segunda-feira, 29 de abril de 2019

'É preciso oferecer ajuda ao jovem sem expô-lo', diz psiquiatra sobre depressão na adolescência


  Pedro Pan, da Unifesp, diz que escolas precisam se preparar
 para lidar com a doença entre seus muros


                            
Doutor em psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), Pedro Pan, 33 anos, estuda crianças e adolescentes
 em busca de marcadores cerebrais que sejam indicadores do
 risco de depressão, dentro do Projeto Conexão. A pesquisa vem
 se mostrando cada vez mais atual:os casos de depressão entre
 jovens estudantes tem aumentado, segundo educadores.

O desenvolvimento de competências socioemocionais, segundo
ele, dá mecanismos para que os jovens possam nomear melhor
suas emoções e identificar quando estão passando por situações
desconfortáveis.

Quais são os traços que permitem suspeitar que um jovem esteja
 deprimido?
São três elementos fundamentais para qualquer transtorno
 mental: conjunto de problemas, sofrimento e impacto no
 funcionamento. Nunca é um só sintoma, mas um conjunto.

O jovem deprimido fica mais triste, perde o prazer e o
 interesse em coisas que antes o interessavam, como estar
com os amigos ou fazer alguma atividade. Existem sintomas
físicos, como perda de sono, de apetite. É preciso ainda
entender que isso traz sofrimento para o jovem. E tem que
gerar algum impacto no funcionamento. Às vezes, os pais
gostariam que o jovem tivesse
 melhores notas ou mais amigos, mas ele está bem assim. O
 que diferencia a depressão é que ela ocorre quando traz
sofrimento.

Qual é a principal dificuldade ao lidar com a doença na escola?

Equilibrar a necessidade de identificar esses jovens e oferecer
um tratamento adequado de forma a não estigmatizá-los. Isso
 é muito comum, acontece não só da parte dos alunos, mas de
todos os envolvidos: pais de outros alunos, às vezes professores.
É preciso oferecer ajuda ao jovem sem expô-lo. A escola não
pode deixar de agir. Se ela percebe alguma mudança no
comportamento, algum sofrimento, tem que falar com o jovem e
com os pais.

A depressão é curável?

É uma doença que tem tratamento e a maior parte dos jovens
volta a um nível funcional. Mas é muito importante identificar
precocemente. Quanto mais tarde se identifica, mais crônica
ela aparece para tratamento. E menor a chance de um tratamento
 exitoso.

   Retirado do Link:
https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/e-preciso-oferecer-ajuda-ao-jovem-sem-expo-lo-diz-psiquiatra-sobre-depressao-na-adolescencia-23301751


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