segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Após fugir para o Brasil, ele abriu um restaurante que une gastronomia e ativismoPitchou Luambo é fundador do Congolinária, um restaurante vegano de comida típica congolesa. Além de oferecer pratos, o local abre espaço para debater os direitos dos imigrantes


 O ativismo sempre esteve presente na vida de Pitchou Luambo,
 37 anos. Em seu país de origem, a República Democrática do
Congo, ele atuava como advogado, defendendo vítimas de
 violação de direitos humanos, especialmente mulheres que
 haviam sofrido abuso sexual — no país, marcado por rivalidades étnicas, o estupro é considerado uma arma de guerra

                   

Perseguido por suas atividades, Luambo foi obrigado a deixar o
país em 2010, e escolheu como seu destino o Brasil — mais
especificamente, São Paulo. Como não conseguia validar seu
diploma por aqui, decidiu trabalhar como professor de francês.

Isso não o impediu, entretanto, de se engajar na causa dos
 imigrantes e refugiados no país. Organizou um extenso networking
e passou a participar ativamente de eventos e debates relacionados
ao tema . Luambo é um dos fundadores do Grupo de Refugiados e
Imigrantes Sem Teto.

“Defendemos os direitos de moradia do imigrante e do refugiado.
 Sem casa, eles não conseguem emprego, nem podem abrir conta
bancária”, diz. Para ampliar o alcance das suas ações, ele decidiu
que usaria outras formas de comunicação, como cultura e 
gastronomia. O passo seguinte foi abrir um restaurante que
 ajudasse a congregar as pessoas.

No início, mostrava suas criações gastronômicas em um food truck
 no Itaim Bibi. Em setembro de 2017, abriu as portas do Congolinária,
 o primeiro — e único — restaurante vegano de comida típica
congolesa no Brasil. A casa serve de cenário para eventos e debates
 sobre os direitos dos imigrantes e dos refugiados. “Discutimos temas
diversos, de racismo a veganismo, passando pela cultura do meu país
”, diz Luambo.

O dinheiro que ganhou trabalhando como professor
não foi suficiente para Luambo abrir seu primeiro restaurante.
Por isso, ele decidiu usar crowdfunding para conseguir R$ 12 mil,
gastos com os equipamentos de cozinha.

Outra estratégia foi adotar o esquema store in store, ou “loja
dentro de loja”. Na casa de dois andares onde fica a Congolinária,
funciona também um bar e uma loja de discos. “Assim, diversificamos
 o público e aumentamos a receita.

O cliente brasileiro gosta de variedade, então
eu tive de me adaptar a isso. No Congo, os pratos são feitos apenas
com dois ingredientes. No Brasil, se você não colocar três
ou quatro
 ingredientes diferentes no prato, o cliente vai reclamar.”

Retirado do Link:
                               

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