terça-feira, 16 de julho de 2019

ACONTECEU COMIGO MÊS DE Julho: A Nossa Vila de cada dia.




 Gabriel De Lucca é jornalista criador do projetobollying e 
também autor responsável pelos textos dessa coluna .

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                                                               ACONTECEU COMIGO
perfis,crônicas e outros textos que envolve superação ,experiências pessoais e bullying  

                                                             
                           
                                                         A Vila 


                      Escrito por Gabriel De Lucca 

                                      
                                        
    Muitos conhecem a Vila de ouvir falar ou de ver o programa Chaves que até hoje faz sucesso no SBT mostrando varias pessoas de diversas culturas e classes sociais dividindo o mesmo espaço comum. Onde o respeito, a amizade, a tolerância, a empatia, a união, o amor ao próximo são a verdadeira essência do que acontece ali. Claro que tem fofocas, brigas, intrigas etc., mas como formamos uma mesma família logo a paz volta a reinar.

A Vila pode ser dizer que é universal a todos os povos e culturas por isto que Chaves ainda faz o maior sucesso já que é o relato profundo e verdadeiro do que acontece em uma Vila, onde todo mundo se conhece e se ajuda.

Eu vivi a minha infância e adolescência em uma Vila de Casas, tenho muita saudade desse tempo, onde as pessoas se conheciam pelo nome , batia se muito papo no meio da rua , as crianças do bairro brincavam ,brigavam ,fazia pequenas traquinagens e se aventuravam todos juntos uma coisa meio turma da Mônica .

Faziam grandes confraternizações como festa junina, Natal , aniversários e etc. que cada um contribuía com o que podia ,era uma festa gastronômica de diversas culturas que unia mais a Vila, se transformando em uma grande família que se divertia junto.
Um cuidava do outro tanto quando alguém viajava e deixava a casa sozinha, o vizinho vigiava para nos. Como também emprestar o ombro amigo diante das dores que todo mundo sofre, ajuda material, alimentícia, financeira se fosse necessário.

Infelizmente com o crescimento de prédios, o viver em Vilas de casas vem diminuído, e com isto a essência do amor, amizade, tolerância, união em prol dos outros vem se perdendo. 

                                 
                                   
   Temos poucas vilas ainda existentes do estilo de Chaves (uma comunidade ou favela é como se fosse uma grande Vila e também a famosa Vila dos caiçaras (pescadores que pescam por sua subsistência ou vende para pequenos comerciantes), pensões são vilas, pelo menos tem a essência de uma Vila. 

E todas as vilas são formadas pelo menino pobre, mas rico de coração como o Chaves, aquele que não gosta de trabalhar como o Seu Madruga (que tem bem o jeitinho brasileiro de resolver as coisas), Chiquinha (menina alegre, espoleta sempre pronta para fazer uma traquinagem e sacanear os amigos).

Quico (o menino rico, um pouco egocêntrico, que da uma esnobada de leve as crianças pobres ao mostrar tudo o que ele tem de caro). Mas por outro lado e uma criança como outra qualquer, meio tonta e infantil em alguns momentos.
Dona Florinda uma mãe totalmente preocupada, que mima muito seu filho e a Dona Clotilde (aquela senhora que é temida pelas crianças, por tentar colocar ordem na casa e é tida como Bruxa).

Seu barriga que cobra os aluguéis e também o Nhonho(garoto comilão CDF) alvo fácil de bullying .

                           
                                   
   No meu caso a minha Vila tinha médico, donas de casa que faziam doce para fora, dona de casa, professoras, uma pessoa que trabalhava na editora Abril, empregadas domésticas, professora de piano e uma das primeiras revendedoras da Avon minha amiga Dona Bernardette está vou falar um pouco mais especificamente mais para frente nesse Texto.

A Vila também pode ser representada por uma família, por uma tribo (como há dos skatistas), por colegas de trabalho, pelas relações de amizade que fazemos durante a vida e principalmente a Vila pode representar a Igreja que frequentamos.

A Vila também pode ser o nosso coração (o interno se distribuindo de forma externa para os outros (que são os nossos bons sentimentos de amor ao próximo )

A Vila nada mais é que um espaço específico onde pessoas de diferentes visões de mundo vivem democraticamente de forma coletiva um respeitando o outro e se unem em prol do bem comum.

Na realidade um país é formado por pequenas vilas ou deveriam ser (que se dá o nome de cidades e bairros)

As redes sociais e o mundo no fundo é uma grande Vila interligada.

Vou tomar a liberdade de falar de uma pessoa que representa muito bem o que é ser a Vila em essência.
Infelizmente soube agora pouco do seu falecimento se trata da minha eterna amiga Dona Bernardette uma senhora de 92 anos que era uma das primeiras revendedoras da Avon ( e aquela empresa que vendia cosméticos / outros produtos através de suas revistinhas)aqui em São Paulo .

                              
                                        
 Bernardete foi um ser humano ímpar. Estava sempre sorridente ,sempre pronta para uma boa prosa , não média esforços para ajudar os amigos .era uma mulher muito batalhadora ,corajosa , soube viver a vida como ninguém . Tinha uma vitalidade invejável.

Nem as dificuldades da vida (que todos temos e ela não era diferente de ninguém também as tinha) e nem a preguiça detinha ela. 

Ela acordava cedo e até seus 90 anos continuava vendendo Avon, ela não vendia só no bairro não. Ela pegava metro e ônibus sozinha para entregar as encomendas as suas freguesas (por toda a cidade, para ela não existia distâncias) ou até mesmo deixar a revista para que depois ligássemos para ela para fazer os pedidos .
Ela desde sempre fazia aquilo que agora é moda no ramo de vendas , ela coloca sempre o cliente em primeiro lugar e sabia como ninguém cativar as pessoas primeiro para si e depois para os produtos que vendia ( ela era de total confiança ) e tinha paixão por seu trabalho .

Era uma vendedora nata ganhou muitos prêmios na área de vendas, sempre foi reconhecida por seu talento. Uma pessoa apaixonante , alegre , divertida e tinha gratidão pela vida . Tinha um jeito tão especial que mesmo que a gente não precisasse tanto, a gente acabava sempre comprando alguma coisinha com ela. 

Fazia um tempo que nós não nos encontrávamos (por conta da rotina da vida e por não estar mais morando na Vila perto dela) com certeza deixará muitas saudades e deixou com certeza muitas lições.

Prometi para mim mesmo gravar uma entrevista para falar de sua história com ela . Mas quis o destino que não fizéssemos, mas deixo aqui a minha homenagem póstuma e espero que nos encontremos lá no céu.

Termino este texto dizendo que nos precisamos continuar sendo como Vilas que nada mais é que estarmos sempre abertos e prontos para construir pontes com os outros e não construir muros de concentro como as vezes fazemos. 

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