segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Estes sapatos representam as crianças que se suicidaram em 2017


    A acção foi organizada pela Chasing the Stigma, uma instituição de solidariedade, que quer quebrar o tabu relativamente às doenças mentais


                           
                                
  Chasing the Stigma, uma instituição de solidariedade sediada em Liverpool, dispôs centenas de sapatos na escadaria do St. George’s Hall, na mesma cidade do Reino Unido.

A ação, que decorre na Semana da Saúde Mental Infantil, pretende, em primeira instância, trabalhar para quebra do tabu em torno dos problemas associados à saúde mental, avança o “The Independent”.

Mas os sapatos representam mais do que isso. A ideia é consciencializar a população para o número de suicídios em faixas etárias muito novas, sendo que cada par de disposto nas escadas representa uma vida perdida nestas circunstâncias em 2017.

As estatísticas são de partir o coração, mas muitas pessoas não estão cientes dos números ou desta realidade”, disso ao jornal inglês Jake Mills, fundador desta instituição. “Atrás de cada estatística está uma vida desnecessária e tragicamente perdida”, acrescenta.
Sobre os sapatos, que foram doados à Chasing Stigma, o fundador diz que a intenção era de criar uma “representação visual” das vidas em questão.

A ação foi muito elogiada e cumpriu o seu propósito. “Verdadeiramente horrendo quando mostrado com tanta nitidez”, comentou um utilizador do Facebook. “Isto deu-me arrepios. Tão triste que qualquer criança se sinta desta forma”, disse outro, cita o mesmo jornal.


Bullying nas escolas em Portugal desceu para metade em cinco anos



     A entrada de novos psicólogos nas escolas e as campanhas contra o bullying terão ajudado a reduzir o fenómeno entre os alunos portugueses. Em Portugal, apenas 7,3% das escolas reportaram pelo menos um episódio por semana, contra os 14% da média da OCDE. Mas há quem diga que as escolas não reportam os casos como deviam.


  O bullying nas escolas portuguesas do ensino básico desceu para metade em cinco anos. Apenas 7,3% das escolas reportaram a ocorrência de pelo menos um
episódio por semana de bullying ou intimidação entre os estudantes, contra uma média de 14% nos 48 países e economias abrangidos
peloinquérito TALIS (Teaching and Learning International Survey).
 
Segundo o relatório, cujas conclusões se baseiam nos
relatos de professores e directores das escolas dos
diferentes países, os episódiosde bullying e intimidação
desceram nos últimos cinco anos em vários países.

 E Portugal destaca-se por apresentar uma das descidas mais expressivas:baixou de 15,3% em 2013 para
os 7,3% do ano passado.“É o resultado do trabalho de sensibilização que vem sendo feita junto dos alunos”,
congratula-se Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, para quem o sucesso na diminuição deste fenómeno decorre tanto da acção dos agentes do programa Escola Segura da PSP, “que vão periodicamente às escolas falaraos alunos sobre bullying”, como
do aumento do número de psicólogos nas escolas: “De
há três anos para cá, estão a chegar cada vez mais psicólogos às escolas e - embora, com cerca de  um psicólogo para mil e duzentos alunos, continuemos
aquém da média europeia - não há dúvida de que o reforço dos serviços de psicologia e orientação nas escolas tem ajudado a prevenir e a reduzir o bullying.”

Menos optimista, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, considera que esta diminuição se explica pelo facto de as escolas
não estarem a reportar os casos como deviam. “A não ser nos casos mais graves, boa parte das escolas tenta encontrar soluções internas e nem sempre reporta
os problemas, embora tenha indicações para o fazer”, sustenta, concordando, todavia que a chegada de psicólogos às escolas ajudou à efectiva diminuição da
violência entre alunos.

A psicóloga Margarida Gaspar de Matos, coordenadora em
Portugal do grande estudo da Organização Mundial de Saúde sobre a adolescência, confirma a tendência para a diminuição dos episódios de bullying entre os
alunos portugueses.

“Tivemos o pico de bullying em 2002, ano
em que a surgimos como os pioresda Europa, e, desde então, o fenómeno tem vindo a baixar. Penso que isso se deve a todo o trabalho que é feito nas escolas
e às campanhas que, tendo dirigido o foco para um tipo de
violência que, como o bullying, tem um carácter íntimo, secreto e escondido, em que a vítima é ‘chacinada’ discretamente, ajudou a desarmar os provocadores”, interpreta.

Pico do bullying no 8.º anoO bullying distingue-se pelo seu
carácter continuado e o seu pico ocorre “normalmente por volta  dos 14 anos, no 8.º ano, tendendoa descer a partir  dessa idade”, ainda segundo Margarida Gaspar. 

A investigadora lembra, porém, que, embora confirmando a diminuição do bullying, os últimos inquéritos que coordenou apontam para um aumento dos episódios de  violência física entre alunos.

“À pergunta sobre se esteve envolvido nalgum episódio de
pancada no último ano, 4,6% dos jovens responderam que sim em 2018, quando em 2014 eram
apenas 3,9%. Por outro lado, no mesmo período, os que nunca estiveram envolvidos numa cena de pancada desceram de 78,7% para 72,6%”, precisa, para concluir que “a provocação inerente ao bullying
pode estar a ser substituída pela pancada”. Logo, “o país não pode baixar os braços nesta matéria”.

Pedindo cautela na leitura dos indicadores, os autores do TALIS alertam para o aumento do ciberbullying em vários países. Em 2018, nenhum dirigente escolar português reportou ter tido pelo menos um caso por semana de publicação de conteúdos impróprios e danosos na Internet relativos a estudantes. E apenas 0,4% das
escolas declararam denúncias dos pais e encarregados de educação relativas a contactos electrónicos indesejados entre alunos.

Mas Tito de Morais, o fundador do projecto miudosegurosna.net, criado em
2003 para ajudar famílias e escolas a promover a segurança online de crianças e jovens, torce o nariz a
estes resultados.As escolas não têm sistemas de
denúncia eficazes.

Nos Estados Unidos, os alunos podem fazer denúncias anónimas, por SMS, e-mail, através de uma aplicaçãode telemóvel ou mesmo na página da escola. Em Portugal, não conheço escolas com sistemas
destes. E, mesmo quando os alunos denunciam, as escolas tendem a varrer o problema para debaixo do tapete, sobretudo desde que, por altura da intervenção
da troika, o Observatório da
  Violência Escolar deixou
de funcionar”, acusa.

O relatório da OCDE sugere que os diferentes países incluam nos  respectivos currículos conteúdos capazes de ajudar os alunos a actuar quando presenciam episódios
de violência, bem como a fazerem constar das aulas matérias sobre a auto-regulação das emoções. O estabelecimento de códigos de conduta para os alunos, a par de sistemas eficazes de monitorizaçãodo problema nas escolas, devia ainda constar como prioridade
nos diferentes sistemas educativos, sugere ainda a OCDE.


Professor brasileiro é um dos que mais sofrem com intimidação e bullying


 É o que diz pesquisa da OCDE com 250 mil docentes e diretores de 48 países ou regiões. No País, ainda se perde 1/3 do tempo de aula em tarefas administrativas ou com indisciplina; relato de casos de violência, física e verbal, fica no dobro da média

               
Os professores brasileiros são alvo de mais intimidações e lidam em proporção maior com o bullying entre os alunos do que a média internacional, além de perderem mais tempo com atividades não relacionadas ao ensino. É o que mostra a Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico(OCDE), com 250 mil professores e diretores de escolas de 48 países ou regiões.

Em média, os professores no Brasil passam só 67% do tempo em atividades ligadas ao processo de aprendizado. O restante é dedicado a tarefas administrativas, como a chamada de presença, ou disciplinares, como manter a ordem na classe. A relação entre alunos e deles com os professores também preocupa. No Brasil, 28% dos diretores escolares dizem ter testemunhado casos de intimidação ou bullying entre estudantes – o dobro da média da OCDE. 

Semanalmente, 10% das escolas brasileiras registram episódios de intimidação ou abuso verbal contra educadores, com “potenciais consequências para o bem-estar, níveis de estresse e permanência deles na profissão”, diz a pesquisa. A média internacional é de 3%.

Quando os ataques miram funcionários da escola, o Brasil é o segundo com a maior porcentagem – atrás apenas do norte da Bélgica. A estatística pode ser ilustrada pelo caso recente de dez alunos que atiraram cadeiras e livros contra uma professora na Escola Estadual Maria de Lourdes Teixeira, em Carapicuíba, Grande São Paulo, no fim de maio. O vídeo da agressão se espalhou nas redes sociais e nove envolvidos no episódio chegaram a ser detidos. 

A professora Maria Carlota Galvão, que dá aulas de Artes em uma rede municipal no litoral do Rio, diz ver o contexto de violência influenciar na escola cotidianamente.
“Os conflitos da escola vêm sempre um pouco de fora porque a sociedade está toda desmoronando ao redor, mas precisamos ensiná-los a conviver com todos esses relacionamentos que têm na família e entre si”, diz ela, de 48 anos.

Relatos de intimidação não são incomuns, até fora do contexto escolar. “Nas redes sociais, alguns alunos esquecem que aquilo é um ambiente público e ofendem (em mensagens ao professor)”, conta a professora Lidiane Christovam, de 41 anos, que deu aula de Matemática por mais de uma década em colégios particulares da capital paulista e leciona em universidade há cerca de dois anos.

Já a pesquisadora Luciana Lapa, do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral, ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp) e à Universidade de Campinas (Unicamp), diz que a mediação de conflitos e de casos de bullying nas escolas geralmente falha ao tratar o comportamento dos alunos. “Fica esquecida a parte da reflexão, que é muito mais trabalhosa do que o castigo, a suspensão. Você pune e não forma”, afirma a especialista. “É preciso uma intervenção não apenas punitiva, mas que promova uma tomada de consciência.” 

O relatório da OCDE destaca também o efeito cumulativo do desperdício de tempo no aprendizado do estudante – poucos minutos durante as aulas representam dias perdidos no fim do ano.

 O Brasil é o terceiro país com o pior aproveitamento de tempo em sala de aula, à frente apenas da África do Sul e da Arábia Saudita. Na média, nos países que integram a OCDE, os professores aproveitam 78% da aula com as atividades de ensino.

Especialistas dizem que o desempenho do País está relacionado à falta de preparo dos professores – o que envolve desde inexperiência em sala de aula até profissionais alocados em disciplinas fora de sua área de formação. E há a falta de compreensão das demandas de alunos, cada vez mais estimulados pela tecnologia.

A professora Lidiane Christovam vê uma sobrecarga nas responsabilidades de docentes. Ela diz que o tempo dedicado ao planejamento das aulas foi tomado por demandas como o relacionamento constante com a escola e os pais, o uso das plataformas digitais do colégio e a capacitação constante. Ao mesmo tempo, acha que atividades no contraturno da escola muitas vezes retiram o tempo que os alunos têm para socializar – por isso, usam o tempo da aula para isso. 

“De maneira geral, o professor, hoje, tem demanda maior para fornecer material (didático) para portais escolares e, a grosso modo, ele ampara o aluno muito mais do que na minha época de estudante”, opina ela. 

Ao comentar os dados, o Ministério da Educação (MEC) disse que a pesquisa ajuda a o governo federal e as secretarias locais a abordarem a realidade do ensino e da aprendizagem de forma mais assertiva. 

No País, falta de preparo dificulta inclusão de alunos com deficiência Apesar da baixa taxa de inclusão de alunos com algum tipo de deficiência nas salas de aula, professores brasileiros são os que mais demandam treinamento e formação para dar ensino de qualidade a esses estudantes.

Dados da pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis, na sigla em inglês), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostram que os educadores reconhecem ter dificuldade para atuar com turmas onde há crianças com deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento.
Apenas 11% dos professores do 5.º ao 9.º ano do Brasil disseram atuar em salas de aula com ao menos 10% de alunos com alguma deficiência - a média dos países da OCDE é de 27%. Apesar de 73% dos docentes afirmarem que receberam algum tipo de orientação sobre como atuar com alunos com deficiência durante a graduação, 58% dizem que sentem muita necessidade de ter um treinamento voltado especificamente para o assunto - enquanto a média da OCDE é de 22%.

Nos últimos quatro anos, o Brasil registrou aumento de matrículas de alunos desse grupo na educação básica, com 90,9% deles estudando em classes regulares, como é recomendado. No entanto, não há levantamento que indique quantas crianças com algum tipo de deficiência ainda estão fora da escola. 

“É um problema que ainda estamos enfrentando a passos lentos e não sabemos nem quão longe estamos de resolver. Além disso, há diferenças regionais preocupantes. Em Estados ricos, como São Paulo, a inclusão é maior. Em regiões mais pobres, essas crianças não chegam à escola”, diz Maria da Paz Castro, a Gunga, que atua na formação de professores e é assessora de educação inclusiva em escolas particulares. 

O baixo índice de inclusão também está ligado à prática ilegal de uma parte dos colégios particulares, que se nega a matricular crianças com deficiência ou cria “cotas” para um número máximo de estudantes desse grupo por turma.

A arquiteta Karen Neves, de 42 anos, enfrenta há anos dificuldades para encontrar uma escola inclusiva para a filha Nina, de 8 anos, que tem autismo.
A família mudou para São Paulo para que a menina pudesse ter acesso a educação e tratamento de melhor qualidade. “Morávamos em Poços de Caldas (MG), ela passou por duas escolas e percebi que não tinham condições de dar a educação que minha filha precisa. Em uma das delas, foi ‘convidada a sair’ aos 2 anos de idade e na outra, por mais boa vontade que houvesse dos professores para incluí-la, não tinham conhecimento ou experiência.” 

Para Maria da Paz, escolas que sejam de fato inclusivas beneficiam a todos e deveriam ser uma demanda de toda a sociedade, não apenas das famílias de crianças com deficiência. “Educação inclusiva significa ensinar a todos os alunos, independentemente da dificuldade de cada um. Todos se beneficiam.”

Segundo o relatório do OCDE, um primeiro passo importante para os sistemas educacionais é investir na identificação e no diagnóstico de deficiências e transtorno dos alunos. “O que professores percebem como problemas de comportamento podem ter outras explicações. O erro de diagnóstico é custoso para os estudantes, docentes e ao sistema educacional como um todo”, diz a entidade. 

A OCDE recomenda que a formação docente inclua uma preparação que ajuda a detectar possíveis transtornos entre os alunos.

Procurado, o Ministério da Educação (MEC) informou que uma proposta de revisão da política de educação especial foi encaminhada ao Conselho Nacional de Educação no fim do ano passado. 

3 perguntas para Miguel ThompsonÉ diretor executivo do Instituto Singularidades


1. O que explica o pouco tempo dedicado ao conteúdo em escolas brasileiras?

Existem muitos aspectos, mas um deles é que somos muito focados na aula expositiva, e ela exige que o aluno fique ali imóvel, olhando. Há muitos atrasos entre uma aula e outra, muitos professores escrevem antes (da aula) na lousa, e tudo isso é dissipação de tempo. Além disso, a possibilidade de dispersão no cotidiano por causa da cultura digital é gigantesca. 

2. Por que as escolas não atendem melhor às necessidades de especiais?

Nós, professores, saímos da universidade completamente despreparados para trabalhar as exceções. E isso não deveria estar a cargo só do professor. Se você trabalha de maneira cooperativa, o próprio grupo pode fazer o manejo dessa diversidade - às vezes nem chegam a ser patologias. Os alunos se ajudam e o professor faz a orientação desse processo. 

3. O que explica a quantidade alta de bullying e intimidação a professores?

No Brasil, até 35% dos professores não são especialistas no assunto (do qual dão aula). Então entra um professor inseguro na sala de aula, e um jovem, quando está em fase de afirmação, vai testar. E há questões externas, do núcleo familiar do aluno, seja pobre ou rico. Muitas vezes o pai do aluno não está lá. O fator social também é importante.

      Retirado do Link:
https://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,docentes-brasileiros-perdem-mais-tempo-de-aula-e-lidam-mais-com-bullying-que-a-media-internacional,70002880516?utm_source=facebook:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-sociais:062019:e&utm_content=:::&utm_term=


segunda-feira, 19 de agosto de 2019

É do Brasil “a primeira pessoa surda no alto escalão dos governos do mundo todo”


   Priscilla Gaspar é a secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Brasil

                         

Falando à ONU News, em Nova Iorque, ela expressou que foi sensível aos ruídos da marginalização na trajetória até chegar à liderança em direitos da pessoa com deficiência. A conversa aconteceu com o apoio do intérprete Sérgio Nogueira.

Particularmente, a minha experiência é apenas de discriminação. Sempre sofri muito bullying, sempre fiquei isolada. Então, sempre me sentindo excluída enquanto pessoa surda, usuária de uma língua visual. Então, o meu sonho é que possamos ter uma real inclusão social de todas as pessoas com deficiência para que as pessoas possam desenvolver a sua autoestima, para que possam estudar, fazer graduação, desenvolver suas tarefas no emprego e que se sintam reconhecidas e tenham os seus direitos respeitados.”

A entrevista, a representante destacou que no percurso até à nomeação ao cargo, em janeiro, não deixou para trás as pessoas cuja caminhada até o sucesso será marcada pelas barreiras que as distinguem de indivíduos sem as mesmas desvantagens.

Priscilla Gaspar é professora de Língua Brasileira de Sinais e faz parte de um programa dessa área que promove a acessibilidade. A graduada em Letras, Libras e Pedagogia é pós-graduada em Docência Superior e mestre em Educação e Currículo.

“Na verdade, eu sou a primeira pessoa surda no alto escalão dos governos do mundo todo, tão próximas ao presidente, ao chefe de Estado. Penso que nós temos que desenvolver mais acessibilidade. Nós sabemos das limitações e as barreiras, e a acessibilidade é a chave que abre, que derruba essas barreiras

Eu espero que nós possamos juntos com essas chaves abrir essas portas e derrubar essas barreiras para uma real inclusão social.”
CondiçãoNa conversa, Priscilla Gaspar destacou o desafio diário de liderar uma área que combate a indiferença. Mesmo abraçando o posto no Brasil, ela disse que essa é uma luta universal.

“A minha primeira experiência numa conferência como essa aqui na ONU. Tenho conhecido diversas pessoas, tenho aprendido muito, e nós precisamos trocar experiências com todos os países, para que possamos de fato garantir os direitos das pessoas com deficiência. O Brasil está à procura disso.”

A representante ressaltou que em sua área de trabalho tem como meta criar facilidades para que grande parte das pessoas com deficiência tenha um percurso similar ao dela.
Retirado do link:
https://www.librasol.com.br/e-do-brasil-a-primeira-pessoa-surda-no-alto-escalao-dos-governos-do-mundo-todo/


Inclusão é assunto para a vida toda, desde cedo Bonecas cadeirantes ou carecas traduzem um novo sentimento a ser cultivado nas crianças


  Passei um feriadão em Lisboa há alguns meses e, visitando uma tradicional loja de departamentos, me deparei com uma boneca muito especial. Linda, suave, alegre e careca, com um lenço cobrindo a cabecinha

                      
Sabe que me emocionei? Pensei nas crianças que fazem quimioterapia e podem se identificar com a bonequinha sem cabelos, como elas. E depois acabei sabendo que essas bonequinhas fazem parte de um projeto de conscientização e de inclusão para crianças. Naquela mesma semana, li que a boneca norte-americana Barbie ganharia uma versão cadeirante!


Liguei os pontos imediatamente. Bonecas e bonecos são projeções do mundo à nossa volta. E essas novas versões do brinquedo sinalizam para as crianças uma atitude de aceitação, apontam que as diferenças fazem parte do cotidiano. Somos diferentes uns dos outros, não melhores ou piores.

E esse nosso mundo tem gente com variados talentos, dificuldades, aparências, ideias, estilos. Um mundo que, idealmente, deveria ter lugar para todas as pessoas, cada uma com sua particularidade. Identificação e aceitação — penso que essas são chaves para uma formação mais generosa das novas gerações
.

 O conceito de inclusão vem pipocando no mundo, sendo discutido, e isso se reflete nessas duas iniciativas do mundo dos brinquedos.
Somos diferentes uns dos outros, não melhores ou piores.
Há que se reconhecer: como humanidade, ainda não estamos  num patamar tão generoso, que inclui e abraça todos os seres.


Mas é na nova geração que se forma o futuro. A psicopedagoga Sonia Maria Braga, diretora pedagógica da Meimei Escola Montessoriana e do Centro de Treinamento Montessori do Rio de Janeiro, abre um horizonte muito amplo nas atitudes inclusivas na educação:
“Tudo começa na família. Irmãos 
são diferentes, filhos não são cópias dos pais”, lembra Sonia. “Educamos
o olhar de nossos filhos no respeito às diferenças, pequenas e grandes. Esse olhar pode ser acolhedor ou excludente, depende dessa condução.”

A escola, claro, também faz sua parte na continuidade da ideia de inclusão e empatia. O método criado pela italiana Maria Montessori, aliás, é uma das abordagens educacionais que mais incentivam o cuidado com os outros.
“A criança cujos pais trazem um olhar de aceitação já terá mais chances de ser generosa com os outros”, continua a pedagoga. “Não se pode querer que uma pessoa seja ótima em tudo, mas há quem espere isso de um filho!”
“Inclusão e aceitação começam na família. Irmãos são diferentes, filhos não são cópias dos pais.”
Sônia Maria Braga

Sonia diz uma coisa muito, muito importante: diferenças são ricas. E a gente enriquece com elas. Isso vai desde entender que o nosso filho tem talentos específicos, como arte ou matemática, até praticar a inclusão nos casos mais visíveis, como, por exemplo, o de pessoas com deficiências físicas ou cognitivas.

“A Barbie cadeirante é a ponta desse iceberg . É importante para chamar 
a atenção para o assunto e pensarmos em inclusão da maneira mais abrangente no nosso dia a dia”, diz a pedagoga.

É isso. Diferenças não ameaçam, mas enriquecem a vida! Quando abrimos o coração para a essência, para o que nos define como humanidade, a vida ganha brilho, e o inestimável, inigualável e essencial sabor da solidariedade.

Muita emoção na formatura do ex-cortador de cana que agora virou médico


  Jonas Lopes da Silva, 30, cortou cana dos 7 aos 15 anos de idade e acaba de colar grau em Medicina pela Universidade de Pernambuco (UPE)

                         

 A difícil trajetória enfrentada por Jonas até conseguir o diploma foi reconhecida por seus colegas em uma homenagem. Ele foi aplaudido pelos outros formandos durante a colação.

“Não existem vidas comuns. Apesar de termos tantos milagres hoje a contar, a turma 95 escolheu um desses milagres para receber o grau (de médico) em nome de todos nós. Antes de ser estudante de Medicina ele lutou contra a exploração de mão de obra infantil nas usinas de cana-de-açúcar no interior de Pernambuco”, disse a oradora da turma Débora Lima.

Em três carros, os pais, os irmãos, cunhados, primos e tios foram prestigiar a conquista do rapaz.
Jonas trabalhava com a mãe cortando e limpando cana-de-açúcar nos engenhos da cidade de Joaquim Nabuco, na Zona da Mata pernambucana, onde mora com sua família.
“Foi um tempo difícil. Meu pai é pedreiro, somos sete filhos. Ele viajava para outros Estados para arrumar trabalho, enquanto minha mãe cuidava da gente. Se não trabalhássemos, não havia o que comer”, conta Jonas em entrevista ao Jornal do Commercio.

A dificuldade financeira não era motivo para que ele e seus irmãos fossem estimulados a estudar.
“Não sou melhor nem pior que ninguém. Apenas corri atrás do que sonhava”, enfatiza Jonas.



segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Modelo com Síndrome de Down é o rosto de marca de cosmética Kate Grant conquistou a marca de cosmética


   A 'Benefit Cosmetics' conhecida pelos seus produtos de
maquilagem, particularmente bronzeadores e rímel, escolheu 
Kate Grant como rosto para a nova campanha de cosmética da
marca na Irlanda

                      

Segundo o 'Daily Mail', a marca descobriu um vídeo da jovem de
 20 anos, no verão 2018, que retratava o seu percurso e ambição
para se vir a tornar modelo.

Numa entrevista ao jornal 'Metro', Deidre Grant, mãe da jovem,
 falou da importância do papel da filha no mundo da moda. "Ela
está a abrir o caminho para as pessoas que a vão seguir", disse.

"A equipa apaixonou-se de imediato pela Kate e pela sua energia
contagiante. Fomos cativados pela forma como gosta da vida e de
 como é determinada. Incorporou tudo o que representamos como
 marca, sabíamos que precisávamos de encontrar uma forma de
 trabalhar com ela", disse um representante da marca à publicação
inglesa.




Mãe escreve frases nos lápis de cor da filha para incentivá-la na escola: 'Você é incrível'


  Alessandra Teixeira, de Jundiaí, conta que a ideia veio de um
 post no Facebook e tem ajudado a motivar a pequena Naná, de
 8 anos, que se sentiu amada com a atitude da mãe

                               

"Você é incrível", "não desista",
"tenha coragem e seja gentil".
Com o objetivo de se fazer
presente mesmo estando longe
.


A professora Alessandra Teixeira, da rede municipal de ensino de
Jundiaí (SP), decidiu decorar os lápis de cor da filha Thainá
Teixeira, de 8 anos, com frases de incentivo e lembretes do quanto ela
é especial. 

A mãe, de 35 anos, conta que a ideia veio de um post feito por
uma página de educação no Facebook e foi colocada em 
prática no mês passado. 

"Enquanto a Naná fazia a lição na mesa da cozinha, eu me sentei 
no sofá e comecei a escrever frases como 'Deus tem lindos 
planos para você', 'você é linda' e 'ame e respeite a sua professora
'. Algumas eu copiei da própria publicação, outras fui criando de
acordo com os valores que procuro ensinar à Naná. Digo a ela que fiz
os bilhetes porque ela merece esse
carinho", explica.
 

De acordo com Alessandra, apesar de ser uma menina muito
esperta, Naná às vezes têm preguiça na hora de fazer as
tarefas da escola e os bilhetes têm ajudado a motivá-la.
"

Percebo que ela está mais caprichosa e amo vê- la lendo
as frases enquanto faz a lição." Thainá está no terceiro ano do
ensino fundamental e conta que se sentiu amada com o carinho e
 a simples atitude da mãe. 

"Na hora eu já falei para a minha mãe que eu amava muito ela e
agradeci muito. A minha sensação foi ótima, o carinho da minha
 mãe foi para que, quando eu estivesse longe, ela quis que eu
 sentisse que ela estivesse perto", comenta.


Para Alessandra, a relação entre as duas
tem muito do que foi a relação dela com a própria
mãe, que morreu quando ela tinha 19 anos. 

"Tem muita cumplicidade e amor envolvidos, mas tem muito respeito 
também de ambas as partes. Embora a Naná só tenha 8 anos,
a gente já passou por muita coisa juntas, o que fortaleceu esse
 vínculo que temos. Costumo dizer que ela é o meu Chicletinho ' e
 eu adoro esse grude", conta.

Mesmo assim, a professora quer que a menina tenha
consciência de que a mãe  não pode estar com ela
em todos os lugares.

 "
Eu dou todo o amor que posso, mas também
dou autonomia. Procuro ter qualidade no tempo que passamos juntas,
procuro orientá-la para que seja uma pessoa ímpar e transmito a ela
todo o amor que me foi dado."
 

Além de Naná, Alessandra ganhou mais um filho 
há dois anos: o enteado Victor, um pré-adolescente
de 10 anos. Apesar de ser mais tímido e reservado
, ele ficou bastante animado quando a madrasta se
ofereceu para fazer os lápis para ele também.
"Fiquei muito feliz com
a reação dele.

 Antes ele vivia com a avó, mas temos uma relação
maravilhosa e eu acredito que os lápis são mais
uma forma de demonstrar  todo o carinho que eu sinto
por ele", completa