Primeiramente vou me apresentar, meu nome é Ana Claudia Busatto de Donato, sou professora da rede pública Municipal de Ensino de São Paulo desde o ano de 2000 e atuo com crianças em idade pré-escolar (4 e 5 anos). Sou Pedagoga e Pós-graduada em Gestão Escolar e Psicopedagogia
O bullying é um assunto de muita importância e abordado com frequência nas escolas de um modo em geral. Não escolhe cor, nem classe social, presente em todas as esferas sociais e comumente encontrado nas instituições de ensino tendo início na infância podendo se estender até a juventude.
E pouco presenciado
na pré- escola, meu foco de atuação profissional. Em geral,nesta fase é comum durante as brincadeiras, crianças brigarem
entre si para disputarem algo (brinquedo) ou atenção de alguém.Algumas vezes
pode acontecer de escapar o xixi na calça por não conseguirem segurar, e os
coleguinhas chamarem com apelidos vexatórios e rirem dela. Outra situação comum
nesta faixa etária é o de falar palavras "erradas" e também sofrerem,
gozações por parte dos colegas. Raramente acontece a violência física
repetidamente numa mesma criança.
Quando
isso ocorre imediatamente são chamadas para conversar a respeito do ocorrido e
são orientadas no sentido daquela que bateu pedir desculpas para o colega e não
mais repetir o ato; e aquela que sofreu a violência recebe o acolhimento da
professora, que conversa carinhosamente, consolando, pegando no colo e
recebendo o carinho das demais crianças do grupo até o retorno à brincadeira ou
atividade que estava fazendo.
Esse assunto geralmente é motivo
de conversa e discussão com todo o grupo a fim de estimular a compreensão e o
incentivo à boas práticas de convivência e respeito.
A postura da escola bem como dos educadores em relação à questão do
“bullying” é coesa no sentido de desenvolver projetos com as crianças no
sentido de desenvolver entendimento de que somos diferentes e devemos nos
respeitar mutuamente.
Construímos também no início do
ano com os alunos regras de convivência que devem ser respeitadas pelo grupo,
onde elencamos as atitudes que devemos ter uns com os outros, como o respeito à
vez e hora de falar, de ouvir o que o colega está dizendo, o uso das palavras como:
por favor, me desculpa, com licença etc.. Desta maneira, acreditamos que
colaboramos para resgatar os valores essenciais ao bom convívio evitando
situações em que elas se hostilizem umas às outras.
A empatia é importante nessa construção.
No início do dia, fazemos a "roda da conversa" onde os alunos têm a
possibilidade de exercitar a escuta atenta do que o colega diz e também de
expor seus sentimentos e pensamentos a respeito de assuntos abordados e
levantados pelas crianças.Elas esperam ansiosas pelo
momento de falar e tem direito a "voz", expressam seus desejos,
sentimentos e muitas vezes conflitos que trazem de casa.
Um momento único onde apesar de
pequenos, discutem caminhos e maneiras de ajudar os colegas em seus dilemas e
questões. Aprendem a respeitar as opiniões dos outros e que nem sempre a sua
própria tem que prevalecer. Desta maneira a empatia é construída levando em
consideração os sentimentos,necessidades,e pensamentos dos outros em diversas
situações difíceis como perdas, mortes, doenças etc.
Numa sociedade onde o
"ter" está acima do "ser", que os padrões estéticos estão
acima dos éticos, os papeis da escola e dos professores são fundamentais para
combater essa, "corrente" que tornam os relacionamentos desumanizados
e frágeis.
O “bullying” em relação ao professor também é uma prática não usual por
parte dos alunospré-escolares, pois estes tem um vínculo afetivo muito grande
com seus professores. A afetividade e a ideia do professor como alguém que
representa de certa forma a figura materna ou paterna ainda é real nessa faixa
etária. As crianças são muito amorosos e próximos dos educadores.
Acredito que a melhor maneira de
controlar o “bullying” é a conscientização e o trabalho iniciando na infância, juntamente
com seus familiares. Não existe um trabalho educativo efetivo sem a parceria
entre escola e família.
"Abrir as portas" e "derrubar os
muros" da escola, bem como chamar para si essa responsabilidade, envolvendo
país, professores, alunos, gestores e outros profissionais, com fóruns e
debates sensibilizando e envolvendo toda a comunidade escolar a fim de juntos, encontrarem
soluções que façam a diferença em nossa sociedade incluindo as pessoas com
necessidades especiais e estimulando a convivência pacífica entre as pessoas
independente de suas diferenças é uma de muitas ações que a escola pode
desenvolver para que essas questões sejam amenizadas e dê bons frutos no
futuro.
Gostaria de dizer para qualquer pessoa que de alguma forma sofra por não
se sentir amada ou respeitada por motivo de “bullying”, que não esconda o que
está sentindo e passando de seus familiares e principalmente dos professores.
Não tenha medo de buscar ajuda em alguém que confie. Abrir o coração e
dividir as angústias, o medo e a tristeza com um conselheiro é o melhor caminho
para a busca da solução do problema e alívio para a alma.Não permita que
ninguém o diminua, acredite que você é especial e importante para sua família e
pessoas que te amam! Busque trazer à sua memória àquilo que te dá esperança e
não acredite naquilo que essas pessoas te dizem. Levante a cabeça, olhe para
frente e saiba que o alvo delas não é você.
Na verdade são pessoas infelizes, frustradas, e que trazem dentro de si
a necessidade de auto afirmaçãoa qualquer custo, diminuindo o outro na
tentativa de buscar um prazer sádico e doentio.
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