Ao classificar a realidade, as pessoas e as coisas, colocamos
tudo dentro de pequenos cativeiros
Construímos prisões para os
outros e nos encarceramos também. Criamos limites, celas, grades que nos
separam daqueles que julgamos diferentes, e portanto, impróprios para o nosso
convívio.
Etiquetamos nossa cor, nosso
colágeno, nossa posição social, nossos bens, nossa reputação, nossa opção
sexual "normal", nossa religião perfeita, nossa família ajustada,
nosso partido político coerente. Não permitimos mudanças, ponderações,
diferenças.
Somos intolerantes com quem
fica "em cima do muro" - como se parar para pensar fosse crime. E
assim vivemos, seres perfeitos, imutáveis, imaculados, acima do bem e do mal.
Subimos em nossas torres e lá observamos o "mundo perdido", sem
perceber que perdidos estamos nós, solitários em nossas celas, aprisionados em
nossas máscaras e cheios de opiniões...
Autor: Fabiola Simões
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