segunda-feira, 15 de abril de 2019

Às vezes, a ovelha negra é a pessoa mais saudável da família


   Pois é, a aparência não tem nada a ver com a essência humana, mas parece ser tão difícil entender isso

                 
É muito difícil encontrar um parâmetro do que possa ser considerado
normal ou não. Para alguns, a normalidade está atrelada a
comportamentos padronizados socialmente; para outros, tem a ver
 com preceitos religiosos, e por aí vai.
Fato é que, muitas vezes, confunde-se normalidade com calmaria,
quietude e obediência, sendo que uma coisa não necessariamente
 depende da outra.

Quantas vezes nós mesmos não temos uma impressão errada
sobre  alguém que se veste de uma forma totalmente peculiar,
ou possui um corte de cabelo diferente, alguém que
aparentemente  foge ao
que é considerado normal? Ou sobre alguém que abraça as
causas  em que acredita de uma maneira efusiva, brigando por
elas sempre que necessário, até mesmo empunhando cartazes
e saindo às ruas?

 Pois é, a aparência não tem nada a ver com a essência humana,
mas parece ser tão difícil entender isso.
Difícil porque o mundo de hoje se baseia naquilo que se vê,
 naquilo que se ostenta, nas grifes que se vestem, no poder de
 compra, no tanto que se consome. Com isso, torna-se cada vez
 mais difícil enxergar o essencial de cada um, aquilo que a
 pessoa realmente possui dentro de si e consegue viver, praticar,
 sem machucar ninguém pelo caminho. É o que fazemos que
 importa, não o que falamos e aparentamos por aí.

E, nos núcleos familiares, não raro se tomam como ovelhas negras
 justamente as pessoas que contestam, que ousam, que enfrentam o
 que, embora já esteja estabelecido há muito tempo por várias
 gerações, trata-se de algo que precisa ser mudado, oxigenado, a
 fim de se quebrar uma falsa base da zona de conforto que se
 perpetua há anos.

Porque ninguém é obrigado a manter um casamento fracassado ou
 a se vestir seguindo a moda, somente porque sempre foi
assim entre os familiares. Os ousados é que promovem avanços que
 abrem novos caminhos a muita gente sem coragem.

Portanto, é preciso muita cautela ao julgar alguém que já foi julgado,
 pelas pessoas ou pelos familiares, como sendo uma ovelha negra,
 visto que somente a convivência e o tempo é que mostram realmente
 o que cada um é de fato. Muitas vezes, apenas se trata de alguém
 que não se sujeitou a regras e comportamentos ditos como normais,

  sabe-se lá por quem ou por quê, e resolveu viver de acordo
com as batidas do próprio coração. Trata-se, enfim, de alguém que
não se permitiu ser aceito pelos outros em troca da própria felicidade.

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