Batalhando por um sonho
Apaixonado por esportes desde
pequeno, Carlos Vasconcelos Filho não teve dúvidas sobre qual faculdade cursar
na hora de fazer o Enem.
Graças à sua dedicação e
ao apoio da família, o rapaz estudou Educação Física na Faculdade dos
Guararapes, em Jabotão dos Guararapes, Pernambuco, e hoje trabalha como
educador físico na Amil. Carlos, carinhosamente chamado de Carlinhos, tem
síndrome de Down e é apaixonado por aquilo que faz.
Ele começou a nadar aos três meses de idade, fez equoterapia,
judô, basquete, tênis de quadra, tênis de mesa, vôlei, frescobol e xadrez.
Esforçado desde pequeno, Carlinhos buscou fazer diferentes atividades ao
mesmo tempo, como curso de matemática e português, curso básico de informática
e hardware e curso de inglês e espanhol por oito anos.
Assim que entrou na faculdade,
a vontade de Carlinhos de aprender e participar ativamente da sociedade só
aumentou. Já no primeiro ano, o jovem atuou como voluntário em um projeto
social voltado à prática de esportes (como arremesso de dardo, de peso e de
atletismo) por pessoas com deficiência.
Carlinhos também sempre buscou seu
lugar no mercado de trabalho. Seu primeiro estágio foi auxiliando em uma
aula de hidroginástica para pessoas da terceira idade e em seguida estagiou em
uma academia de musculação. Em todos esses espaços, o jovem sempre foi muito
respeitado e incentivado por seus colegas de trabalho e alunos.
De acordo com Vania, a
faculdade foi um bom momento para o filho. “O
relacionamento dele com os professores, funcionários e outros alunos foi muito
positivo”, conta. “As pessoas sempre o respeitaram muito.
Alguns souberam conviver melhor com ele do que outros, como
sempre acontece, mas foi uma época muito boa de uma forma geral”. Carlinhos
logo formou um grupo de amigos que sempre ia à sua casa estudar para as provas
ou fazer trabalhos em grupo.
Hoje, depois de formado,
Carlinhos trabalha na Amil e está feliz com o que faz. Ele ingressou na empresa
como digitador e hoje é assistente do professor de ginástica laboral,
trabalhando quatro horas por dia. “Mesmo
quando a ginástica termina, ele continua presente para poder ajudar no que
puder”, diz Vania. Mesmo nos dias em que não tem ginástica laboral, Carlinhos
está sempre por perto, seja montando algum material ou arquivando documentos.
Vania conta que o filho sempre
demonstrou muita maturidade e independência. Ele foi alfabetizado aos oito
anos, começou a trabalhar aos 23 e se formou aos 25. Com o apoio da família,
participava de todas as atividades escolares quando criança e conviveu
intensamente com os seus colegas de escola.
Desde cedo aprendeu a arrumar a sua
mochila de escola, seu uniforme e a tomar banho sozinho. Hoje, aos 25 anos,
fica sozinho em casa se precisar e sabe preparar a própria comida.
“É claro que também enfrentamos vários desafios ao longo do
caminho”, aponta Vânia. “Muitas vezes precisávamos explicar o que era inclusão
aos profissionais que trabalhavam com Carlinhos e fazê-los acreditar no
potencial dele, sem transformar tudo em um faz de conta.
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