Aparência física é um dos principais motivos de bullying. Problema é
considerado de saúde pública
A aparência
física é um dos principais motivos de bullying nas escolas, um problema
considerado de saúde pública. O número de casos de jovens submetidos a
situações de humilhação vem crescendo, de acordo com pesquisa do IBGE sobre a
saúde do estudante brasileiro.
Para quem sofre, não é brincadeira, não tem
graça e pode deixar marcas. "Ficarem chamando de gordo, magro, julgar a
aparência. Eu senti que meu coração ia cair", diz Maria Clara, de nove
anos, vítima de bullying.
Karine Sales Braune é mãe de Maria Clara, que
já teve problemas em três escolas. Eram sempre as mesmas ofensas gratuitas: “A
reação dela é, às vezes, ficar quieta, se fechar".
A menina é
amorosa e tímida. Ficou mais tímida nos últimos tempos, mas prefere perdoar os
colegas. "Ela tenta relevar as
coisas que acontecem com ela. Claro que magoa. Ela não quer tocar no assunto,
pra ela, passou a dor, morreu o assunto. Ela abstrai, perdoa e não quer nem
falar do assunto", relata a mãe.
A mãe pede para ela contar tudo sempre e conta
com a ajuda da escola: “As outras duas escolas mal abordaram o tema. Nessa
escola que a Maria está, eles resolveram prontamente a questão e eu acho que
tem que ser assim".
Mesmo que
muitos pais não saibam, esse sentimento é muito comum entre as crianças e
adolescentes. Quase a metade dos alunos
entrevistados na pesquisa (46,6%) diz que já sofreu algum tipo de bullying e se
sentiu humilhado por colegas da escola.
A
maioria (39,2%) afirmou que se sentiu humilhado às vezes ou raramente e 7,4%
disseram que essa humilhação acontece com frequência e entre os principais
motivos está a aparência.
Comparando
a pesquisa anterior, feita em 2012, o número de casos de alunos que relataram
já ter se sentido assim no colégio aumentou. Em 2015, eram 46,6% dos alunos. Em
2012, eram 35,3%.
Uma escola
no Rio de Janeiro tem um programa de combate ao bullying. São debates, aulas de
arte que começa com os alunos entendendo o que essa palavra realmente significa. Eles
estudaram inclusive a lei do bullying, que diz que o responsável pode até ser
processado se o caso for comprovado.
Pela pesquisa, dois em cada 10 estudantes já
praticaram bullying e as agressões partem mais dos meninos. Gabriel de Castro,
de 14 anos, já sofreu e já praticou bullying, mas com entendimento, as coisas
mudaram: “Fui aprendendo que essas brincadeiras que eu fazia não eram legais e
isso magoava as pessoas".
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