O ativismo sempre esteve
presente na vida de Pitchou Luambo,
37 anos. Em seu país de origem, a República
Democrática do
Congo, ele atuava como advogado,
defendendo vítimas de
violação de direitos humanos, especialmente
mulheres que
haviam sofrido abuso sexual — no país, marcado
por rivalidades étnicas, o estupro é considerado uma arma de guerra
Perseguido por suas atividades, Luambo foi obrigado a deixar o
país em 2010, e escolheu como seu destino o Brasil — mais
especificamente, São Paulo. Como não conseguia validar seu
diploma por aqui, decidiu trabalhar como professor de francês.
Isso não o impediu, entretanto, de se engajar na causa dos
imigrantes e refugiados no país.
Organizou um extenso networking
e passou a participar ativamente de eventos e debates relacionados
ao tema . Luambo é um dos fundadores do Grupo de Refugiados e
Imigrantes Sem Teto.
“Defendemos os direitos de moradia do
imigrante e do refugiado.
Sem casa, eles não conseguem emprego, nem
podem abrir conta
bancária”, diz. Para ampliar o alcance
das suas ações, ele decidiu
que usaria outras formas de
comunicação, como cultura e
gastronomia. O passo seguinte foi abrir
um restaurante que
ajudasse a congregar as pessoas.
No início, mostrava suas criações gastronômicas em um food truck
no Itaim Bibi. Em setembro de
2017, abriu as portas do Congolinária,
o primeiro — e único —
restaurante vegano de comida típica
congolesa no Brasil. A casa serve de cenário para eventos e debates
sobre os direitos dos imigrantes
e dos refugiados. “Discutimos temas
diversos, de racismo a veganismo, passando pela cultura do meu país
”, diz Luambo.
O dinheiro que ganhou trabalhando como professor
O dinheiro que ganhou trabalhando como professor
não foi suficiente para Luambo abrir seu primeiro restaurante.
Por isso, ele decidiu usar crowdfunding para conseguir R$ 12 mil,
gastos com os equipamentos de cozinha.
Outra estratégia foi adotar o esquema store in store, ou “loja
dentro de loja”. Na casa de dois andares onde fica a Congolinária,
funciona também um bar e uma loja de discos. “Assim, diversificamos
o público e aumentamos a receita.
O cliente brasileiro gosta de variedade, então
eu tive de me adaptar a isso. No Congo, os pratos são feitos apenas
com dois ingredientes. No Brasil, se
você não colocar três
ou quatro
ingredientes diferentes no prato, o cliente
vai reclamar.”
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