Cinco anos após adoção de programa finlandês,
percentual de crianças que disseram ter sofrido bullying caiu de 29% para
13,5%;
Um pesquisa que acompanhou
10 mil crianças de 99 escolas holandesas durante cinco anos mostrou impactos
positivos no combate ao bullying. Em 2012, o problema atingia quase 30% dos
alunos, segundo eles mesmos relataram. Em 2017, essa porcentagem caiu para
13,5%.
Além disso, mudanças na legislação e a
orientação sobre como lidar com conflito desde a primeira infância são dois dos
fatores que levaram a Holanda a ter um alto índice de crianças que consideram
seus colegas de escola "legais".
A pesquisa do Unicef
(Fundo das Nações Unidas para a Infância) para avaliar a qualidade dos
estudantes em diversos países mostrou que quase 85% das crianças holandesas
alegam que seus amigos são legais – o maior índice entre os países avaliados.
Política anti-bullying
A Holanda tem uma forte
política anti-bullying: desde 2015 as escolas primárias e secundárias são
obrigadas por lei a combater os casos de bullying.
Nas escolas primárias, crianças são ensinadas
desde os 4 anos a fazerem um sinal de "pare" com as mãos quando não
gostam de uma situação ou quando acham que algum colega ultrapassou algum
limite. Além disso, são estimuladas a logo conversar com um adulto sobre a
situação.
Em 2016, o número de
crianças que alegaram ter sofrido bullying na educação primária caiu para 10% –
comparado a 14% em 2014. Nas escolas secundárias caiu de 11% em 2014 para 8% em
2016, segundo o Ministério da Educação.
“Aqui ninguém implica com ninguém. A gente respeita as diferenças e até
rimos delas. Acho que isso é reflexo da educação que recebemos nas escolas e em
casa desde muito cedo”, diz Faye, de 14 anos, aluna de uma escola secundária em
Amsterdã.
Um estudo da University of Groningen com 10
mil alunos em 99 escolas primárias que adotaram um programa anti-bullying
conhecido como KiVa (criado na Finlândia) mostrou que os casos de bullying
caíram 50% entre 2012 e 2017.
O programa consiste em levar casos de bullying (sejam eles implicância mais leve ou até casos mais graves de agressão) ao conhecimento de toda a classe – da vítima e do agressor. E não apenas restringir os casos às famílias dos envolvidos.
"Conversar a respeito faz com que os
alunos reflitam melhor sobre o que significa fazer ou ser alvo de
bullying", disse René Veenstra, autor do estudo, à imprensa holandesa.
Nas escolas que aplicaram
o KiVa, o percentual das crianças que disseram ter sofrido bullying caiu de 29%
em 2012 para 13,5% em 2017.
Os alunos também alegaram que seus professores passaram a prestar mais atenção quando existe uma reclamação.
"É um problema? Ainda é. Como em quase todas as partes do mundo, as pessoas exigem demais umas das outras. Mas sentimos que, com bastante diálogo e essa tolerância zero nas escolas, para realmente expor o problema para todos, nós coloca no caminho certo”, diz a educadora Monique Van Schaik.
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