Sua influência no caminho de outras pessoas é muito maior do que você consegue imaginar
Estamos
muito próximos. Há incontáveis pessoas nos acompanhando, vendo quase tudo o que
fazemos. Somos exemplo, somos referência, com certeza. Não há como escapar
disso.
As pessoas sentem onde nossa mente está
posicionada apenas pelo nosso olhar, pelo corpo, a cada microexpressão, a cada
direcionamento que tomamos na vida, mesmo aqueles que levam anos. Se nos prendemos
a trabalhos pouco benéficos ou a relações controladoras, é isso que elas ouvem:
“Ok se eu me prender, o outro também vive assim...”
Sem
querer, estamos reforçando jogos aflitivos e visões limitadas que em breve
farão pessoas queridas realmente se estreparem. Esse processo acontece a cada encontro e termina por constituir toda
uma cultura em que ações negativas se tornam cada vez mais naturais. Qual
mente, qual vida, qual olhar estamos oferecendo o tempo todo por aí?
Em
uma pesquisa recente, um time liderado pela cientista política Rose McDermott
constatou que a probabilidade de um indivíduo se divorciar aumenta em 75%
quando ele se relaciona com alguém que está passando ou passou por uma
separação. Por que não aproveitamos o
mesmo processo no âmbito do florescimento humano? Se você começar a parar,
silenciar e treinar clareza e compaixão, todos ao redor serão impactados. Se
você sair por um mês para um retiro no meio da mata para aprender a equilibrar
o brilho no olho sem depender de algum acontecimento, essa possibilidade se
abrirá um pouco mais aos outros.
Não é uma questão de se policiar ou passar uma
boa imagem, mas de entender que cada aflição que nos surge não tem nada a ver com
a história pessoal que parece ser sua causa: é uma estrutura coletiva que já
causou e vai causar muita dor. Então precisamos atravessar, liberar, sorrir
dentro das experiências mais doloridas. Estalar os dedos, acordar, quebrar o
ciclo de reatividade — não só por nós, mas por todas as pessoas.
Se
você já encontrou métodos de transformação refinados há séculos por grandes
praticantes, não finja que não é com você, não ache que esse trabalho sujo é
apenas para seres especiais, mulheres sábias e homens santos. Algumas pessoas próximas talvez nunca
tenham acesso a tais caminhos e professores, mas elas estão conectadas a você,
então admita sua responsabilidade de ser a ponte inicial. Isso não é motivo de
orgulho, assim como não faz sentido chamar de arrogante a pessoa que tem o
telefone dos bombeiros durante um incêndio — calhou de ela poder ajudar.
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