Há seis anos, Amy “Dolly” Everett era a garota-propaganda de uma marca de chapéus australianos e estrelava anúncios sorrindo ao sol. Na última semana, ela voltou à mídia, mas por outro motivo: tirou a própria vida aos 13 anos
O caso choca, mas está longe de ser o único. No início de
dezembro, duas garotas norte-americanas também se suicidaram por conta dos
ataques constantes de colegas. Rosalie Avila, de 13 anos, deixou cartas aos
pais em que afirmava se sentir “feia” e “perdedora”. E a menina Ashawnty
Davis, de apenas 10 anos, se foi depois que um vídeo onde aparece brigando com
um agressor foi divulgado em uma rede social.
Não é toda vítima de bullying que corre risco de suicídio, mas a
relação entre uma coisa e outra é inegável. “É um conjunto de fatores, o
assédio e as agressões constantes se somam à autoestima rebaixada e ao
desespero de não conseguir sair daquela situação”, explica Leila Salomão
Tardivo, professora do Departamento de Psicologia Clínica da USP (Universidade
de São Paulo).
Embora o
suicídio seja a face mais sombria e rara do bullying, há uma lista extensa de
outras consequências dele para a saúde mental da criança e do adolescente, da
automutilação à depressão, que repercutem pelo resto da vida.
9
passos para proteger jovens do bullying
·
Atenção aos sinais
Crianças e adolescentes são seres que
costumam viver em grupo. Então se o jovem
não quer mais ir para a escola, não tem
amigos ou não recebe convites para eventos
sociais como festas de aniversário, ligue o
sinal de alerta. Monitore o uso da internet,
comportamentos depressivos e
sinais
físicos de agressão. Queda súbita no desempenho escolar é outro sinal
do problema.
o Aumente a comunicação
Pergunte sobre a rotina, como foi a
escola, a
hora do recreio, com quem o filho sentou
e por aí vai. Mas se certifique de demonstrar interesse genuíno,
abrindo caminho para que ele fale
sem sentir que está tendo sua privacidade invadida.
Monitore a presença digital Na
internet, o bullying ganha uma dimensão ainda maior. Converse
desde cedo sobre comportamento
online, especialmente o respeito à imagem alheia.
Os ensine a proteger a própria
privacidade e a criarem senhas seguras.Se usar algum software de
monitoramento ou checar o celular do jovem, seja sincero sobre o
assunto.
§
Leve a criança a sério
Ao primeiro relato de bullying, não
minimize. Pergunte se a criança contou o ocorrido
ao professor ou à diretoria da escola e vá até a instituição
caso isso já tenha sido feito e a situação perdure.
Pedir para a criança ignorar ou revidar
não ajuda, até mesmo porque, geralmente, a vítima não conseguirá fazer
isso.
§
Entenda o que é o bullying
Para que ele ocorra, é necessário haver
agressões constantes entre um grupo de iguais, onde os papéis não se alternam:
um grupo sempre é o agressor, há uma ou mais vítimas, que não revidam, e
testemunhas que podem tanto sentir prazer em observar a violência quanto ter
medo de serem os próximos da fila.
§
Proteja as testemunhas
Embora a
maior carga emocional seja a da vítima, quem presencia o bullying pode sofrer
pelo medo de que o mesmo ocorra com ele. Assim, as testemunhas acabam muitas
vezes não contando o que viram. Cenário ruim para todos. Por isso. a escola e
os pais devem garantir um ambiente seguro para relatos de agressões.
Fale sobre bullying dentro de
casa
Explique
aos filhos que ele existe, mostre filmes, séries e livros sobre e discuta em
família. Conversar sobre o assunto é uma das melhores armas tanto para prevenir
a formação de um futuro agressor quanto para ensinar a uma criança que sofre
com a perseguição de que aquilo não é nada normal.
§
Certifique-se de que a escola está
cumprindo seu papel
Afinal de
contas, é neste ambiente que boa parte do bullying começa. Os profissionais
devem estar preparados para lidar com esses casos se eles ocorrerem, mas o
ideal mesmo é que haja um trabalho preventivo, que envolva rodas de conversa e
atividades didáticas sobre o tema.
Seja um bom exemplo para a
criança
Boa parte deles tem o exemplo em casa, seja
porque membros da família não respeitam diferenças ou porque brigam entre si e
com a própria criança. Portanto, de nada adiantará apenas brigar mais com o
perpetrador da violência. Se o ato já ocorreu, repense o comportamento do lar e
mostre para o filho as possíveis consequências futuras de sua atitude.
Como,
por exemplo, a possibilidade de ser expulso da escola. E procure ajuda
profissional se necessário, o que vale para cada um dos personagens nessa
triste narrativa: vítima, agressor e testemunhas.
Retirado do link ;
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