Pedro Pan, da Unifesp, diz que escolas
precisam se preparar
para lidar com a doença entre seus muros
Doutor em psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), Pedro Pan, 33 anos, estuda crianças e adolescentes
em busca de marcadores cerebrais
que sejam indicadores do
risco de depressão, dentro do
Projeto Conexão. A pesquisa vem
se mostrando cada vez mais
atual:os casos de depressão entre
jovens estudantes tem aumentado,
segundo educadores.
O desenvolvimento de competências socioemocionais, segundo
ele, dá mecanismos para que os jovens possam nomear melhor
suas emoções e identificar quando estão passando por situações
desconfortáveis.
Quais são os traços que permitem suspeitar que um jovem esteja
deprimido?
São três elementos fundamentais para qualquer transtorno
São três elementos fundamentais para qualquer transtorno
mental: conjunto de problemas,
sofrimento e impacto no
funcionamento. Nunca é um só
sintoma, mas um conjunto.
O jovem deprimido fica mais triste,
perde o prazer e o
interesse em coisas que antes o interessavam,
como estar
com os amigos ou fazer alguma
atividade. Existem sintomas
físicos, como perda de sono, de
apetite. É preciso ainda
entender que isso traz sofrimento para
o jovem. E tem que
gerar algum impacto no funcionamento.
Às vezes, os pais
gostariam que o jovem tivesse
melhores notas ou mais amigos, mas ele está
bem assim. O
que diferencia a depressão é que ela ocorre
quando traz
sofrimento.
Qual é a principal dificuldade ao lidar com a doença na escola?
Equilibrar a necessidade de identificar esses jovens e oferecer
um tratamento adequado de forma a não estigmatizá-los. Isso
é muito comum, acontece não só da
parte dos alunos, mas de
todos os envolvidos: pais de outros alunos, às vezes professores.
É preciso oferecer ajuda ao jovem sem expô-lo. A escola não
pode deixar de agir. Se ela percebe alguma mudança no
comportamento, algum sofrimento, tem que falar com o jovem e
com os pais.
A depressão é curável?
É uma doença que tem tratamento e a maior parte dos jovens
volta a um nível funcional. Mas é muito importante identificar
precocemente. Quanto mais tarde se identifica, mais crônica
ela aparece para tratamento. E menor a chance de um tratamento
exitoso.
Retirado do Link:
https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/e-preciso-oferecer-ajuda-ao-jovem-sem-expo-lo-diz-psiquiatra-sobre-depressao-na-adolescencia-23301751
Nenhum comentário:
Postar um comentário