Título Original: “All
star azul: um hino à amizade”
Todos os anos, chegando próximo ao meu aniversário, me dou
algo significativo de presente. Algo que não entra na categoria de
utilidades e necessidades, mas que carrega certa poesia e algo
nas entrelinhas que só as almas
mais sensíveis reconhecerão.
Pode ser um pingente, uma seleção de músicas ou um livro.
Esse ano me dei de presente um All star azul.
Esse ano me dei de presente um All star azul.
O All star azul fala
de uma amizade. Uma grande amizade.
E eu desejo que meu
All star azul represente isso dentro de mim.
Os amigos que tive e com quem construí uma
história. Uma
história que, mesmo que tenha ficado lá atrás,
como a de Nando
Reis e Cássia Eller, ainda é uma história que
eu gosto de lembrar.
Tenho diversas lembranças memoráveis dos meus amigos,
Tenho diversas lembranças memoráveis dos meus amigos,
principalmente aqueles de uma época importante
da minha vida:
a faculdade.
Ao assistir ao episódio “Por trás da canção” sobre a música
All Star azul, em que Nando conta
a história da letra e a relação
que ele tinha com Cássia, algo muito delicado e doce ressurgiu
dentro de mim. A lembrança desses
meus amigos, as cartas
escritas à mão que
trocávamos nas férias e a simplicidade
de um all star azul.
Acho que é isso. As melhores amizades são aquelas marcadas
pela simplicidade, e até, arrisco dizer, pelas
dificuldades.
São aquelas que foram
construídas num tempo em que
vivíamos duros, contando os trocadinhos na
carteira, ao passo
que tínhamos energia de sobra para varar
noites em claro e
contrariar o manual da saúde perfeita indo
comer pastel na feira
após o raiar do sol.
Os melhores amigos são aqueles que
compartilharam conosco
suas dúvidas e sonhos, e com quem dividimos
nossas primeiras
fossas, ressacas e paixões. São aqueles que
testemunharam
nossos primeiros enganos, nossa necessidade de
crescer a
qualquer custo, nossa
coragem de desafiar as leis da física,
da vida e do tempo.
No documentário “Por
trás da canção”, os convidados contam
sobre a relação de Nando e Cássia, e entre os
depoimentos,
ouvimos frases como: “havia uma identificação
total”, “era um
encontro de temperamentos”, “aquilo lá era uma
coisa muito
acima
do que a maioria das pessoas está acostumada a
viver”, “aquilo
lá era transcendente”, e isso nos dá a
dimensão exata do que
uma amizade
verdadeira pode ser.
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você…
“Estranho seria se eu não me apaixonasse por você…
” Essa frase pode ser
muito boa de ouvir de um namorado (a),
parceiro (a), marido ou esposa. Mas pode ser
ainda melhor vinda
de uma amiga ou amigo
verdadeiro, como foi o caso de Nando e
Cássia. Porque evidencia uma paixão
descomprometida de pele,
mas com verdadeira conexão de almas.
Muitas vezes o
encantamento por um amigo surge da
identificação.Nos
identificamos com aquele cara que diz coisas
que não conseguimos verbalizar e nos sentimos
maravilhados
por aquela menina que assume medos semelhantes
aos nossos.
Dizemos que os santos batem, e a sensação é a
de que
finalmente o mundo faz sentido.
Nando dizia: “nossa
afinidade tinha a ver com uma certa
esquisitice, com
nossa timidez”, e percebemos que isso é real,
verdadeiro e muito
perfeito, pois procuramos no outro algo que
nos ajude a enfrentar nossos próprios abismos
e excentricidades.
Nos perdoamos quando
enxergamos em nossos amigos
a aceitação de nossas
estranhezas.
Dizem que a amizade é
uma aliança contra a adversidade, e
acredito nisso também. São nossos amigos os
primeiros a fazer
pactos silenciosos de
lealdade conosco quando o ensino médio
testa os limites de nossa autoconfiança; os primeiros
a compartilhar conosco experiências de
superação quando
somos rejeitados pelo amor platônico da
adolescência; os
ouvintes de nossos
desabafos quando a vida é mais forte que a
gente; os parceiros silenciosos de nossas
dores não anunciadas,
mas certamente reconhecidas por eles.
Meu all star azul tem o propósito de me lembrar os amigos por
quem carrego paixões.
Paixões movidas a gratidão, experiências,
parcerias, risadas e lágrimas. Cada vez que
sair por aí com meu
calçado poético,
sentirei que estou abraçando cada um dos meus
amigos e carregando uma parte de nossa
história em minhas
andanças. No fundo
imagino que eles gostariam de andar comigo,
pois a lembrança de
nossas afinidades me assegura nossas mãos
dadas pelo caminho e, mais ainda, a certeza de
que, como dizia
Vinícius de Moraes:
“a gente não faz amigos, reconhece-os”…
Retirado do link :
https://www.agrandeartedeserfeliz.com/a-gente-nao-faz-amigos-reconhece-os/
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