segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Poesia escrita pelo Pastor Luciano Alves


                       GESTOS

                    

      Jesus se fez perceber em Seus gestos.

     Trazendo vinho a um casamento.

     Abraçando uma mulher sozinha num poço, ao relento.
    
      Defendendo outra mulher das pedras da religião.

      Curando um homem doente perto de um tanque.

     Matando a fome de gentes, com peixe e pão.

     Matando a sede da alma da multidão, com seu sermão.

     Dando vista a um jovem cego.

    Chamando à vida, um homem morto.

   Sendo grão que cai no chão,

   E que morrendo dá muito fruto.

  Resgatando um discípulo arrasado pela auto decepção.

     Gestos. 

  São palavras e ações que traduzem Deus às pessoas. 

 Que as reanimam, que as abençoam. 

 Que frustram a fatalidade do destino,

 Colorindo quadros, que por natureza, seriam cinza.

 Deus, em sua grandeza, pode se valer até da nossa fraqueza, para o mundo abençoar.
Então, hoje, quais serão os gestos meus 

   Que o poderão revelar?

   (AUTOR :LAS)

'Vai ter branca de turbante, sim': Jovem com câncer retruca advertência de ativista negra


   Em Curitiba, Thauane Cordeiro defendeu seu direito de usar o adereço



           
     O turbante é muito mais que um item de moda. Para mulheres negras, é considerado um símbolo de identidade e luta.
As africanas utilizavam-no para se proteger do sol e, segundo suas crenças, preservar os pensamentos. No Brasil, as negras escravizadas usavam-no para cuidar dos cabelos.
Na Bahia do século 20, as mães de santo reverenciavam a ancestralidade.
Para ativistas do Movimento Negro, quando brancos utilizam turbantes, ocorre a chamada apropriação cultural.
Eles argumentam que há o "uso indevido de elementos de outras culturas por pessoas brancas", como escreveu o militante Leopoldo Duarte.

Quando não-brancos apontamos apropriação fazemos valer a nossa memória. Identificando um padrão recorrente nas interações entre europeus — e seus descendentes — e o resto do mundo: a erradicação dos proprietários originais em benefício ($) exclusivo da branquitude dominante.Leopoldo Duarte, na Revista Forum
As nuances dos indivíduos e as histórias pessoais de cada um mostram, entretanto, que o que pode parecer apropriação cultural à primeira vista pode ser também um instrumento de empoderamento.
Foi o que aconteceu com a jovem Thauane Cordeiro, moradora de Curitiba (PR).
Há cerca de um mês, ela foi diagnosticada com leucemia mielóide aguda.
Devido ao forte tratamento, está careca.
Diante da nova - e dura - realidade e do novo visual, começou a vestir o turbante. Sentiu-se mais bonita.
Ao sair às ruas, começou a enfrentar olhares de reprovação. Até que, em uma estação de transporte, foi parada por uma jovem que a repreendeu.
Eu comecei a reparar que tinha bastantes mulheres negras, lindas aliás, que tavam me olhando torto, tipo 'olha lá a branquinha se apropriando da nossa cultura'. Enfim, veio uma falar comigo e dizer que eu não deveria usar turbante porque eu era branca. Tirei o turbante e falei: 'tá vendo essa careca, isso se chama câncer, então eu uso o que eu quero! Adeus'.Thauane Cordeiro, no Facebook
Ela utilizou a tag #VaiTerBrancaDeTurbanteSim.

       
       Retirado do link :

IDOSOS FAZEM TERAPIA PELA PRIMEIRA VEZ E SUPERAM QUESTÕES ANTIGAS


   Marvin Tolkin tinha 83 anos quando decidiu que uma vida não examinada não valia a pena ser vivida. Até então, nunca lhe ocorrera a possível existência de questões emocionais que quisesse explorar com um psicólogo. “Acho que nunca precisei de terapia”, disse Tolkin, fabricante aposentado de roupa íntima feminina que mora em Hewlett Harbor, em Nova York, Estados Unidos

                        
                        
  Embora não estivesse clinicamente deprimido, Tolkin sofria com enxaquecas e “lutava com um monte de coisas na minha vida — o falecimento de um antigo parceiro comercial, a morte repentina da primeira esposa 18 anos atrás. Ele se preocupava com os filhos, os netos e com o relacionamento com a atual esposa, Carole. “Quando fiz 80 anos, eu pensei: ‘Que se dane tudo isso’. Não sei quanto mais tempo vou viver, quero facilitar as coisas”, afirmou Tolkin, agora com 86 anos.

 “Todo mundo precisa de ajuda, todos cometem erros. Eu precisava ir além das minhas capacidades”.
Assim, Tolkin começou a se consultar com Robert C. Abrams, professor de psiquiatria clínica da Faculdade de Medicina Weill Cornell, em Manhattan. Eles se encontram uma vez por mês por 45 minutos, explorando os problemas que pesam sobre Tolkin. “O dr. Abrams está me dando uma perspectiva na qual eu não havia pensado, tornando muito factível e suportável fazer a transição de viver nesta idade em relação à minha família”.
Tolkin é um dos muitos idosos que buscam ajuda psicológica num período posterior da vida.

 A maioria nunca botou os pés perto do divã de um analista na juventude. Porém, agora, como as pessoas vivem mais tempo e o estigma do aconselhamento psicológico diminuiu, elas reconhecem que a terceira idade pode ser mais fácil se aliviarem os problemas que carregam há décadas.

“Nos últimos cinco anos, temos visto mais octogenários, muitos dos quais nunca fizeram terapia antes”, diz Dolores Gallagher-Thompson, professora de pesquisa no departamento de psiquiatria na Universidade Stanford. “Geralmente, eles tentavam outros recursos, como a igreja ou conversar com a família. Eles perceberam que estão vivendo mais tempo. Se você tiver mais dez ou 15 anos, por que se sentir infeliz se existe algo capaz de ajudá-lo?”

Alguns desses pacientes idosos estão clinicamente deprimidos. Segundo a National Alliance on Mental Illness, grupo de defesa dos doentes mentais, mais de 6,5 milhões de norte-americanos com mais de 65 anos sofrem de depressão.

 Entretanto, muitos lutam com problemas de saúde mental deixados de lado há décadas, além de preocupações contemporâneas em relação a novos arranjos de vida, finanças, problemas crônicos de saúde, a perda de entes queridos e sua própria mortalidade.
“Nunca é tarde demais para quem nunca enfrentou seus problemas”, diz Judith Repetur, assistente social clínica que atua em Nova York quase que exclusivamente com pacientes idosos, muitos dos quais buscando auxílio pela primeira vez.

 “A combinação de tensões na terceira idade pode trazer à tona questões não resolvidas”.
O fato de membros da “maior geração” americana (que conheceu a Grande Depressão e depois lutou na II Guerra Mundial) se sentirem à vontade para conversar com um terapeuta ou reconhecerem a angústia psicológica é uma mudança significativa. Muitos cresceram numa era em que somente os “loucos” buscavam ajuda psiquiátrica. Eles nunca admitiriam para si mesmos – e certamente não para os outros – que algo pudesse estar errado.

“Para os octogenários e nonagenários, a depressão era praticamente considerada uma fraqueza moral”, explica Gallagher-Thompson. “Cinquenta anos atrás, quando estavam na casa dos 20 e 30 anos, as pessoas eram trancafiadas e se jogava a chave fora. Elas tinham um medo terrível de que, caso admitissem a depressão, terminassem internados.

 Assim, aprenderam a ter uma cara boa e esconder ao máximo seus problemas”.
Contudo, essas atitudes mudaram ao longo do tempo, em conjunto com a compreensão da comunidade médica das doenças mentais entre os idosos. No passado, caso um idoso agisse de forma estranha ou tivesse problemas, presumia-se que se tratava provavelmente de demência.

Agora, porém, “cresceu a consciência da depressão, distúrbios de ansiedade e abuso de substâncias como possíveis problemas, afirmou Bob G. Knight, professor de gerontologia e psicologia na Universidade do Sul da Califórnia, e autor de “Psychotherapy With Older Adults” (psicoterapia com idosos, em tradução livre).

Segundo estudo da Administração dos Serviços de Saúde Mental e Abuso de Substâncias (SAMHSA, na sigla em inglês), praticamente metade dos norte-americanos com idade entre 50 e 70 anos vai correr alto risco de abuso de álcool e maconha em 2020, comparados a menos de 9% em 1999.
Antigamente, também existia uma noção entre os profissionais médicos de que um paciente somente poderia ser ajudado depois de certa idade caso já tivesse recebido tratamento. Freud observou que ao redor dos 50 anos, “a elasticidade do processo mental da qual depende o tratamento, via de regra, não existe mais”. Além disso, “idosos não são mais educáveis”. (Vamos ignorar que ele continuou trabalhando até morrer, aos 83 anos.)

“Essa visão foi totalmente modificada pelo que aprendemos sobre psicologia cognitiva e abordagem cognitiva – mudando a forma pela qual pensamos nas coisas, redirecionando suas emoções de um jeito mais positivo”, disse Karl Pillemer, gerontologista e professor de desenvolvimento humano da Universidade Cornell, Nova York, e autor de “30 Lessons for Living” (“30 Lições para a Vida”, em tradução livre).

Regimes de tratamento podem ser difíceis nesta população. Os antidepressivos, por exemplo, podem ter efeitos colaterais desagradáveis e somente se somar à pilha de remédios que muitos pacientes idosos tomam diariamente. Eles talvez sintam que não dispõem do tempo necessário para explorar a psicoterapia ou que é tarde demais para mudar.
Porém, muitos abraçam com entusiasmo a terapia através da palavra, em especial técnicas comportamentais cognitivas concentradas em modificar padrões de pensamento e comportamentos que afetam sua qualidade de vida agora. De acordo com especialistas, os idosos costumam ter um índice de satisfação mais elevado na terapia do que gente jovem porque costumam encará-la com maior seriedade. O tempo é crítico e os objetivos geralmente são bem definidos.

“Os pacientes idosos sabem que o tempo é limitado, precioso e não deve ser desperdiçado”, disse Abrams. “Eles costumam ser mais sérios em relação à discussão e menos tolerantes ao tempo perdido. São ótimos pacientes.”

Após a morte do marido, dois anos atrás, Miriam Zatinsky, assistente social aposentada, agora com 87 anos, foi residir numa casa independente para a terceira idade no Miami Jewish Health Systems. Não foi uma transição fácil nesse estágio da vida. “Foi muito estranho para mim, e eu parecia não conseguir fazer amigos aqui. Eu não me achava. Estava sofrendo muito”.

O diretor médico de saúde mental do local, Marc E. Agronin, psiquiatra geriátrico e autor de “How We Age” (“Como Envelhecemos”, em tradução livre), disse à paciente que seus problemas eram comuns para alguém na sua situação e a incentivou a fazer amigos.
 Ele prescreveu Xanax para ajudar com a ansiedade, o qual ela afirmou raramente tomar, e a colocou em contato com uma assistente social, Shyla Ford, que Miriam via semanalmente até esta se mudar; agora ela conversa com outra assistente social. As duas criaram uma estratégia de como a idosa poderia se comunicar. E, aos poucos, isso foi acontecendo. “À mesa de jantar, você conversa com as pessoas”, disse Miriam, que se tornou síndica do prédio.
Normalmente, de 15 a 20 sessões de terapia através da palavra bastam para ajudar pacientes idosos, a não ser que existam problemas antigos importantes. Ainda assim, até mesmo questões antigas podem ser superadas.
Após uma depressão debilitadora durante a qual passou três meses incapaz de sair da cama, Judita Grosz, 69, de Pembroke Pines, Flórida, decidiu se consultar com Agronin, que lhe prescreveu medicação. Ela também tentou terapia em grupo, mas não gostou. Ele recomendou técnicas comportamentais cognitivas com a paciente – por exemplo, exigindo que ela se vestisse todo dia durante pelo menos 15 minutos.
Enfim, ela começou a se sentir melhor. “Aprendi a ajustar meu pensamento e não fico tão ansiosa quanto antes”, diz Judita, que desde então começou a fazer e vender joias. “Descobri nesta idade que sou artista, criativa, inovadora e inteligente. Simplesmente despertei para o fato de que tenho mente própria. Isso que é talento maduro.”

Agronin, que ainda a vê mensalmente, afirmou: “Talvez não seja possível ganhar um vislumbre mágico e solucionar vidas inteiras na terapia, mas pode ser possível conquistar uma ou duas metas pequenas e significativas”.

Por vezes, os pacientes idosos precisam é de ajuda para colocar a vida em perspectiva. “As coisas podem ser vistas de forma diferente na terceira idade, aliviando uma culpa e desafiando suposições adotadas há décadas”, disse Abrams. “‘Talvez não tenha sido tão horrível, afinal; quem sabe eu não devesse me culpar.’ Talvez seus piores erros não fossem tão graves e, quiçá, existissem circunstâncias inevitáveis e incontroláveis”.
Tolkin ainda vai ao consultório de Abrams para o checape mensal. 

“Todo mundo tem uma dose de tristeza na vida; a questão de como lidamos com essa dor é o ponto central da vida”, disse Tolkin. “Descobri que minha atitude era importante, e que eu tinha que reforçar o lado positivo o tempo todo.” Ele disse que gostaria de ter tentado a terapia décadas atrás, mas conclui: “Não posso voltar atrás, só seguir em frente”.

 Texto retirado do  Uol e The New York Times News Service

https://psicologiaacessivel.net/2017/02/10/idosos-fazem-terapia-pela-primeira-vez-e-superam-questoes-antigas/  

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Entrevista Ana Claudia (professora crianças em idade pré-escolar (4 e 5 anos)


        Primeiramente vou me apresentar, meu nome é Ana Claudia Busatto de Donato, sou professora da rede pública Municipal de Ensino de São Paulo desde o ano de 2000 e atuo com crianças em idade pré-escolar (4 e 5 anos). Sou Pedagoga e Pós-graduada em Gestão Escolar e Psicopedagogia

                     
    O bullying é um assunto de muita importância e abordado com frequência nas escolas de um modo em geral. Não escolhe cor, nem classe social, presente em todas as esferas sociais e comumente encontrado nas instituições de ensino tendo início na infância podendo se estender até a juventude.

  E pouco presenciado na pré- escola, meu foco de atuação profissional. Em geral,nesta fase é comum durante as brincadeiras, crianças brigarem entre si para disputarem algo (brinquedo) ou atenção de alguém.Algumas vezes pode acontecer de escapar o xixi na calça por não conseguirem segurar, e os coleguinhas chamarem com apelidos vexatórios e rirem dela. Outra situação comum nesta faixa etária é o de falar palavras "erradas" e também sofrerem, gozações por parte dos colegas. Raramente acontece a violência física repetidamente numa mesma criança. 

Quando isso ocorre imediatamente são chamadas para conversar a respeito do ocorrido e são orientadas no sentido daquela que bateu pedir desculpas para o colega e não mais repetir o ato; e aquela que sofreu a violência recebe o acolhimento da professora, que conversa carinhosamente, consolando, pegando no colo e recebendo o carinho das demais crianças do grupo até o retorno à brincadeira ou atividade que estava fazendo.

Esse assunto geralmente é motivo de conversa e discussão com todo o grupo a fim de estimular a compreensão e o incentivo à boas práticas de convivência e respeito.

A postura da escola bem como dos educadores em relação à questão do “bullying” é coesa no sentido de desenvolver projetos com as crianças no sentido de desenvolver entendimento de que somos diferentes e devemos nos respeitar mutuamente.

Construímos também no início do ano com os alunos regras de convivência que devem ser respeitadas pelo grupo, onde elencamos as atitudes que devemos ter uns com os outros, como o respeito à vez e hora de falar, de ouvir o que o colega está dizendo, o uso das palavras como: por favor, me desculpa, com licença etc.. Desta maneira, acreditamos que colaboramos para resgatar os valores essenciais ao bom convívio evitando situações em que elas se hostilizem umas às outras.

A empatia é importante nessa construção. No início do dia, fazemos a "roda da conversa" onde os alunos têm a possibilidade de exercitar a escuta atenta do que o colega diz e também de expor seus sentimentos e pensamentos a respeito de assuntos abordados e levantados pelas crianças.Elas esperam ansiosas pelo momento de falar e tem direito a "voz", expressam seus desejos, sentimentos e muitas vezes conflitos que trazem de casa.

Um momento único onde apesar de pequenos, discutem caminhos e maneiras de ajudar os colegas em seus dilemas e questões. Aprendem a respeitar as opiniões dos outros e que nem sempre a sua própria tem que prevalecer. Desta maneira a empatia é construída levando em consideração os sentimentos,necessidades,e pensamentos dos outros em diversas situações difíceis como perdas, mortes, doenças etc.

Numa sociedade onde o "ter" está acima do "ser", que os padrões estéticos estão acima dos éticos, os papeis da escola e dos professores são fundamentais para combater essa, "corrente" que tornam os relacionamentos desumanizados e frágeis.

O “bullying” em relação ao professor também é uma prática não usual por parte dos alunospré-escolares, pois estes tem um vínculo afetivo muito grande com seus professores. A afetividade e a ideia do professor como alguém que representa de certa forma a figura materna ou paterna ainda é real nessa faixa etária. As crianças são muito amorosos e próximos dos educadores.

Acredito que a melhor maneira de controlar o “bullying” é a conscientização e o trabalho iniciando na infância, juntamente com seus familiares. Não existe um trabalho educativo efetivo sem a parceria entre escola e família.

 "Abrir as portas" e "derrubar os muros" da escola, bem como chamar para si essa responsabilidade, envolvendo país, professores, alunos, gestores e outros profissionais, com fóruns e debates sensibilizando e envolvendo toda a comunidade escolar a fim de juntos, encontrarem soluções que façam a diferença em nossa sociedade incluindo as pessoas com necessidades especiais e estimulando a convivência pacífica entre as pessoas independente de suas diferenças é uma de muitas ações que a escola pode desenvolver para que essas questões sejam amenizadas e dê bons frutos no futuro.

Gostaria de dizer para qualquer pessoa que de alguma forma sofra por não se sentir amada ou respeitada por motivo de “bullying”, que não esconda o que está sentindo e passando de seus familiares e principalmente dos professores.

 Não tenha medo de buscar ajuda em alguém que confie. Abrir o coração e dividir as angústias, o medo e a tristeza com um conselheiro é o melhor caminho para a busca da solução do problema e alívio para a alma.Não permita que ninguém o diminua, acredite que você é especial e importante para sua família e pessoas que te amam! Busque trazer à sua memória àquilo que te dá esperança e não acredite naquilo que essas pessoas te dizem. Levante a cabeça, olhe para frente e saiba que o alvo delas não é você.

Na verdade são pessoas infelizes, frustradas, e que trazem dentro de si a necessidade de auto afirmaçãoa qualquer custo, diminuindo o outro na tentativa de buscar um prazer sádico e doentio.

'Phelps espanhol' é cego, terminou Ironman e agora vai à África nadando


       Enhamed Enhamed tinha oito anos quando ficou cego repentinamente, culpa de um descolamento de retina


                                     

              

                                           

            A agonia que sentiu, segundo ele, parecia interminável. Mas um ano depois ele começou a nadar. Não parou nunca mais. Esse é o início da história do espanhol que já ganhou cinco medalhas de ouro em Paraolimpíada, terminou um Ironman e agora se prepara para um desafio tão difícil quanto: uma travessia aquática de 14,4 km.


Enhamed é totalmente cego. E isso não impede seu plano de sair da Espanha e chegar ao Marrocos atravessando o Estreito de Gibraltar a nado. Na verdade, ele diz que só tem tantos feitos na carreira esportiva 
“graças” ao problema que enfrentou ainda na infância .




“Sem dúvida, nada do que consegui teria acontecido se eu não tivesse perdido a visão. Hoje me considero um cara normal, mas talvez o que me diferencie dos demais é minha vontade e a forma positiva como encaro a vida”, resume ele .




Para atingir seu novo objetivo na travessia aquática, Enhamed tem um treino duro. Diariamente, ele nada 3.500 metros e faz uma hora de musculação. Aos sábados, treina com bicicleta. E uma vez por semana ainda faz remo.


A rotina é puxada, mas ele está acostumado. Em 2014, o espanhol se tornou o primeiro cego de seu país a terminar um Ironman, a tradicional e difícil prova de triatlo que consiste em 3,8 km de natação, 180 km de ciclismo e os 42.19 metros de corrida. Desde então, ele tem dividido suas experiências com outras pessoas que têm alguma deficiência.




Foi o esporte que ajudou Enhamed a encarar a perda da visão. Ele começou aos 9, mas foi aos 13 anos que decidiu levar a sério a natação. Aos 17, ganhou duas medalhas de bronze na Paralimpíada de Atenas-2004. Depois em Pequim-2008 , conquistou os quatro ouros que lhe renderam o apelido de “Michael Phelps espanhol”.




Enhamed ainda faturou mais um ouro e duas pratas em Londres, aumentando uma vasta coleção de medalhas de campeonatos mundiais, europeus e nacionais.

Mas ele avisa que sua maior conquista foi aprender a dar valor às coisas. “A sociedade se queixa de problemas que não têm importância. As pessoas geralmente não dão valor às coisas enquanto não as perdem. No meu caso, isso aconteceu com minha visão.

             Retirado do link :




Jovens com deficiência auditiva tiram nota 1.000 na Redação do Enem


          Bernardo Manfredi e Rodrigo Andrade estão entre os 77 que obtiveram nota máxima no exame

                           
                                   
   Desde crianças, eles superaram as dificuldades da deficiência auditiva para estudar e na edição de 2016 estiveram entre os 77 candidatos de todo o País que tiraram nota mil na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Bernardo Manfredi, de 19 anos, foi aprovado em Filosofia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na PUC-Rio. Rodrigo Andrade, de 17, em Psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF) e no Mackenzie.


 Manfredi foi vítima de uma infecção em uma maternidade em Cabo Frio e os médicos chegaram a dizer que ele não sobreviveria. Depois de ser transferido para outro hospital, passar por cirurgia e receber doação de sangue da irmã mais velha, teve alta. Como sequela, foi diagnosticado com surdez severa nos dois ouvidos, disgrafia profunda (dificuldade na escrita) e transtorno psicomotor nas mãos e nos braços.

“Os médicos deram diagnósticos horríveis, diziam que ele não faria nada sem mim. Mas insisti muito para estimulá-lo, ele é um milagre”, contou Carmem Pereira, de 61 anos, mãe do jovem.

Desde pequeno, ele estudou em escolas públicas do Rio, onde enfrentou muitas dificuldades. Teve a matrícula rejeitada no início e sofreu bullying. “No começo, ficava na sala com ele durante toda a aula. Cheguei a entrar na escola para defendê-lo de outras crianças, mas também encontramos professores ótimos, atenciosos.”

Além de ser aceito em mais de 100 instituições públicas, Fies e Prouni, o Enem também ajuda quem quer estudar fora do país

Quando estava no 9.º ano, Manfredi conseguiu uma bolsa de estudos no colégio particular Palas. Ele conta que, apesar de nunca terem dado aula para deficientes auditivos, os professores o acolheram muito bem. “Eles sempre falavam olhando para mim e repetiam quando eu pedia. Eles tinham consciência das minhas dificuldades, mas nunca me tratavam como incapaz. Pelo contrário, sempre me estimulavam a estudar mais.” Manfredi usa aparelho auditivo e faz leitura labial.

Mesmo com dores nas mãos, o jovem conta que escrevia três ou quatro redações por semana - foram 130 durante todo o ano. Ele diz que ficava bravo por nunca conseguir tirar nota máxima e ela só veio no Enem. “A insistência me levou a tirar mil.”

Ele conta ter escolhido cursar Filosofia por acreditar que pode, por meio dela, ajudar a humanidade. “A Filosofia infelizmente não tem o respeito que merece. Até mesmo minha família questionou minha escolha, mas eu acho que o País precisa de pessoas que realmente tenham coragem para inovar. Eu quero inovar a Filosofia. Quero mostrar que ela está em tudo que vivemos, assim como ela é para mim.”Ele se matriculou na PUC-Rio, onde conseguiu uma bolsa integral.

Já Andrade foi diagnosticado aos 5 meses com deficiência auditiva em decorrência de uma meningite. Com a ajuda da família, dos professores e de uma fonoaudióloga, ele sempre foi bem nos estudos no Colégio Pentágono, em São Paulo, que frequentou desde o maternal. “Ele sempre foi ótimo aluno, dedicado e sempre adorou ler. Todo livro que os professores mencionavam em sala, ele pedia para eu comprar. Acho que isso o ajudou a ir bem na redação”, afirmou a mãe, Regiana Andrade, de 48 anos.


Andrade usa aparelho auditivo e faz leitura labial, mas, no ano passado, os professores do colégio passaram a usar um equipamento com frequência modular para que pudesse ouvir com mais clareza. “A escola sempre se dedicou para que ele aprendesse da melhor forma e isso foi fundamental.”

         Retido do link :

http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,jovens-com-deficiencia-auditiva-tiram-nota-1000-na-redacao-do-enem,70001658771

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

GOSTO DO QUE É SIMPLES: UM ABRAÇO, UM OBRIGADO, UM ”SE CUIDA”…


   Gosto do que é simples: um abraço, um obrigado, um “se cuida”. Me considero um fiel admirador das pessoas simples, pois para mim são as mais belas aquelas que se deixam guiar pelo senso comum, pela sua intuição e pelo coração que não conhece artifícios

                 Fato curioso e também inspirador é saber que na atualidade, tanto no aspecto do desenvolvimento pessoal como no campo das grandes organizações, passou a ser moda “resgatar” o valor do simples. De fato, muitos especialistas em marketing e publicidade têm um lema que quase nunca falha: “faça-o simples e algo acontecerá“.

Gosto do cheiro das pessoas simples, é a fragrância do respeito, de um “bom dia” juntamente com um grande sorriso, de um “se cuida” com imensa sinceridade… Não há falsidade nos belos olhares dessas pessoas, nem tampouco em suas almas.

Antonio Machado dizia que “é próprio dos homens de mentalidade pequena investir contra tudo aquilo que não lhes cabe na cabeça”. É sem dúvida um bom exemplo para descrever as personalidades para as quais as coisas sensíveis não têm sentido. Confundem o simples com o “simplista”. A simplicidade não tem nada a ver com ser ingênuo, muito menos com ser inocente.


O poder do simples, das emoções e da inteligência

Recordemos por instantes um dos anúncios com maior impacto da televisão. Estávamos no ano de 2001 e a BMW quebrou padrões com o slogan “

                                 Adoro dirigir

              

                    “. Nesse anúncio, foram deixadas de lado as características físicas do produto e sua tecnologia para falar exclusivamente das sensações que a direção nos proporciona.


Bastava uma mão. Uma mão que saía pela janela, que voava e fluía enquanto se apelava à universalidade de emoções e sentimentos que todos já experimentamos com este mesmo ato tão habitual durante a infância. Não era preciso ver o automóvel, a marca já estava criada de forma magistral.

É aí que se inscreve a modo de exemplo o poder do simples. Não obstante, este anúncio foi por si só um ato de coragem por parte da agência SCPF e dos seus diretores criativos. A eles, como a qualquer outra pessoa que deseja apelar ao valor do simples, do elemental e ao poder da emoções, só podemos dizer o seguinte:

Quem pratica o valor do simples é um “simplista”, alguém que não se esforça em mostrar algo mais profundo, mais sofisticado e elaborado.

Se você é simples, todos serão iguais a você, você não poderá se destacar. No caso deste anúncio, o que alguns podem chegar a pensar é que é tão “simples e tem tão pouca coisa que qualquer um poderia fazer igual”.

Na realidade, quando alguém busca a simplicidade, deve estar ao lado dos melhores pensadores do mundo. Porque como disse Winston Churchill, “


Das complexidades intensas saem as simplicidades mais bonitas


A beleza da simplicidade nos atos do dia a dia

Costuma-se dizer que a vida é como uma teia de aranha. Nossas linhas se mesclam em ângulos estranhos, tomamos caminhos errados, nossos esforços não se correspondem ao que foi alcançado e, finalmente, ficamos presos a estas realidades terrivelmente complexas e sombrias.

-Miguel de Unamuno-Por que é tão difícil, então, nos deliciarmos com a simplicidade dos atos do dia a dia? Por que complicar tanto a vida? De certa forma, isso tem muito a ver com o que indicamos agora há pouco; a alma simples e o olhar humilde são dimensões que não se encaixam muito bem em uma sociedade que associa o complexo ao eficaz, e em consequência, à felicidade.

Nos vendem computadores com muitos programas, celulares com aplicativos infinitos, os salões de beleza nos oferecem inúmeros tipos de tratamentos para o cabelo, e todos os dias nos lembram que é bom ter muitos diplomas, muitos títulos, muitos amigos… A complexidade está associada à ideia de felicidade dourada, que na realidade nem sempre é verdade.


Algo que deveríamos levar em conta é que as coisas grandes acontecem quando se faz bem as pequenas, e para isso, nada melhor do que praticar a arte da simplicidade nos nossos atos do dia a dia.

Avançar com calma, sendo conscientes do que nos envolve e fazendo uso do senso comum e daintuição são sem dúvida as melhores estratégias para desfazer todos os nós dos nossos problemas mais complexos. Devemos confiar um pouco mais no nosso instinto e sermos receptivos à voz do coração.

Às vezes deixamos de lado grande parte da nossa “quota de vida” imersa em esforços infrutíferos que nos separam por completo daquilo que realmente desejamos.

 Por isso, lembre-se de que a complexidade não deve ser admirada, deve ser evitada, pois a arte de saber quais coisas devemos deixar de lado será o único caminho que nos permitirá encontrar aquilo que realmente merecemos.
       
                  Retirado do link :

"Talvez nosso principal erro seja a crença de que a felicidade está fora de nós"


      Sri Prem Baba é vegetariano, mas chegou a trabalhar num frigorífico, teve uma vida religiosa eclética, criou um monastério na Índia e se tornou um mestre espiritual conhecido por seguidores mundo afora

                             



    Nascido no bairro da Aclimação, em São Paulo, Janderson Fernandes de Oliveira desde cedo foi ligado na busca espiritual. Criado pelos avós e fã de Bruce Lee, encontrou na yoga o sossego. “

Um dia um amigo me falou de uma prática chamada yoga, na qual se aprendia a dominar o corpo através da mente. Aquilo me estimulou muito e eu quis experimentar. Me apaixonei pela prática e passei a me dedicar exclusivamente a ela”.
Aos 32 anos, teve uma visão que transformou sua vida. Um velhinho de barbas brancas o chamava para ir a Rishikesh, na Índia. Considerou o sonho uma espécie de sinal, e decidiu visitar o lugar.
 Lá encontrou seu guru, Sri Hans Raj Maharajji, e tempos depois se transformou-se em Sri Prem Baba. Prem significa ‘amor divino’ e Baba, ‘pai’, o que resultou em ‘Pai do amor divino’. Depois disso iluminou-se.

Com um séquito mundo afora, entre eles famosos como Reynaldo Gianecchini, Isis Valverde, Marcio Garcia e Giovanna Antonelli, o líder espiritual lançou recentemente o livro ‘Propósito – A coragem de ser quem somos’ (editora Sextante), onde aborda questionamentos e aponta caminhos que auxiliam na busca pelo sentido da vida, resgatando a fonte de entusiasmo e motivação que nos permite seguir em paz.
Prem Baba é um pouco de tudo e vai conquistando pessoas por onde passa. Brasileiro, se tornou psicólogo e indiano por afinidade. Além de pai, é um buscador espiritual incessante. E guru em pleno Ocidente. Da Índia, onde mora, conversou com A GAZETA.
Por que escrever um livro sobre “propósito” neste momento? 

Percebo que a crise generalizada pela qual estamos passando é devido à inconsciência em relação ao propósito da vida. As pessoas estão cada vez mais desorientadas, sem saber como lidar com os desafios desse momento. Muitas estão completamente perdidas, sem saber o que fazer da vida. Elas se deixam influenciar por crenças sociais e familiares e acabam se desconectando completamente de si mesmas.
O que o senhor espera com o livro?

Que ele possa ser um farol para iluminar o caminho daqueles que estão em busca de um sentido para a vida. Que possa servir ao propósito maior do despertar da consciência coletiva que encontra-se tão adormecida. Que possa ajudar a todos que estão sofrendo sem saber o que vieram fazer aqui, nem que seja para ajudar a pessoa a levantar da cama pela manhã. Que possa iluminar a lembrança de quem somos, pois somente isso poderá nos salvar do colapso.
Estamos no limite de um modelo de sociedade?

Sinto que já temos provas suficientes de que o modelo de sociedade que escolhemos viver não funciona mais. Talvez ele tenha servido em algum momento da nossa história mas chegou ao seu limite.
Me refiro ao modelo materialista, baseado na competição, na busca desenfreada pelo dinheiro e reconhecimento social. Esse desespero nasce justamente do esquecimento de quem somos e do que viemos fazer aqui. Vivemos correndo atrás do dinheiro mas, muitas vezes, nem sabemos pra quê. Tal distorção tem nos conduzido ao fracasso. Enquanto indivíduos e sociedade, nos encontramos frustrados e cansados.
 Queremos mais do que a sobrevivência. A saída é nos voltarmos para dentro para buscar a felicidade no lugar certo. A verdadeira felicidade só pode nascer daquilo que é real. E aquilo que é real nasce da plenitude interior. Plenitude é quando nos sentimos completos por sermos o que somos e consequentemente realizamos o nosso propósito. Esse é o verdadeiro sucesso.
Qual é a maior queixa das pessoas que o procuram?

As pessoas estão buscando um sentido para vida. Elas querem saber o que vieram fazer aqui. Querem alegria, liberdade e prosperidade. Querem ganhar dinheiro com o que gostam de fazer, mas muitas delas nem sabem o que gostam de fazer. Algumas conseguiram um certo grau de realização material e outras ainda nem começaram, mas todas estão buscando um sentido, uma motivação para viver.
Acredita que os seres humanos estão perdendo a capacidade se vincular?  

De certa forma, sim. Vejo que os seres humanos estão cada vez menos inspirados a se vincular. E isso ocorre por diversas razões. Essa tendência faz parte da desconstrução desse modelo de sociedade falido. Estamos ressignificando tudo, até mesmo a forma de nos relacionar.
 O ser humano encontra-se seriamente estressado e traumatizado por tantas eras de sofrimento na forma da guerra, do abuso do poder, da traição, da corrupção e dos infinitos desdobramentos do egoísmo. Mas, apesar dessa tendência de não se vincular ser um produto desse conjunto de traumas (que gerou imagens e crenças profundamente arraigadas no inconsciente coletivo), vejo que, atualmente, uma das principais razões disso é a nossa incapacidade de lidar de forma saudável com a tecnologia.
Ainda estamos no início de uma era tecnológica, aprendendo a conviver com as inovações na área da comunicação. A internet está revolucionando as relações humanas, em todas as áreas da vida. Nesse momento, ainda estamos muito deslumbrados e até hipnotizados com essa novidade. E todo o sistema é construído para nos deixar cada vez mais hipnotizados.

Estamos perdendo o nosso tempo e a nossa presença, que é o que proporciona a possibilidade de nos vincular afetivamente com os outros seres humanos. Acredito que precisaremos de mais tempo para aprender a utilizar essas tecnologias sem ferir a nossa humanidade.
O senhor diz que os pais criam muros que separam os filhos dos propósitos que vieram realizar. Como preparar as novas gerações para enfrentar o mundo?

Eu sinto que somente uma grande reforma na educação poderá melhorar essa situação. Mas essa reforma precisa começar agora, com a reeducação dos adultos - pais e professores. A educação é fundamental na formação da personalidade e no processo de expansão da consciência do ser humano, porém, ela pode facilitar ou dificultar esse processo. 
E para que ela possa ser uma facilitadora, ela precisa trazer autoconhecimento. Porque, na medida em que nos conhecemos, vamos nos libertando de nossas crenças limitantes e nos tornamos capazes de apoiar o desenvolvimento sustentável da personalidade infantil, o que implica em não projetar nossas misérias nas crianças e dar força para que elas possam revelar sua visão e sabedoria para o mundo.
Precisamos primeiro curar nossas mazelas para que possamos educar nossos filhos adequadamente. Cada um precisa fazer a sua parte. Nós desenvolvemos uma metodologia de ensino que já está sendo aplicada em algumas escolas do interior de São Paulo. Essa metodologia tem a proposta de ancorar uma nova educação, que é baseada em valores humanos e espirituais; que incentiva a expressão natural dos dons e talentos das crianças e, consequentemente, a manifestação do propósito das suas vidas.
No que estamos errando como Humanidade?

Temos errado de infinitas maneiras e por isso estamos à beira de um colapso generalizado. São muitos os erros, mas talvez o principal deles (aquele que dá origem a todos os outros) seja a crença de que a felicidade está fora de nós.
 Essa é uma distorção que abre as portas para uma série de conflitos, internos e externos. Por conta dessa crença, deixemos de assumir responsabilidade por aquilo que acontece nas nossas vidas e com isso não tomamos as rédeas do nosso próprio destino.
 Isso faz com que nos coloquemos na posição de vítimas: do governo, do patrão, do vizinho, da sociedade, da vida! É daí que nasce todo o jogo de acusações e toda guerra, quer seja entre indivíduos, quer seja entre nações. Eu sinto que essa é a raiz do nosso sofrimento.
Como cada um pode identificar seu propósito na vida?

Uma forma simples, mas muito poderosa de iniciar esse processo de identificação do seu propósito é fazer uma pergunta a si mesmo: “Se eu não tivesse que me preocupar com dinheiro; se não tivesse que agradar a ninguém, o que eu estaria fazendo? Onde eu estaria nesse momento?” A sugestão, em outras palavras, é você se permitir entrar em contato com os seus sonhos e identificar o que você realmente quer para si mesmo.
Permita-se lembrar da sua infância, especialmente dos momentos felizes, nos quais você pôde ser você mesmo. O que você queria ser quando crescesse? Quais eram as pessoas que você admirava? Quais eram os seus heróis? Então veja se isso, de alguma maneira, se relaciona com os seus desejos atuais ou com a sua vida atual. Com certeza, existe alguma conexão.

Com isso, não estou dizendo para você ser irresponsável e deixar o que está fazendo. Estou apenas sugerindo que você comece a mapear a sua vida. Faça um check-up em todas as áreas: relacionamentos, profissão, dinheiro, saúde, amizades, família e espiritualidade.
Avalie e identifique o que você gostaria que fosse diferente; aquilo que está te perturbando e gerando angústia. Aos poucos, você poderá identificar o que te impede de realizar aquilo que gostaria de realizar. Você entrará em contato com as suas limitações ou crenças, que são vozes internas dizendo que você não pode fazer o que gostaria de fazer.
Você entra em contato com os seus nãos e consequentemente com as suas contradições internas: por um lado você quer, por outro você não pode. Existe um sim e um não atuando ao mesmo tempo no seu sistema.
O senhor nasceu em São Paulo e foi criado pelos avós. O que seus pais faziam?

Conheci meu pai quando tinha 18 anos de idade. Minha mãe era corretora, trabalhou na área comercial de diferentes empresas. Minha avó era do lar e meu avô trabalhava na área de manutenção de uma companhia de cinema. Eram pessoas muito simples.
Aos 14 anos, o senhor foi trabalhar num frigorífico, mesmo já sendo vegetariano. Parece um pouco contraditório. Como foi esse período de sua vida?

Foi o meu primeiro emprego, o único que consegui naquele momento. Eu precisava muito trabalhar, pois não queria depender financeiramente da minha família. Por um lado foi um período muito difícil. Tomei contato com a crueldade com a qual os animais são tratados neste mundo e isso reforçou a minha compaixão por eles e a minha convicção no vegetarianismo. Por outro lado, consegui a independência que buscava. Aprendi muito sobre as coisas do mundo. Sou muito grato por essa experiência.
Quando o senhor se torna guru?

Ser um mestre não é algo que você decida ser, é algo que acontece. Tudo que aconteceu na minha vida me levou a ser o que sou hoje por que esse era o programa da minha alma, o meu propósito. E, como disse anteriormente, meu mestre fez de mim um mestre. Ele apareceu para mim em uma visão quando eu era adolescente, quando ouvi pela primeira vez um mantra hindu; e voltou a aparecer mais tarde para me lembrar que eu precisava ir para a Índia quando completasse 33 anos.
Então, quando chegou o momento, eu fui. E após uma peregrinação por diversos ashrams, eu o encontrei, em Rishikesh. Ele me guiou para a experiência que eu precisava ter para libertar minha mente e ancorar a presença.
Alguma mensagem para este ano?

Eu sinto que é o ano do alinhamento com o propósito maior. Então eu rezo para que possamos nos comprometer com isso.

Que possamos lembrar daquilo que somos e do que viemos fazer aqui. Que possamos realizar o programa das nossas almas para finalmente nos tornarmos elos na cadeia da prosperidade. Que nos tornemos canais do amor.

         
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