A entrada de novos
psicólogos nas escolas e as campanhas contra o bullying terão ajudado
a reduzir o fenómeno entre os alunos portugueses. Em Portugal, apenas 7,3% das
escolas reportaram pelo menos um episódio por semana, contra os 14% da média da
OCDE. Mas há quem diga que as escolas não reportam os casos como deviam.
O bullying nas escolas portuguesas do ensino básico desceu
para metade em cinco anos. Apenas 7,3% das escolas reportaram a ocorrência
de pelo menos um
episódio por semana de bullying ou intimidação entre os estudantes, contra uma média de 14% nos 48 países e economias abrangidos
peloinquérito TALIS (Teaching and Learning International Survey).
episódio por semana de bullying ou intimidação entre os estudantes, contra uma média de 14% nos 48 países e economias abrangidos
peloinquérito TALIS (Teaching and Learning International Survey).
Segundo o relatório, cujas conclusões se baseiam nos
relatos de professores e directores das escolas dos
diferentes países, os episódiosde bullying e intimidação
desceram nos últimos cinco anos em vários países.
E Portugal destaca-se por apresentar
uma das descidas mais expressivas:baixou de 15,3% em 2013 para
os 7,3% do ano passado.“É o resultado do trabalho de sensibilização que vem sendo feita junto dos alunos”,
congratula-se Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, para quem o sucesso na diminuição deste fenómeno decorre tanto da acção dos agentes do programa Escola Segura da PSP, “que vão periodicamente às escolas falaraos alunos sobre bullying”, como
do aumento do número de psicólogos nas escolas: “De
há três anos para cá, estão a chegar cada vez mais psicólogos às escolas e - embora, com cerca de um psicólogo para mil e duzentos alunos, continuemos
aquém da média europeia - não há dúvida de que o reforço dos serviços de psicologia e orientação nas escolas tem ajudado a prevenir e a reduzir o bullying.”
os 7,3% do ano passado.“É o resultado do trabalho de sensibilização que vem sendo feita junto dos alunos”,
congratula-se Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, para quem o sucesso na diminuição deste fenómeno decorre tanto da acção dos agentes do programa Escola Segura da PSP, “que vão periodicamente às escolas falaraos alunos sobre bullying”, como
do aumento do número de psicólogos nas escolas: “De
há três anos para cá, estão a chegar cada vez mais psicólogos às escolas e - embora, com cerca de um psicólogo para mil e duzentos alunos, continuemos
aquém da média europeia - não há dúvida de que o reforço dos serviços de psicologia e orientação nas escolas tem ajudado a prevenir e a reduzir o bullying.”
Menos optimista, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes
Escolares, Manuel Pereira, considera que esta diminuição se explica
pelo facto de as escolas
não estarem a reportar os casos como deviam. “A não ser nos casos mais graves, boa parte das escolas tenta encontrar soluções internas e nem sempre reporta
os problemas, embora tenha indicações para o fazer”, sustenta, concordando, todavia que a chegada de psicólogos às escolas ajudou à efectiva diminuição da
violência entre alunos.
não estarem a reportar os casos como deviam. “A não ser nos casos mais graves, boa parte das escolas tenta encontrar soluções internas e nem sempre reporta
os problemas, embora tenha indicações para o fazer”, sustenta, concordando, todavia que a chegada de psicólogos às escolas ajudou à efectiva diminuição da
violência entre alunos.
A psicóloga Margarida Gaspar de Matos, coordenadora em
Portugal do grande estudo da Organização Mundial de Saúde sobre a adolescência, confirma a tendência para a diminuição dos episódios de bullying entre os
alunos portugueses.
Portugal do grande estudo da Organização Mundial de Saúde sobre a adolescência, confirma a tendência para a diminuição dos episódios de bullying entre os
alunos portugueses.
“Tivemos o pico de bullying em 2002, ano
em que a surgimos como os pioresda Europa, e, desde então, o fenómeno tem vindo a baixar. Penso que isso se deve a todo o trabalho que é feito nas escolas
e às campanhas que, tendo dirigido o foco para um tipo de
violência que, como o bullying, tem um carácter íntimo, secreto e escondido, em que a vítima é ‘chacinada’ discretamente, ajudou a desarmar os provocadores”, interpreta.
em que a surgimos como os pioresda Europa, e, desde então, o fenómeno tem vindo a baixar. Penso que isso se deve a todo o trabalho que é feito nas escolas
e às campanhas que, tendo dirigido o foco para um tipo de
violência que, como o bullying, tem um carácter íntimo, secreto e escondido, em que a vítima é ‘chacinada’ discretamente, ajudou a desarmar os provocadores”, interpreta.
Pico do bullying no 8.º anoO bullying distingue-se pelo seu
carácter continuado e o seu pico ocorre “normalmente por volta dos 14 anos, no 8.º ano, tendendoa descer a partir dessa idade”, ainda segundo Margarida Gaspar.
A investigadora lembra, porém, que, embora confirmando a diminuição
do bullying, os últimos inquéritos que coordenou apontam para um
aumento dos episódios de violência
física entre alunos.
“À pergunta sobre se esteve envolvido nalgum episódio de
pancada no último ano, 4,6% dos jovens responderam que sim em 2018, quando em 2014 eram
apenas 3,9%. Por outro lado, no mesmo período, os que nunca estiveram envolvidos numa cena de pancada desceram de 78,7% para 72,6%”, precisa, para concluir que “a provocação inerente ao bullying
pode estar a ser substituída pela pancada”. Logo, “o país não pode baixar os braços nesta matéria”.
Pedindo cautela na leitura dos indicadores, os autores do TALIS alertam para o aumento do ciberbullying em vários países. Em 2018, nenhum dirigente escolar português reportou ter tido pelo menos um caso por semana de publicação de conteúdos impróprios e danosos na Internet relativos a estudantes. E apenas 0,4% das
escolas declararam denúncias dos pais e encarregados de educação relativas a contactos electrónicos indesejados entre alunos.
Mas Tito de Morais, o fundador do projecto miudosegurosna.net,
criado em
2003 para ajudar famílias e escolas a promover a segurança online de crianças e jovens, torce o nariz a
estes resultados.As escolas não têm sistemas de
denúncia eficazes.
2003 para ajudar famílias e escolas a promover a segurança online de crianças e jovens, torce o nariz a
estes resultados.As escolas não têm sistemas de
denúncia eficazes.
Nos Estados Unidos, os alunos podem fazer denúncias anónimas,
por SMS, e-mail, através de uma aplicaçãode telemóvel ou mesmo
na página da escola. Em Portugal, não conheço escolas com sistemas
destes. E, mesmo quando os alunos denunciam, as escolas tendem a varrer o problema para debaixo do tapete, sobretudo desde que, por altura da intervenção
da troika, o Observatório da Violência Escolar deixou
de funcionar”, acusa.
destes. E, mesmo quando os alunos denunciam, as escolas tendem a varrer o problema para debaixo do tapete, sobretudo desde que, por altura da intervenção
da troika, o Observatório da Violência Escolar deixou
de funcionar”, acusa.
O relatório da OCDE sugere que os diferentes países incluam
nos respectivos currículos conteúdos capazes de ajudar os alunos a actuar
quando presenciam episódios
de violência, bem como a fazerem constar das aulas matérias sobre a auto-regulação das emoções. O estabelecimento de códigos de conduta para os alunos, a par de sistemas eficazes de monitorizaçãodo problema nas escolas, devia ainda constar como prioridade
nos diferentes sistemas educativos, sugere ainda a OCDE.
de violência, bem como a fazerem constar das aulas matérias sobre a auto-regulação das emoções. O estabelecimento de códigos de conduta para os alunos, a par de sistemas eficazes de monitorizaçãodo problema nas escolas, devia ainda constar como prioridade
nos diferentes sistemas educativos, sugere ainda a OCDE.
Retirado do Link:
https://www.publico.pt/2019/06/19/sociedade/noticia/bullying-escolas-portugal-desceu-metade-cinco-anos-1877005
https://www.publico.pt/2019/06/19/sociedade/noticia/bullying-escolas-portugal-desceu-metade-cinco-anos-1877005
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