo à nossa volta. E essas novas versões do brinquedo sinalizam para as crianças uma atitude de aceitação, apontam que as diferenças fazem parte do cotidiano. Somos diferentes uns dos outros, não melhores ou piores.
E esse nosso mundo tem gente com variados talentos, dificuldades, aparências, ideias, estilos. Um mundo que, idealmente, deveria ter lugar para todas as pessoas, cada uma com sua particularidade. Identificação e aceitação — penso que essas são chaves para uma formação mais generosa das novas gerações.
O conceito
de inclusão vem pipocando no mundo, sendo discutido, e isso se reflete nessas
duas iniciativas do mundo dos brinquedos.
Somos diferentes uns dos outros, não melhores ou piores.
Há que se reconhecer: como humanidade, ainda não estamos num patamar tão generoso, que inclui e abraça todos os seres.
Somos diferentes uns dos outros, não melhores ou piores.
Há que se reconhecer: como humanidade, ainda não estamos num patamar tão generoso, que inclui e abraça todos os seres.
Mas é na nova geração que se forma o futuro. A
psicopedagoga Sonia Maria Braga, diretora pedagógica da Meimei Escola
Montessoriana e do Centro de Treinamento Montessori do Rio de Janeiro,
abre um horizonte muito amplo nas atitudes inclusivas na educação:
“Tudo começa na família. Irmãos
são diferentes, filhos não são cópias dos pais”, lembra Sonia. “Educamos
o olhar de nossos filhos no respeito às diferenças, pequenas e grandes. Esse olhar pode ser acolhedor ou excludente, depende dessa condução.”
“Tudo começa na família. Irmãos
são diferentes, filhos não são cópias dos pais”, lembra Sonia. “Educamos
o olhar de nossos filhos no respeito às diferenças, pequenas e grandes. Esse olhar pode ser acolhedor ou excludente, depende dessa condução.”
A escola, claro, também faz sua parte na
continuidade da ideia de inclusão e empatia. O método criado pela italiana
Maria Montessori, aliás, é uma das abordagens educacionais que mais incentivam
o cuidado com os outros.
“A criança cujos pais trazem um olhar de aceitação já terá mais chances de ser generosa com os outros”, continua a pedagoga. “Não se pode querer que uma pessoa seja ótima em tudo, mas há quem espere isso de um filho!”
“Inclusão e aceitação começam na família. Irmãos são diferentes, filhos não são cópias dos pais.”
Sônia Maria Braga
“A criança cujos pais trazem um olhar de aceitação já terá mais chances de ser generosa com os outros”, continua a pedagoga. “Não se pode querer que uma pessoa seja ótima em tudo, mas há quem espere isso de um filho!”
“Inclusão e aceitação começam na família. Irmãos são diferentes, filhos não são cópias dos pais.”
Sônia Maria Braga
Sonia diz uma coisa muito, muito importante:
diferenças são ricas. E a gente enriquece com elas. Isso vai desde entender que
o nosso filho tem talentos específicos, como arte ou matemática, até praticar a
inclusão nos casos mais visíveis, como, por exemplo, o de pessoas com
deficiências físicas ou cognitivas.
“A Barbie cadeirante é
a ponta desse iceberg . É importante para chamar
a atenção para o assunto e pensarmos em inclusão da maneira mais abrangente no nosso dia a dia”, diz a pedagoga.
a atenção para o assunto e pensarmos em inclusão da maneira mais abrangente no nosso dia a dia”, diz a pedagoga.
É isso. Diferenças não ameaçam, mas enriquecem a vida! Quando abrimos o coração para a essência, para o que nos define como humanidade, a vida ganha brilho, e o inestimável, inigualável e essencial sabor da solidariedade.
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