Saúde (OMS) afirmou que a violência é a quarta maior causa de morte de jovens entre 10 e 29 anos no mundo
Segundo relatório “Prevenindo a violência na
juventude: uma perspectiva da evidência” preparado pela agência da ONU, em
2015, 200 mil jovens morrem todos os anos vítimas de assassinatos, brigas,
violência entre namorados e… bullying!
Sabendo da gravidade do bullying para a questão
social e da falta de discussão acerca do assunto, o Catraca Livre se empenhou
nesta última semana, entre os dias 26 de setembro e 1º de outubro, para lutar
contra a prática através da campanha #BullyingnãoéMIMIMI.
Não há nada de ruim que possa durar para sempre
Além disso, questionamos aos mais de sete milhões de leitores que nos seguem no Facebook se eles já sofreram ou já praticaram bullying com alguém na escola, no trabalho ou em seus meios sociais.
Além disso, questionamos aos mais de sete milhões de leitores que nos seguem no Facebook se eles já sofreram ou já praticaram bullying com alguém na escola, no trabalho ou em seus meios sociais.
Desse questionário
(anônimo, vale ressaltar) recebemos 569 respostas e os números, apesar de
óbvios, nos chocaram: 92,3% dos leitores do Catraca Livre relatam que já
sofreram piadinhas de mau gosto; diante dos 59,1% que assumem ter praticado
algum tipo de gracinha pra cima dos colegas “diferentes”.
Os relatos dos
leitores mostram que os “motivos” para a prática do bullying estão, em grande
parte das vezes, atrelados a padrões de beleza e de comportamento esperado de
cada gênero. Alguns foram reprimidos por ser gordos ou magros demais, altos ou
baixos demais, de cabelos crespos, negros e negras, meninos com trejeitos
delicados, meninas que gostavam de futebol, entre outros.
Pessoas introspectivas e estudiosas também
sofreram na mão dos colegas, sem falar no preconceito de classes e na
xenofobia, que transforma em vítima muitas pessoas que vêm de outros estados a
São Paulo.
Sempre fui um idiota na escola, e achava que sendo
popular e humilhando as pessoas eu me promoveria.
Veja alguns relatos abaixo:
Veja alguns relatos abaixo:
Eu sofri bullying na
infância, da 3ª à 8ª série [do ensino fundamental], aproximadamente. Talvez
parte disso fosse culpa minha, mas, o que aconteceu foi que durante a minha
criação eu não saía muito de casa e só mantinha contato com meus irmãos e
familiares, o que acabou implicando negativamente no meu “ajuste social”
perante um público tão heterogêneo na escola. Mas eu não boto a culpa na minha
criação
.
.
Muitas crianças se
batiam e zombavam umas as outras por quaisquer motivos e, dado um certo
momento, viram em mim a oportunidade de fazer o mesmo. Como eu era extremamente
tímido, com vergonha até de me locomover pela escola, preferia não dizer nada e
ainda tinha medo de sofrer agressões físicas.
Ninguém me zoava
sozinho, sempre a pessoa precisava ter um público ou um colega, alguém para rir
da piada ou brincadeira de mal gosto, porque não há palhaços onde não há circo.
Com o tempo as agressões verbais tornaram-se físicas e vi pessoas se afastarem
de mim, simplesmente por não quererem andar com o “zoado da turma”.
Como consequência,
aprendi a me desvalorizar, me sentir uma barata e ter vergonha de conversar com
as pessoas, principalmente as do sexo oposto. Até hoje carrego uma mandíbula
meio deslocada, porque alguém quis me bater sem motivo só para dizer que podia,
e algumas cicatrizes internas (não-físicas).
No colégio, a minha
adolescência inteira foi um inferno por causa disso. Sofria humilhações,
ofensas do tipo: “gorda”, “feia”, “baleia”, “bola de isopor”, as pessoas diziam
que tinham nojo de mim e me desprezavam, e eu sempre era solitária e isso
afetou até a minha vida dentro de casa.
Retirado do link :
Nenhum comentário:
Postar um comentário