segunda-feira, 31 de julho de 2017

Aos olhos tristes é preciso fazer menos perguntas e dar mais abraços


     Quando uma pessoa está triste tendemos a enchê-la de perguntas sobre o que está acontecendo, por que está se sentindo assim, como ela está, como podemos ajudá-la, etc. Contudo, às vezes aos olhos tristes é preciso fazer menos perguntas e dar mais abraços

                           

Porque quando nos sentimos mal e estamos rodeados por uma tempestade de tristeza, a mente e o corpo precisam do apoio emocional de nossos amigos e das pessoas que são queridas por nós.
A tristeza é uma emoção útil e básica que tem como peculiaridade a sua capacidade de promover a empatia dos outros para com a pessoa triste, e assim favorece o apoio emocional para quem precisa de um ombro para encostar.

A normalização e a validação da tristeza



Muitas vezes as pessoas não precisam de palavras de bom humor e sim de corações pacientes que ouçam e ofereçam um abraço quando estão atravessando momentos emocionalmente complicados.
Ou seja, a melhor forma de ajudar uma pessoa que está triste é simplesmente oferecendo a sua presença sem palavras, colocando a mão sobre o seu ombro e olhando-a com carinho e sinceridade.
Porque há momentos em que as palavras sobram e a única coisa que precisamos é que nos deixem tranquilos, poder respirar e colocar em ordem os pensamentos, pois no fim das contas a tristeza facilita a introspecção.
“A nossa sociedade tem cada vez menos tolerância para qualquer tipo de sofrimento e mal-estar. A necessidade de se sentir feliz faz com que muitas vezes não suportemos conviver com a tristeza”
-Narcís Cardonés-

A tristeza, uma linguagem universal



A tristeza é a emoção da pena, da perda, e do prejuízo. Uma experiência que, apesar de negativa, é saudável para nós, já que inspira uma consciência maior de tudo aquilo que nos rodeia.
Esta experiência emocional cresce e permanece quando percebemos que nos encontramos em solidão, pois se soma ao desânimo e gera um morro ou montanha cada vez maior que custamos a assumir e que pode chegar a se transformar em uma patologia e se materializar em um estado emocional insano.


Abraçar certos olhos tristes simboliza o acolhimento e o sustento do mundo no qual se vive, a luta conjunta e o apoio emocional.

Abraçar esse demônios que vêm para nos dizer alguma coisa



Bloquear as nossas emoções é um erro grave. Isto é o que nos ensinam os filmes como “Divertida Mente”. Concretamente, a tristeza nos ajuda através da desmotivação que nos faz refletir, analisar e evocar comportamentos de cuidado para com os outros.
Por isso, assim como costuma-se dizer, se negamos a nossa tristeza e não a demonstramos perdemos tudo isso, não obtendo a oportunidade de receber um abraço longo e carinhoso que nos ajude a lembrar que não estamos sozinhos e que dê apoio a nossos olhos tristes.

A sociedade das receitas de felicidade nos obriga a estar alegres sempre e a não permitir o sofrimento, pois este é visto como anormal e negativo. Entende-se que a tristeza nos transporta para um lugar indesejado e, no fim, caímos na armadilha do desejo excessivo


Por isso, um abraço sem questionamentos nem perguntas nos ajuda a normalizar que podemos estar tristes e que, de fato, devemos aceitá-lo. Que o nosso entorno não julgue e menospreze o nosso estado emocional é essencial para recuperarmos a confiança em nós mesmos.

Porque há abraços que nos ajudam a recompor as partes que estavam quebradas em nossos corações, aceitando que nossos dias têm tantas nuances quanto as nossas circunstâncias, e compreendendo que nossas emoções devem ficar à margem desse supermercado de razões e receitas para quase tudo.
                                Retirado do link :



6 livros e desenhos que explicam a crise de refugiados para crianças


    A crise dos refugiados é um problema complexo até para os adultos. Como explicar para as crianças, então, as razões que levam milhões de pessoas a fugirem de suas cidades e países? 

                                  Algumas obras tentam adaptar o tema complexo ao entendimento infantil. E explicam, de maneira lúdica e sem caírem no simplismo, as razões das guerras e o seu impacto sobre as pessoas. São obras produzidas por especialistas, por entidades e até mesmo pelas próprias crianças refugiadas que mostram, através de sua visão e percepção do mundo, a realidade da guerra.

A Organização das Nações Unidas estima que, hoje, 65 milhões de crianças estejam na condição de refúgio, a maior parte por causa da guerra da Síria, iniciada em 2011.

É considerado refugiado quem deixa seu país em razão de guerras ou perseguições, sejam políticas, religiosas ou étnicas. Abaixo, o Nexo listou algumas das iniciativas que podem ajudar a explicar melhor o tema ao público infantil: A crise dos refugiados para crianças ‘

UM OUTRO PAÍS PARA AZZI

 O livro narra, em quadrinhos, a história de uma família que precisa viajar às pressas para ter uma vida mais segura. Azzi é uma garota que precisa aprender uma nova língua, fazer novas amizades e lidar com a saudade dos parentes que ficaram para trás. A história foi escrita com base na experiência da autora, Sarah Garland, que conviveu com famílias de refugiados. Ela explicou em texto — publicado pela Editora Pulo do Gato — que optou por fazer o livro para quebrar as barreiras do idioma e contar as histórias das famílias de refugiados que conheceu em uma viagem à Nova Zelândia. A personagem Azzi é baseada em um livro de memórias de uma garota judia e em imagens vistas em uma biblioteca neozelandesa. 


’ ‘A CRUZADA DAS CRIANÇAS’

 O livro de Bertolt Brecht narra a viagem de crianças órfãs em busca de um lar durante a Segunda Guerra Mundial. A história mostra a dificuldade em se refugiar e conseguir um lar em segurança. Em 2014, a Editora Pulo do Gato lançou uma versão do livro em português. ‘


A VIAGEM‘

 O livro, inspirado em relatos reais de refugiados, fala sobre a busca de uma família por um novo lar. As ilustrações são da própria autora, Francesca Sanna. No Brasil, o livro foi publicado pela V&R em 2016.


 UNFAIRY TALES

É uma série de animações produzidas pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) com o intuito de humanizar as crianças refugiadas.

O nome da série, em português, significa “Contos de fadas injustos”. O título brinca com a palavra “fairy” (fada) e “unfair” (injusto). Os três filmes contam a história de diferentes crianças afetadas pela guerra: Ivine, 14 anos, é uma menina síria que precisou deixar o seu país de origem rumo à Alemanha. Sua aventura em direção à Europa, acompanhada de seu travesseiro, acaba de se tornar um desenho animado.“

Malak e o Barco” narra a viagem de uma menina em um barco furado. E “Mustafa” mostra as dúvidas que surgem na cabeça de um garoto logo após deixar a sua casa: quem serão os seus amigos? 


UMA VIAGEM POR UM GAROTO DE 16 ANOS 

Um adolescente sírio de 16 anos narrou, em desenhos, sua viagem solitária até a Europa. Identificado publicamente com o nome fictício de “Omar”, o adolescente foi preso tentando entrar ilegalmente no Reino Unido. A “BBC” transformou os desenhos dele em uma animação, legendada em português.

                              Link para matéria: 

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/02/01/6-livros-e-desenhos-que-explicam-a-crise-de-refugiados-para-crian%C3%A7as

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10 desenhos infantis inteligentes e que promovem a igualdade


      Helena tem um ano e oito meses, um bebê, então ainda não vivo naquela linha do pavor que muitos pais se encontram lá pelos 3 anos de idade: o amor pelos desenhos e filmes

                            
  Ela gosta muito, dança, espera, é fofo de se ver, mas ainda não chegamos ao ponto dela pedir produtos da franquia ou querer ver X coisa em Y momento.
Não acredito que TV, tablet e celular são os vilões, acho que com parcimônia são benéficos, na verdade. Meu problema está no conteúdo. Porque produzem material tão ruim para crianças?? Como pessoas que trabalham com o público infantil podem caracteriza-los com tão baixa expectativa? Crianças merecem conteúdo de qualidade. Desenhos e filmes igualitários, longe de sexismo, que desenvolvam a criatividade e relações positivas.


Precisamos mudar a forma como crianças consomem desenhos, porque se os adultos de hoje estão criando o mundo azul e rosa que acreditam ser correto: para tudo! Muda tudo!
Pensando nisso, fiz uma lista de 10 desenhos que procurei muito sobre e vemos aqui em casa. Muitos são disponibilizados no Youtube e no Netflix, que aliás, é a melhor coisa que você vai contratar na vida. 
                     1. O Show da Luna

Está é uma produção nacional, ponto positivo, que tem como protagonista uma menina chamada Luna, que é como toda criança: uma cientista. Ela, seu irmão Júpiter e o furão Cláudio – sim, como o Imperador Romano historiador e escritor – vivem aventuras para solucionar a maior questão do desenho “Porque isso está acontecendo?”. Primeiro temos um desenho muito bem feito, tanto artisticamente, quanto em roteiro.

Os diálogos são divertidos, os assuntos sempre muito interessantes, a ponto de que a família se reúne na sala para ver junto. Em segundo, temos uma protagonista menina, que usa roupas normais, nada rosa, nada fofo, nenhum esteriótipo.
 Ela ama seu irmão e se aventura com ele. A família de Luna não só incentiva, como participa dos experimentos. As questões são reais e a argumentação é sempre muito bacana. Um desenho que incentiva perguntas, descoberta e a real exploração do potencial infantil é sempre fantástico.
Um dia você vai estar lá, fazendo algo e cantando mentalmente “Eu quero saber, porque o gato mia…”. É o desenho preferido da Helena, que agora vive uivando para a Lua e fala Luna para tudo. Nós também amamos.
                                     
                             2. Que monstro te mordeu?

        O número dois também é brasileiro e é um dos desenhos mais lindos que já vi. Não é para crianças muito pequenas, já que sua temática é bem reflexiva. Lali é uma menina meio monstro que foi convidada para o concurso Monstro do Universo por seu amigo Romeu Umbigo.
    E é nesse mundo cheio de monstros coloridos, um cenário maravilhoso, músicas originais e divertidas, que vemos Lali se deparando com sentimentos que podem transformar humanos em monstros quando não discutidos. Na história temos temas como inveja e raiva, sempre abordado de forma muito lúdica e sincera.
É um dos desenhos mais bem produzidos que já coloquei os olhos. É o tipo de projeto que qualquer um venderia a alma para participar. Ele passa na TV Cultura!!!

                                
                             3. Bino and Fino

Este é um desenho produzido na Nigéria e que infelizmente não possui tradução ou legendas em português, mas a importância dele já se mostra exatamente por isso: conhecemos apenas uma versão da história do continente africano. Faz alguns dias que vi o TED da escritora nigeriana Chimamanda Adichie que fala sobre os perigos da história única, como somos apresentados sobre uma versão dos fatos e criamos esteriótipos perigosos; e este, acredito, é um caso que se repete em desenhos infantis.

 O desenho conta a história de dois irmãos que são criados pela avó e é um retrato muito colorido, divertido e inteligente do que [agora] acredito ser a realidade na Nigéria.  

Episodio dublado em português


     
                4. Charlie e Lola

Amor entre irmãos é sempre meu foco quando quero saber se um desenho é bom. Já não basta a cultura de rivalidade que adoram colocar e a realidade, que também nem sempre é fácil, então desenhos que apostam nisso ao invés do amor romântico para crianças, sempre ganha meu coração.
 Lola é uma menina muito, muito energética e cheia de imaginação e, felizmente, possui um irmão carinhoso, que lhe ajuda a dar asas para suas histórias. O mais legal é ver como eles constroem as histórias. Muito simples, muito doce e sempre com situações onde Charlie explica pacientemente coisas para Lola. Gente, sério, isso é legal!
Lola também possuí um amigo imaginário chamado Soren Lorensen, que já me ganha pelo nome.
Tem no Netflix!
                     
                                 5. Milly e Molly

Este desenho produzido pela Discovery Kids é uma adaptação da obra da neozelandesa Gill Pittar, que tem livros lindos e não poderia ter um desenho de menor qualidade. É muito, muito raro encontrar desenhos cujo protagonista não seja branco. O erro é em fazer com que crianças vejam desenhos que não condizem com sua realidade. 

  O mundo não possuí só uma cor, uma língua e uma forma de ver as coisas. Essa é a grande importância de buscar desenhos com diversidade e que respeitem isso de forma leal. Este é o caso. Milly e Molly vivem aventuras, mostram o valor da amizade, discutem assuntos sobre a vivência infantil, quando tantos sentimentos e problemas estão se apresentando pela primeira vez.

                            

             6. Meu amigãozão

Produzido por dois estúdios, um brasileiro e um canadense, esse é um daqueles desenhos lindos de se ver. Com uma arte impecável, um roteiro legal e histórias que ensinam o valor da amizade; passeia por questões como egoísmo e brincadeiras que não funcionam. Esse é um desenho que costumamos ver raramente aqui em casa, mas não porque ele não é bacana.
Talvez, sendo bem radical, Lili não precisava no desenho sonhar tanto em ser princesa. Só. O restante é muito bacana e Yuri, o personagem principal, possuí o melhor amigãozão da história! Gente, juro que queria ter um elefante azul gigante. E é basicamente isso, cada personagem tem seu amigo e com eles vive aventuras, promovendo uma linda sensação de trabalho em equipe e de como podemos buscar experiências inusitadas em lugares óbvios.
                               
                 7. Garota Supersábia

Rita Bastos [sim, ela é latina!] é uma super-heroína que combate os vilões dando uma aula de português. Pronto, em uma frase resumi o quão bacana é esse desenho. Temos uma menina latina, que se parece uma menina latina, o que é mais raro ainda, que caiu na Terra junto com seu macaco, O Capitão Caretas.
Não bastante, os vilões tem nomes como: Doutor Cerebro de 30 Rato, Teodoro Tobias 3º e Dona Redundância. É um desenho muito bem produzido, escrito, divertido, com sentido e a representação dos personagens e da heroína é fantástico.
                                     
                                    8. Peg+Gato

   Você está vivendo e começa a música: Peg e o Gato, Peg e o Gato, Peg e o gato, Peg e o Gato. Veja e depois me conte como você vai dormir com isso na cabeça. Adeus, Caetano. Adeus, bom gosto musical, vai ser Peg e o Gato
   Mas tudo tem um bom motivo e são raros os desenhos que abordam matemática de forma tão legal. Esse é um desenho para crianças pequenas, que consegue conversar sobre números de forma didática e divertida. A arte é linda, acho muito bom quando desenhos usam a dinâmica de que aquilo poderia ter sido rabiscado por uma criança.
                                  
                               9. Inami

Está é uma produção francesa, mas conta a história de um jovem índio na Amazônia. Passa na TV Cultura e é um dos poucos desenhos que conheço que possuem essa temática. Por algum motivo estranho, nosso país não consegue conceber produções infantis contando como são os verdadeiros brasileiros, aqueles que moravam aqui antes do Homem Branco chegar, mas estamos torcendo para que isso acabe logo.
 O desenho não foca em relações familiares, que era o forte da cultura indígena, prefere o velho argumento do menino apaixonado pela menina, mas para pessoas que querem que os filhos tenham contato e apreciem um desenho divertido, que não é absurdo como a maioria, indico sinceramente.
A TV Cultura passava em 2014, mas olhei aqui e nada de novos episódios. Então recomendo procurar no Youtube.
                               
                  10. Tromba Trem

         Mais um brasileiro para a lista, só que este tem uma das histórias mais bacanas que já vi [e tanto socialista, vá]. Gajah é um elefante indiano que se perdeu e vai parar na Floresta Amazônica. Sem memória, ele conhece uma tamanduá chamada Duda, que é super simpática e vegetariana. Depois de entrar numa disputa com uma colônia de cupins cuja Rainha tem certeza que é de Kapax, eles viajam pela América Latina.
 Cada episódio se passa num país e é muito divertido. Em cada lugar tem um novo personagem, que caracteriza a cultura local e Duda é sempre muito doida. Ok, eu fico vendo esse desenho. Me julgue.
                         
                                      Retirado do link :

http://www.naopuledajanela.com.br/2015/03/05/10-desenhos-infantis-inteligentes-e-que-promovem-a-igualdade/

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Fui fazer abdominal e fiquei paraplégica


    E a minha vida hoje é 10 mil vezes melhor por isso


                                              

                                  

       O médico chamou minha mãe para um canto e falou algo. Ela imediatamente caiu no chão, aos prantos. Não consegui escutar a conversa – emergência de hospital é lugar barulhento! Mas naquele momento eu soube: estava paraplégica. E tinha ficado assim por causa de um... abdominal!

O momento em que quebrei a coluna foi filmado

Fazia quatro meses que eu havia virado “rata de academia”. Embalada pelo fim de um namoro e determinada a me livrar de 9 kgs extras que o hipotireoidismo havia colocado sobre meu corpo, acabei viciada em malhar. Por isso, mesmo cansada e suada, resolvi esticar o treino no fim daquela tarde de sexta-feira com uma série de abdominal morcego – aquele em que você eleva e abaixa o tronco enquanto fica pendurada de cabeça para baixo numa barra, sabe?

Enquanto colocava um caixote de madeira embaixo da barra para conseguir subir nela, pedi que um amigo filmasse minha performance. Na terceira repetição, me desequilibrei e caí de nuca no caixote. Em segundos o pessoal da academia me rodeou, desesperado. Mantive a calma e tentei me levantar. Quando vi que minhas pernas não respondiam ao meu comando, pedi que não me movessem. “E chamem minha mãe!”, gemi, enquanto uma dor impensável se espalhava pelo meu corpo todo.

“Você nunca mais vai andar”

Minha mãe logo chegou, olhos arregalados de medo. Para não assustá-la ainda mais, me segurei e não chorei. Só transpareci meu sofrimento quando os socorristas do SAMU – que demorou 40 minutos para chegar... – colocaram o colar cervical no meu pescoço. Uivei de dor! 

Fui levada para um hospital público, onde me atenderam com urgência por causa da pancada na cabeça. Após uma tomografia, chegaram a duas conclusões: uma vértebra havia sido quebrada e eu nunca mais iria andar. 
Sete horas depois de dar entrada no pronto-socorro, fui transferida para uma clínica particular. Vivi um pesadelo nos 20 km até lá! A dor causada por cada solavanco me tirava o fôlego.

Como a lesão era no osso, os analgésicos não davam conta. Só no dia seguinte eu senti algum alívio. E foi meramente físico, pois o médico que veio me ver explicou que a medula estava bastante prejudicada, muito provavelmente perfurada. “É possível que você chegue a se levantar um dia, mas caminhar? Nunca mais!”, cravou. 

E mais essa: a cirurgia infeccionou! 

Não acreditei no veredito do doutor. A gente nunca pensa que uma coisa dessas vai acontecer com a gente. Por isso, quando acontece, custamos a aceitar. Além disso, recebi tantas visitas no domingo, que me senti amada, forte. Sem pensar direito no que tinha acontecido, eu nem consegui ficar triste..  

Na segunda à noite, passei 4h30 na mesa da operação, numa cirurgia destinada a colocar minha coluna no lugar. Puseram duas hastes de titânio e 12 parafusos e descobriram que a medula não tinha sido perfurada. Opa, eu tinha chances de voltar a andar. Porém, o processo demoraria de um a dois anos. E eu nem imaginava, mas antes dele teria de enfrentar um desafio mais urgente: uma osteomielite.
Trata-se de uma infecção no osso – como demorou três dias para fazerem a cirurgia, juntou sujeira do próprio organismo no local da lesão, que infeccionou. Resultado? Dor, dificuldade de comer e um corte que não fechava por nada.

Nesse momento, meu estado tinha passado de grave para gravíssimo, disseram para os meus pais esquecerem a chance de voltar a andar ou não e só se preocuparem com a minha vida, que estava em risco. Depois de duas semanas tomando antibióticos sem sucesso, voltei para a sala de operações. Lá, limparam a lesão e controlaram uma hemorragia interna.

Correu tudo bem no procedimento, mas três dias depois dele uma enfermeira que me ajudava a tomar banho me tirou da cama e me soltou. Caí no chão, o dreno rompeu e começou a sangrar. Naquela noite, tive febre e desmoronei. Toda força de até então foi para o ralo. Chorei sem parar, me senti fraca e incapaz. A febre me impôs uma terceira operação, para limpar novamente e evitar outra infecção. O tormento parecia não ter fim!


A ficha caiu... e eu me desesperei!

No dia 30 de outubro, após quase um mês internada, tive alta. Foi a maior alegria do mundo para mim, eu chorava de emoção. Mas a euforia virou desespero logo após o jantar. É que, ao perceber como seria complicado me locomover de cadeira de rodas em casa, tive a dimensão do quanto seria difícil me recolocar na vida e no mundo. 

Foi a pior noite da minha vida. Em desespero, me permiti chorar e desejei ter morrido. Mesmo com o apoio dos meus pais e dos meus irmãos, vivenciei os primeiros dias como que num pesadelo.

Que só teve fim quando um anjo chamado Serginho adentrou a porta do meu quarto. 
Fisioterapeuta e amigo do meu irmão, ele veio me visitar e me resgatou do fundo do poço. Sem me prometer nada nem me dar prazos, me ensinou a acreditar de novo na minha recuperação. Me encheu de esperança ao dizer que lutaria comigo para que eu recuperasse meus movimentos.

Já na primeira visita iniciou seu trabalho. Eu não mexia nada da cintura para baixo. Fazia sessões todos os dias, de 1h a 3h. Após inúmeras tentativas de fazer meu pé mexer, senti como se minha pele estivesse esticando. Eram meus dedos respondendo ao meu comando! Foi muito leve, mas tão intenso que acordei minha mãe para perguntar se era real. Ela filmou, acordou a casa toda, que vibrou, emocionada. 

Aquilo foi decisivo para que eu acreditasse mais na minha recuperação. Evolui nas sessões de físio e fazia lições de casa quando Serginho ia embora. Duas semanas após sair do hospital, consegui levantar. Comecei, então, a treinar dar passos e, segurando no pescoço do Serginho, andei. Meu pai comprou um andador para mim e uma amiga me emprestou muletas. No natal de 2013, dei os primeiros passos sem ajuda.


Precisei de terapia para me sentir confiante de novo

Levei quase um ano para retomar minha rotina normal, com direito a trabalhar e treinar com personal. Precisei fazer terapia para voltar a me sentir confiante com o apoio da muleta ou da cadeira de rodas. Havia perdido a vontade de ir para rua. Eu via as pessoas me olhando sem entender ou questionando o fato de uma paraplégica se divertir. 

Meus amigos me ajudaram e me levantaram muito, brincavam com a situação e me divertiam. Aprendi que tudo dependia de como eu reagiria. Mas paquerar era muito difícil. Uma vez, num bar, um cara me paquerava enquanto eu estava sentada. Quando levantei com a muleta, ele desviou o olhar e fingiu que nada tinha acontecido. Isso me destruiu, mas ao mesmo tempo me fez entender que minha condição afasta muita gente que não acrescenta em nada.

Passei a postar sobre isso no blog Go, Gena (que comecei a fazer quando ainda estava internada). Uma amiga me indicou para uma fotógrafa que tinha um projeto para recuperar a autoestima das mulheres e ela me convidou para posar. Achei o resultado tão incrível que percebi que não existe diferença de beleza pela limitação física. Sou bonita sim e pronto. Ninguém tinha que se lamentar pela minha situação.

Parte de mim foi embora no acidente

Não tem como alguém passar pelo o que eu passei e continuar igual. Eu sou outra. Aprendi a acreditar mais em mim, não me deixar abalar pelas coisas difíceis e a escolher melhorar cada dia mais. Fiquei forte. Eu era muito inquieta e insatisfeita com tudo. Hoje vejo o lado bom de todas as coisas. 

Passei no concurso de escrivã da polícia civil, estou escrevendo o livro da minha história e participo de palestras motivacionais. Eu me arrependo demais de ter pensado em morrer, mas fez parte de um momento de desespero. Faz três anos e quatro meses do acidente e minha vida é dez mil vezes melhor hoje. 

   Maria Eugênia, 31 anos, jornalista, Jaboatão dos Guararapes, PE

                            Vídeo do acidente 

                                        
                                História completa
                                         


                                                
                         Retirado do link :


Defenda o professor na frente de seu filho e não precisará defender seu filho na frente do delegado.Por Marcel Camargo


      Aos filhos devem ser claras as regras de convivência, sustentadas pelas posturas uníssonas de seus pais ,mesmo que estes não morem mais juntos
                          
Isso contribui inegavelmente à formação, nos jovens, de uma personalidade firmada sobre sólidos princípios, que os tornarão menos suscetíveis a seguirem rumos indesejáveis em suas tomadas de decisão vida afora.
Não obstante um sem-número de publicações que se prestem a orientar pais e educadores, no sentido de basicamente lhes permitir uma imposição de limites eficientes aos filhos/educandos, a realidade parece ainda tomar o sentido oposto. Tendo como base o tipo de relação comumente estabelecido hoje entre os pais e as escolas, seja na rede pública ou particular, evidenciam-se, na maior parte das vezes, dissonâncias entre família e instituição, extremamente lesivas à formação do aluno.
Exceções à parte, a maioria dos pais comporta-se de maneira defensiva ao tratar de assuntos relacionados ao comportamento dos filhos, como se estivesse de antemão sendo acusada de negligência, ausência ou mesmo impotência nos cuidados com a educação filial. 
Esse protecionismo inclusive se manifesta na presença dos filhos, o que de imediato já desautoriza a figura docente ao estudante, minando possibilidades de se construir um relacionamento de confiança e respeito entre professor e aluno, bem como entre pais e escola.
Nesses momentos, muitos desses pais desfiam um corolário de clichês desprovidos de fundamentos coerentes, tais como: “Em casa, ele não é assim”; “Ele diz que fulano o atrapalha; muda meu filho de lugar.”; “Ele reclama que tal professor implica com ele.” etc. Nem ao menos percebem o simples fato de que o professor é responsável pelos seus filhos por algumas horas semanais.
Verdade seja dita: a grande maioria dos professores seria incapaz de perseguir seus alunos; muito pelo contrário, hoje os docentes são menos perseguidores do que perseguidos – fato que as notícias que abundam na imprensa o comprovam.
Há muito vem se instalando, nas instituições escolares, gerações de educadores formados a partir de concepções pedagógicas renovadas e dissonantes, em sua totalidade, com práticas lesivas e/ou baseadas em meros juízos de valor. Além do mais, normas, dispositivos e regulamentações legais – educacionais ou não – seguramente respaldam a manutenção da integridade física e moral dos menores em nossa sociedade.
Nesse sentido, vale uma referência ao desenho “Procurando Nemo”, da Disney, principalmente em razão das ações do pai do peixinho que dá nome à animação. Emblemático desse comportamento é o momento em que, estando no interior de uma baleia com uma companheira, esse pai dirige-se à colega, trocando-lhe o nome com o do filho: “Você não vai conseguir, Nemo!”. Esse ato falho acaba por revelar o aspecto mais lesivo desse tipo de atitude no contexto educacional familiar e que consiste em seu caráter superprotetor.
 Ao tentar poupar os filhos do confronto direto com os atos praticados e suas conseqüências, os pais impedem-lhes a construção de uma identidade autônoma que deveria norteá-los seguramente frente às complicações inerentes ao seu processo de amadurecimento.
O mundo nos impõe sucessivas situações-problemas, cujas resoluções dependem de nosso equilíbrio na busca por soluções adequadas. Ora, se nos foi negado, desde sempre, o exercício de optar entre uma ou outra saída, por nossa própria conta e risco, como poderemos ultrapassar barreiras que se acumularão ao longo de nossas vidas? É com o se pedíssemos a um aluno acostumado a sempre “colar” que resolvesse uma prova sem o gabarito.
Nunca tendo errado e, portanto, refletido e reconstruído ideias próprias, evidentemente não teria repertório nem experiências constitutivas de mínima estrutura para enfrentar o novo – como o que vem ocorrendo entre as novas gerações.
Da mesma forma, ressalta-se que essa superproteção fatalmente se desdobra na tendência a anular-se a identidade dos filhos – aspecto contundente no enredo de “Procurando Nemo”. Em decorrência desse policiamento ostensivo sobre a vida dos filhos, pais e mães impõem seus pontos de vista através de afirmações de caráter perene e indelével: “Você é vagabundo.”; “Você nunca vai gostar de estudar.”; “Você é teimoso.” etc.
Sendo assim, os filhos acabam crendo que são assim mesmo e para sempre o serão; ou seja, acomodam-se às imagens que os pais compulsoriamente lhes determinam, isentando-se de perspectivas de mudanças positivas em suas vidas, consequentemente se tornando passivos diante do mundo circundante.
Relevante e imprescindível, visando-se à neutralização dessa sistemática nociva, torna-se a cumplicidade dos pais ao impor limites, o que implica, sobretudo, unidade no discurso de ambos. Aos filhos devem ser claras as regras de convivência, sustentadas pelas posturas uníssonas de seus pais – mesmo que não estes morem mais juntos. Isso contribui inegavelmente à formação, nos jovens, de uma personalidade firmada sobre sólidos princípios, que os tornarão menos suscetíveis a seguirem rumos indesejáveis em suas tomadas de decisão vida afora.
Como se vê, educar, além de trabalhoso, requer dedicação extrema e treino constante. 
Pais devem, portanto, exercitar continuamente sua tarefa educativa, dispondo-se a diárias e contínuas reflexões e autoavaliações, em diálogo constante com o cônjuge e com os filhos, até que se incorporem definitivamente regras básicas do processo educativo, as quais, no caso, consistem na coerência entre o que se diz e o que se pratica; na corresponsabilidade entre pai e mãe e demais educadores; na clara delimitação de regras e limites e no respeito compartilhado diariamente pelos familiares entre si e entre cada um deles e seus semelhantes.
 Tendo em vista o dia-a-dia caótico de hoje, urge a necessidade de se formarem cidadãos conscientemente autônomos, embora interdependentes, capazes de contribuir à reconstrução e à transformação do mundo, num saudável movimento de constante evolução.
               Retirado do link :

Testemunho de bullying cometido pelos seus próprios familiares


       Deus está me fazendo superar este sofrimento 

                                  

   Sofri muito bullying desde pequenina, eu era chamada de gorda ,4 olhos e  meduza. Nunca abandonei a escola ,penso que era inocente, chegaram até a passar a mão em mim , apanhava por não responder as provocações, mas aí fui engordando até chegar as 170 k .

tem muita  historia para contar, mas esse sentimento agora sempre aparece, tenho o Senhor agora , perdi 70 k estou casada. Digo que Deus fez .infinitamente mais do que eu pensava. 

  Fui várias vezes  fui violentada por minha mãe e meu irmão .Lembro uma vez cheguei em casa é ela estava rasgando o meu diário lendo , lembro que mesmo depois de casada ,o meu sofrimento continuava ,pequei minha mãe queimando as notas fiscais de compra dos.materiais para construir minha casa

Mas veja agora  faço 25 anos de casada , mas no início solteira minha cunhada passava perto de mim e diZia vc está sozinha né . Coisas que só o Senhor me fez superar não totalmente .

    (Testemunho anônimo (a pessoa preferiu que sua identidade ficasse sobre sigilo da fonte ))