segunda-feira, 26 de março de 2018

11 coisas que quem ama alguém com transtornos mentais deveria saber


    Relacionar-se com uma pessoa com um transtorno mental pode ser desafiador


        
      Os relacionamentos são um desafio para qualquer pessoa, mas para quem batalha contra um problema mental, esse tipo de transtorno pode, frequentemente, ser mais um obstáculo. Um distúrbio mental atua como uma lupa nos problemas. Ele convence quem sofre disso que eles não merecem o afeto de ninguém, podendo causar o seu distanciamento.
Em outras palavras? É puro inferno.

A boa notícia é que conhecimento é poder quando falamos sobre transtornos mentais. Só porque alguém sofre de um problema isso não faz dele alguém menos digno. Abaixo estão algumas coisas que você deveria saber se alguém que você ama sofre de algum distúrbio mental.


1. Um transtorno mental não é algo que é possível simplesmente "superar".

Leva tempo, tratamento e aceitação lidar com um problema mental. Um transtorno mental se desenvolve no cérebro, e isso é algo complexo. Não está "tudo na sua cabeça" nem é um problema que ele pode "fazer desaparecer" (embora, ele deseje muito que isso aconteça).

2. Também não transforma alguém em "louco". 
Você não chamaria alguém que tem câncer de "insano" ou "louco" não é? Então o mesmo cuidado deveria ser estendido a alguém com problema de saúde mental. Uma transtorno mental é tão importante quando uma doença física. Veja aqui alguns outros termos que também deveriam ser evitados.

3. Alguns dias são melhores que outros.

Um dia ela se sente ótima, mas no dia seguinte sair da cama já é uma vitória. E ela nunca sabe quando isso vai acontecer.
4. A mudança repentina de humor não é por sua causa.

Pode parecer que ela esteja chateada com você, mas saiba que não é nada pessoal. Muitos problemas mentais são caracterizados por mudanças de humor, inclusive por sentimentos de raiva, depressão e mania.

5. Dá para controlar...

Com terapia, medicação, exercício, grupos de apoio... a lista é infinita. No entanto, é importante lembrar que o tratamento não é de "tamanho único" então o que dá certo para o primo do seu colega de trabalho, pode não funcionar para ela. E, isso é OK.

6. ...Mas às vezes ela não vai sentir mais vontade de lutar.

E isso pode parecer o fim do mundo. Os especialistas recomendam incentivar a pessoa a ir ao compromisso ou fazer o que for necessário no seu processo de tratamento. Não desista dela nos dias em que ela desiste de si.
7. Há um estereótipo negativo associado ao seu problema.

Existe um grande estigma associado aos distúrbios mentais. Apenas 25% de pessoas com transtornos mentais sentem que os demais têm compaixão ou compreendem o seu problema. A sua compaixão significa bem mais do que você pode imaginar.

8. Abraços ajudam. 

Ligações também. Ou mensagens de texto. Ou sorvete. Ou qualquer coisa que demostre claramente que ela não está sozinho. "Pode parecer incrivelmente sombrio para ele agora", disse previamente Adam Kaplin, professor associado do departamento de psiquiatria e neurologia do Hospital Johns Hopkins, ao HuffPost. "É útil lembrá-lo que os sentimentos são temporários e que você está bem ao lado dele, para quando ele precisar".

9. Pode fazer perguntas.

Educar-se sobre o assunto é meia batalha ganha. Quando mais você sabe sobre o problema, mais fácil será para você entender. Dito isso, se ela não quer falar o que está acontecendo naquele momento, não insista. O silêncio não significa que ela não quer sua ajuda, pode ser que ela esteja apenas processando algo sozinho.

10. É fisicamente debilitante.

Os transtornos psiquiátricos não apenas bagunçam as emoções. Esses problemas, tais como a depressão e a ansiedade, podem causar dores de cabeça, dores musculares, problemas de estômago e mais.

11. Ela reconhece a sua ajuda. 

Mesmo que ela não expresse isso todos os dias. O seu apoio e a sua paciência são vitais no seu tratamento e na sua autoaceitação. Por isso, obrigado.

      Retirado do link:
http://m.huffpostbrasil.com/2015/11/23/11-coisas-que-quem-ama-alguem-com-transtornos-mentais-deveria-sa_a_21684095/

'Racismo é crime, e já estamos tomando as providências perante a lei', diz Giovanna Ewbank



      Titi, filha da atriz e do ator Bruno Gagliasso, foi novamente vítima de ataque racista


                               




                                                           

       Giovanna Ewbank usou o Instagram para se pronunciar a respeito de um vídeo em que Titi, sua filha e do ator Bruno Gagliasso, sofre ataques racistas


"Domingo com amor e a pureza de uma criança. À todos que tem nos mandado mensagens sobre o acontecido, racismo é crime, e já estamos tomando as devidas providências perante a lei. Obrigada", escreveu a atriz


Canais como YouTube e WhatsApp reproduzem um Story - publicação que é apagada automaticamente após 24 horas - em que uma mulher diz que Titi é uma “macaca horrível”. O vídeo teria sido publicado na conta de Day McCarthy, no entanto o perfil não está mais disponível na rede social.

“A menina é preta, tem um cabelo horrível de pico de palha e tem um nariz de preto, horrível, e o povo fala que a menina é linda?", ataca Day McCarthy.
Já se sabe que está Day McCarthy não mora no Canadá e nem é uma socialite é casada com um simples funcionário de uma empresa americana .

  E está sendo processada pelo Bruno Gagliasso e esposa e todo dinheiro que eles conseguirem vai ser doado por intuições de caridades e ONGS . 

     Retirado do link :


http://emais.estadao.com.br/noticias/gente,racismo-e-crime-e-ja-estamos-tomando-as-providencias-perante-a-lei-diz-giovanna-ewbank,70002098048

Em luta contra depressão, Jim Carrey resume perfeitamente o que doença faz no paciente



   Famoso por sua versatilidade, o ator e comediante Jim Carrey falou sobre sua depressão e a luta constante contra a doença, que atinge cerca de 350 milhões de pessoas no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS)


                                        




                                                             

    O ator revelou o diagnóstico em 2004, durante uma entrevista à rede norte-americana CBS News, e chegou a dizer que a doença tem fases mais amenas e outras difíceis: "Há picos e vales, mas eles são sempre cavados e suavizados para que você sinta um permanente desespero e fique sem respostas, mesmo que viva bem", disse na época.

O ator ainda chegou a abordar a capacidade de mascarar a condição: "Você consegue sorrir quando está no trabalho, mas continua em um baixo nível de aflição.”


Como o paciente se sente: ator descreve 

Após anos sem falar sobre o assunto, Jim o retomou em uma entrevista ao site britânico I News. Nela, o ator diz que "às vezes, é feliz" e explica que a depressão vai e volta, mas agora ele aprendeu a conviver e enfrentá-la.


"Neste momento, eu não tenho depressão. Não há uma experiência de depressão. Eu tive isso por anos, mas, agora, quando a chuva vem, chove, mas passa. Ela não fica mais o suficiente para me deixar imerso e me afogar", descreveu.
A declaração do ator resume de maneira exata como a depressão se apresenta e ainda ressalta aspectos importantes da doença:

Depressão não é constante


Diferente do senso comum, ter depressão não é se sentir desanimado e desesperançoso o tempo todo, visto que a presença e intensidade dos sintomas variam. Todavia, o que diferencia a tristeza comum da depressão é a duração dos sinais.

“O problema começa quando o sentimento debilita a qualidade de vida do doente, se manifestando durante a maior parte do dia, quase diariamente, por um período de duas semanas, no mínimo”, explica o psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, superintendente técnico da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Aflição permanente

Em alguns casos, mesmo nos momentos em que os sintomas estão amenos, há uma constante sensação de que algo não está como deveria, a qual pode ser comparada a sentimentos como aflição, agonia e até angústia.
Comportamento "normal" para outras pessoas


Ainda existe o esteriótipo de que ter depressão é passar o dia na cama, sendo que grande parte das pessoas que convivem com a doença podem trabalhar e estudar "normalmente", até mesmo aparentarem felicidade. Jim Carrey é um exemplo disso, já que continuou a trabalhar e até a manter o característico
senso de humor em público, mesmo com depressão.

Apesar disso, existem, sim, pacientes que interrompem integralmente suas atividades diárias, já que o problema pode ser manifestado de diferentes formas.
A busca por informações é a principal tarefa para identificar sinais de depressão menos óbvios e buscar ajuda para si ou outras pessoas.
É controlável


A depressão do ator Jim Carrey mostra que o tratamento adequado pode controlar a doença,
recuperar a qualidade de vida e evitar recidivas, uma vez que o paciente aprende a identificar e lidar com os sinais.



O primeiro passo é buscar auxílio médico. Se o quadro for confirmado, podem ser adotados medicamentos antidepressivos. A terapia com psicólogo e a prática de atividades físicas também são indicados.

       Retirado do link :

https://www.msn.com/pt-br/saude/medicina/em-luta-contra-depress%C3%A3o-jim-carrey-resume-perfeitamente-o-que-doen%C3%A7a-faz-no-paciente/ar-BBFBtMP?li=AAggNbi&ocid=mailsignout

segunda-feira, 19 de março de 2018

Conheça Breno Viola, o judoca que tem síndrome de Down e virou ator de cinema


    O protagonista desta matéria é o Breno Viola, um dos atores principais do filme Colegas, que conta a trajetória de três jovens com síndrome de Down embarcando numa viagem em busca de seus sonhos

                              



Breno tem 31 anos e, além de ator, é faixa preta em judô desde 2002, ou melhor, é o primeiro judoca com Down a conseguir esse feito nas Américas! Ele já participou das Olimpíadas para Deficientes Intelectuais, mundial que aconteceu na Grécia em 2011  e terminou em 4º lugar, além de ser bicampeão mundial em sua categoria. 


“Comecei a fazer judô aos 3 anos. Sempre tive meu irmão mais velho como grande inspiração. Ele também é praticante do esporte. Sou o primeiro down das Américas a conquistar a faixa preta e nunca tive moleza. Na academia, se é para tomar esporro, eu tomo, como qualquer aluno. Sempre fui tratado de igual para igual”, conta em entrevista exclusiva. 
Ele explica que nunca teve regalias dentro do esporte e sofreu preconceito uma única vez. “O motorista do ônibus me chamou de doente. Fiquei muito triste na hora, desci, anotei a placa e o número do ônibus e fiz a reclamação. Infelizmente, não deu em nada, mas foi a única vez que sofri preconceito”, lembra, tristonho.
O judoca diz que estudou em escolas comuns até a 8ª série, depois, “quando os estudos começaram a ficar mais puxados”, passou para uma especial. 
Ainda dentro do esporte, Breno fez um curso de arbitragem, fator necessário para alcançar o terceiro dan (uma das graduações do judô), e se encantou com a nova possibilidade. Ele pretende se tornar juiz num futuro não muito distante. 


Sobre o cinema, ele diz que foi algo quase inesperado em sua vida. Breno já tinha feito teatro (inclusive um musical com Beto Silveira) e uma participação na novela Páginas da Vida da Rede Globo – que retratou o caso da adoção de uma menina com Down -, quando foi escolhido pelo diretor Marcelo Galvão para fazer um teste para o filme Colegas. 
“O Marcelo gosta bastante de lutas e me viu em entrevista no Canal Combate, aí foi atrás do meu contato e pediu para eu fazer um teste. Acabou que fui escolhido e meu papel é inspirado no tio dele, que também era down e foi a grande motivação para que ele fizesse o filme”, conta Breno.
No momento em que fala sobre a relação com o diretor, Breno se emociona. Ele, que perdeu o pai em 2011, tem no agora amigo o espelho para a figura paterna. “É muito gratificante participar de um filme desses, ter uma equipe tão educada, que trata a gente com tanto amor. Eles viraram minha terceira família. O Marcelo é como um pai para mim, sempre presente nos bons e maus momentos”, diz. 
Entre as muitas atividades que desempenha, ele ainda arranja tempo para militar em prol de quem tem síndrome de Down. Ele ajudou a fundar o site Movimento Down e já viajou para vários lugares fazendo palestras e contando sua história.
Como ninguém é de ferro, claro que sobra um tempo para “as namoradas”. Brincalhão, Breno diz estar vivendo um relacionamento aberto e aproveitando o momento de fama. “Tenho um pacto com a minha namorada, todas as famosas que eu conhecer, posso dar um selinho”, explica
E o “trato” está sendo levado a sério. A primeira agraciada com um beijo do ator foi Nanda Costa (protagonista da principal novela da TV brasileira atualmente). Os dois estavam participando da gravação do Altas Horas, de Serginho Groisman, quando ele “fisgou” a morena, tudo na base da brincadeira, é claro. 
“Também sou fã da Juliana Paes e Sabrina Sato, mas a Juliana Didone (que está no elenco de Colegas) é minha musa”, derrete-se. Breno conta que também admira o trabalho de atores como Rodrigo SantoroWagner MouraBruno Gagliasso e Rodrigo Lombardi
Sobre o futuro ele é enfático: “Quero continuar no judô e fazer muitos e muitos outros filmes”. Com toda essa força de vontade e empenho, ninguém duvida que ele vai alcançar tudo o que deseja, não é mesmo?

Retirado do link :



Pessoas boas costumam se ferrar, mas sempre estão felizes


     Infelizmente, quem possui uma essência por demais bondosa inevitavelmente será vítima do mau uso de suas ofertas por parte daqueles que só pensam em se aproveitar, em maldizer, em puxar tapetes, passando por muitas situações difíceis em que terá que confrontar o bem que possui com o mal que rodeia sua vida

                 
  Mesmo que soe a clichê, a filosofia de botequim, não dá para fugirmos à constatação de que a bondade é a porta de entrada de incontáveis decepções. Porque o mundo atual vale-se da distorcida esperteza como válvula de sucesso, ou seja, muitos usam dessa esperteza com má fé, justamente em relação àqueles que confiam neles, àqueles que ingenuamente julgam o coração de todo mundo de acordo com o próprio.

E, por pessoa boa, não se relaciona, aqui, a alguém bonzinho, mas a uma pessoa com olhos limpos e generosos, com mãos que se estendem, com ouvidos atentos e coração leve. Trata-se daquele tipo de pessoa que não se nega a ajudar, que compartilha conhecimento, que divide riquezas da alma, sem apego emocional. Desapegam-se de si mesmas, porque somente se sentem humanas quando são parte de um todo.
São aqueles amigos que nunca demonstram desinteresse por nós, os colegas de trabalho que não são capazes de guardar para si algum tipo de conhecimento, os familiares que se lembram de nós mesmo do outro lado do mundo. Pessoas boas, gratas, sensíveis, com empatia suficiente para saírem de seus mundos e abraçarem o mundo de qualquer pessoa que precise de algo.
Infelizmente, quem possui uma essência por demais bondosa inevitavelmente será vítima do mau uso de suas ofertas por parte daqueles que só pensam em se aproveitar, em maldizer, em puxar tapetes, passando por muitas situações difíceis em que terá que confrontar o bem que possui com o mal que rodeia sua vida, a nossa vida, a vida de quem quer que seja. Triste, mas inevitável, a doçura da amabilidade sempre encontrará a contrariedade ferrenha do ódio amargo dos infelizes.
Pessoas bondosas costumam acreditar no melhor de cada um, pintando a vida com as cores leves da humildade e do acolhimento, desejando a felicidade alheia, pois querem que todos sejam tão felizes quanto elas próprias se sentem. E, ao longo do percurso, irão se deparar com o pior do ser humano, com a mentira, com a inveja, com a mesquinhez, com o mau-humor e a maldade daqueles que jamais serão capazes de sorrir com gratidão.
Mesmo assim, continuarão a sorrir, a caminhar tranquilamente, a acordar com o propósito de ser e de fazer gente feliz, porque é assim que sua alma se torna cada vez mais rica e agraciada com as bênçãos que só quem é alegre com verdade está pronto para receber. Todos os dias.

      Retirado do link :


http://www.contioutra.com/pessoas-boas-costumam-se-ferrar-mas-sempre-estao-felizes/

Crianças com deficiência são transformadas em super-heróis por estudantes de Minas Gerais


    Projeto social de universitários de Itajubá buscou trabalhar a autoestima dos fotografados


                              


                                         

            A Universidade Federal de Itajubá (Unifei), em Minas Gerais, desafia seus estudantes a criar projetos sociais para o evento de empreendorismo 'Bota pra fazer Unifei'. Neste ano, a iniciativa da equipe Happyxel está se destacando ao fotografar crianças com deficiência e as colocarem no papel de super-heróis do cinema. 


      Inspirados pelo fotógrafo norte-americano Josh Rossi, universitários dos cursos de engenharias mecânica aeronáutica, mecânica, controle e automação, produção; química e ciência da computação fotografaram crianças que têm deficiência intelectual e, com a edição de fotos, elas foram transformadas em personagens de filmes e histórias e quadrinhos. 

"Nosso objetivo foi fazer as crianças se sentirem super-heróis por um dia. O projeto tinha que ter impacto na autoestima delas", afirmou Leonardo Santos ao Estadão.  

O universitário de 22 anos ficou com a responsabilidade de editar as fotografias e mudar o cenário, mas essa não foi a tarefa mais difícil. "O nosso maior desafio foi manter as crianças focadas durante o ensaio fotográfico, porque após alguns minutos elas já queriam conversar e brincar."  

    Veja como o ensaio foi produzido:

                             
https://www.facebook.com/estadao/posts/2250175274997522

segunda-feira, 12 de março de 2018

É hora de entender que o bullying está levando ao óbito, diz psicólogo



   Por trás do ato do estudante de 14 anos que, vítima de bullying, foi à escola e abriu fogo contra colegas em Goiânia, há uma teia de problemas que, com a escola no centro, envolve as famílias, as instituições, a espetacularização da violência e também a recorrência de visões radicais na sociedade.




     Essa é avaliação do psicólogo Sergio Kodato, 63, coordenador do Observatório de Violência e Práticas Exemplares ligado à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto onde leciona. "A discussão radical é de uma eliminação do opositor, para, na verdade, não lidar com o conflito", diz.Para ele, os conflitos vão sempre aparecer na escola, mas precisam ser resolvidos.


Pelas informações de colegas, o adolescente que efetuou os disparos sofria bullying, um termo que recentemente ganhou presença no debate, sendo muitas vezes até banalizado. Como é possível relacionar essa discussão com um caso dessa gravidade?
Houve um período que foi quase moda falar em bullying. Depois, parece que foi se esquecendo, mas o bullying acabou se integrando à cultura dos jovens. Tornou-se uma forma dos adolescentes descarregarem sua agressividade elegendo um, dois ou um grupo de bodes expiatórios. Que são intensamente gozados e vitimizados.
 E isso vai calhar com características psicológicas dessas vítimas. É como se houvesse indivíduos que têm vocação para ser bode expiatório, geralmente aqueles chamados de nerds, mais calados, com alguma deficiência.
Mas como isso se caracteriza até que chegue a uma violência mais extrema como essa?
É uma coisa contínua, sistemática, e o jovem vai remoendo. Nesse caso especifico, chama a atenção que o modus operandi é muito parecido com o de serial killers americanos. E episódios como esse são espetacularizados pela mídia. Então, para esse indivíduo, serve como método.
Desde o episódio de Columbine, serial killers são vítimas de bullying que sofrem calados e vão se transformando em uma bomba ambulante. Vão alimentando desejos de vingança. E, como ocorre em outros casos, a espetacularização tem um efeito mimético.
Mas por que a recorrência de casos dentro de escolas?
A escola é um lugar da negociação, é essencialmente onde os conflitos vão aparecer. Nossa luta é que professores e toda equipe se preocupem com medidas de resolução, de modo negociado. Isso não é feito. Isso passa pelos pais, que muitas vezes vão para brigar nas escolas.
Isso afeta todas as escolas de maneira igual?
Existem escolas mais abertas e escolas intolerantes, o que tem a ver com a gestão. Se uma gestão promove a diversidade, a negociação, não deixa acontecer. Se a direção é mais travada, os alunos não enxergam um canal de diálogo. Porque os conflitos precisam ser resolvidos de alguma forma. A escola tem que se preocupar com aqueles que parecem mal humorados, preocupados, porque são os que potencialmente geram situações de conflitos.
E esse jovens acabam se sentindo sozinhos...
Quando você está sozinho, acuado, vai recorrer a essa saída violenta. Porque a representação que tem é que todo mundo está contra você. Acaba gerando uma situação que chamamos de "ideação suicida", e o jovem começa a pensar em matar. "Todo mundo está contra mim, meu pai não sabe o que fazer". E como a mídia já deu um modelo...
Existe uma faixa etária em que a preocupação com esse comportamento tem de ser maior?
Sim, é a adolescência, onde tem o desenvolvimento moral. Que é quando, segundo [o psicólogo Jean] Piaget, o julgamento moral ainda está se formando. Há um processo de desenvolvimento da anomia, depois passa pela heteronomia, onde se radicaliza. [Nesse momento], tenho que entender que o certo é certo, o errado é errado. Depois é que vem a autonomia, quando vai se discutir, fazer o meio termo.
 A escola não propicia essa passagem, a família não desenvolve isso. As instituições no Brasil ainda estão na heteronomia, por isso tem esse radicalismo, um fanatismo. Este é um momento em que a questão moral precisa ser balanceada na escola. Mas tem ainda a questão da impotência e rejeição, seja da família ou dos professores.
Em que medida a violência na sociedade, e o aprofundamento de visões radicais, tem relação com conflitos dentro do ambiente escolar?
Geralmente, a discussão radical é de uma eliminação do opositor, para, na verdade, não lidar com o conflito. Precisamos problematizar o preconceito, por exemplo, mas o que se vê é o acirramento do conflito, do racismo, homofobia, na política.
Como essa escola pode superar um trauma como esse?
Sabe-se que diante de uma situação traumática, tende-se a esquecer e negar. O problema é que a situação traumática volta na sua consciência. Aquele cadáver está ali. A escola tem discutir a segurança do ponto de vista escolar e comunitário, as razões.
A catástrofe e a tragédia, para ser superada, precisa ser expressada. Por isso os artistas representam as catástrofes, é uma forma de elaboração. Se essa escola quiser continuar, vai entrar num período de luto, chorar as perdas, mas tem de pensar nas lições.
E em outras escolas, é hora de falar sobre o assunto é melhor adiar uma abordagem?
É o momento de se preocupar e ver que o bullying está levando ao óbito. Todas as escolas deveriam se preocupar com mecanismos de mediação. Ter urnas, canal de denúncias, para que quem sofre ter a quem recorrer. Os conflitos devem ser resolvidos na sala, porque está se formando cidadania. E precisamos ensinar como encarar os conflitos de forma civilizada.
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RAIO-X
Formação Possui graduação em psicologia (1978), mestrado (1988) e doutorado (1996) em psicologia escolar e do desenvolvimento humano pela USP
Trajetória É coordenador do Observatório de Violência e Práticas Exemplares, da USP de Ribeirão Preto, onde leciona. É autor de "O Brasil fugiu da escola: motivação, criatividade e sentido para a vida escolar" (Ed. Butterfly, 2011)

     Retirado do link :


http://m.folha.uol.com.br/cotidiano/2017/10/1928956-e-hora-de-entender-que-o-bullying-esta-levando-ao-obito-diz-psicologo.shtml

O vereador Wellington Peixoto (PMDB) propôs um projeto de lei que pretende aumentar exigências para a Secretaria Municipal de Educação (SME) agir no combate contra o bullying nas escolas públicas e privadas.



   Vereador propôs a alteração da lei por causa da tragédia na escola Goyases


  O projeto foi apresentado na Câmara Municipal de Goiânia e quer que a SME obrigue as escolas da rede pública, particular e conveniada com o município mantenham um histórico de ocorrências de bullying. Estes relatórios, de acordo com o projeto, deverão posteriormente ser encaminhas à SMS para as providências.


E para que as instituições de ensinos públicos e privados possam se motivar, a proposta quer acrescentar trabalhos educativos sobre o bullying na primeira semana de cada ano letivo.
Segundo a explicação do vereador, a fatalidade que ocorreu no Colégio Goyases em Goiânia estimulou o projeto de lei, já que o adolescente, de 14 anos, autor dos disparos contra os colegas alegou que sofria bullying.
Wellington falou ainda sobre a necessidade de ter mais atenção sobre esse tema: “É preciso que as autoridades e as famílias estejam alertas para que tais fatos não se repitam mais”.

Projeto

Os artigos da Lei 9.073 serão complementados pelo projeto que estabelece medidas de conscientização, prevenção e combate ao bullying.
O vereador acrescentou que o projeto vai passar por uma audiência pública com a presença de psicólogos e profissionais da educação. O projeto vai passar também pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da câmara Municipal. A SME vai ser comunicada para executar as mudanças, caso a proposta seja aprovada.
O projeto foi apoiado por outros vereadores, dentre eles: Cristina Lopes (PSDB), Jorge Kajuru (PRP), Paulo Magalhães e Priscila Tejota (PSD), e Andrey Azevedo (PMDB) que aproveitaram e chamaram a atenção sobre o tema.

   Retirado do link :