segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Por meio do PIAJ, discussões sobre violência e bullying vão além da sala de aula


    As discussões sobre a violência e o bullying dentro da escola deixaram de ser temas de debates apenas na sala de aula e foram para as comunidades

 Essa já é uma realidade vivenciada por alunos de duas escolas da Rede Pública de Ensino do Recife, que participaram de uma formação sobre SIDIES – Sistema de Diagnóstico Estratégico. O evento reuniu cerca de 30 adolescentes e jovens, no escritório da Cáritas Brasileira NE2, em Recife (PE), e é uma ação do projeto “Redução da Violência através do Protagonismo Juvenil no Espaço Escolar”.
O projeto, que é uma parceria da Cáritas Alemã com organizações não governamentais, atuantes nos estados de Pernambuco e da Paraíba, entre elas a Cáritas Brasileira NE2, através do PIAJ – Programa Infância, Adolescência e Juventude, prevê o desenvolvimento de um modelo de intervenção para o espaço escolar, em perspectiva de uma prática escolar-comunitária, que seja capaz de construir respostas frente aos fatores geradores de violência e exclusão social.
De acordo com a educadora social do PIAJ, Bibiana Santana, esta formação teve como objetivo capacitar os jovens do projeto, segundo a metodologia do SIDIES. Porém, todo conteúdo trabalhado foi adaptado à linguagem da juventude.
O SIDIES é uma ferramenta voltada à sistematização, análise da informação e elaboração de estratégias, a partir de um conjunto de passos organizados utilizado para desenvolver um diagnóstico comunitário pensado para produzir mudanças na comunidade.
“Este momento foi muito significativo e importante, pois vai contribuir, fundamentalmente, para a construção do projeto de intervenção nas escolas. além de proporcionar interação e discussão conjunta entre educadores e alunos. Esses jovens serão multiplicadores e executores do projeto, que tem como proposta promover debates com temas relacionados à geração da violência”, explicou Bibiana Santana.
A adolescente Alessandra Lays da Silva, 15 anos, estudante da Escola Estadual Pedro Augusto Carneiro Leão, no bairro do Fundão, lembra que o tema da violência sempre foi algo muito forte e recorrente nas rodas de conversa dos jovens e, infelizmente, faz parte do cotidiano das comunidades e da escola. Sinto-me muito bem quando os educadores do projeto estão aqui com a gente. Gosto de participar dos debates e acredito que eles têm ajudado muito a conscientizar os jovens sobre vários assuntos”, ressaltou.
Ainda segundo Alessandra, antes havia muito problema relacionado ao bullying entre os alunos. “Hoje, as meninas têm consciência que este assunto machuca e causa dor nas pessoas, então muitas já chegaram até a pedir perdão uma para outra”, disse.
Hoje, o estudante Tales Anderson Ferreira Costa, 14 anos, da Escola Estadual São Francisco de Assis, no bairro do Arruda, consegue perceber uma mudança na sua vida tanto no contexto escolar quanto na comunidade.

“A lição mais importante que aprendi com o projeto é o respeito ao próximo, é o respeito à outra pessoa que, por exemplo, pode ser meu colega da sala de aula. É preciso respeitar as diferenças de cada um. Dessa forma, já estamos contribuindo para reduzir a violência”, destacou.
O coordenador do PIAJ, André Tavares, que também facilitou a formação sobre SIDIES, destaca que há um roteiro de processos para a implementação da proposta de intervenção no espaço escolar que deve ser seguido, e está estruturado em quatro etapas, sendo elas: Aproximação com a Escola; Diagnóstico Estratégico; Implementação da Estratégia e Lições Aprendidas.
Encaminhamento
Como resultado concreto de uma das etapas deste processo de formação em SIDIES, os alunos definiram o tema central que norteará o projeto de intervenção nas duas escolas participantes. “Após várias reflexões, trabalhos em grupos e momentos de escutas em ambos os lados, ou seja, tanto com os jovens quanto com os educadores, as duas escolas chegaram ao consenso que a temática fundamental a ser trabalhada é a questão do bullying.
 Será construído um projeto de intervenção, depois apresentado à equipe gestora das escolas, e aplicado no espaço escolar pelos jovens”, explicou a educadora social do PIAJ, Andréa Maria de Oliveira.
Por Kilma Ferreira :: Assessora de Comunicação da Cáritas Regional Nordeste 2

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Vítima de bullying na internet vai à delegacia e desperta solidariedade de amigos e internautas


  Sofrendo com cyberbullying, David Barros conta que tem dificuldades para andar na rua e cogita desistir da faculdade


                                     


SÃO LUÍS – A famosa “zueira” na internet tem limites. Segundo especialistas, quando as brincadeiras atingem o limite e passam a constranger uma pessoa, elas são consideradas um cyberbullying, termo que qualifica e-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e fotos e textos constrangedores para a vítima.

Psicólogos apontam que os danos são inimagináveis. Em São Luís, o funcionário portuário David Barros, de 37 anos, vem passando por este problema. Recentemente, ele ficou surpreso ao ver montagens depreciativas com uma foto sua circulando nas redes sociais.

David já prestou queixa na delegacia, no entanto afirma que o problema só vem crescendo. Segundo ele, até andar pelas ruas está sendo complicado, já que muitas pessoas o reconhecem. 

David revela que familiares também estão bastante chateados e, muito abalado, ele já considera não ingressar em uma faculdade na qual já passou no vestibular, temendo iniciar os estudos tendo que encarar essa situação. Amigos e internautas de várias partes do país se solidarizaram com a situação.
David Barros diz que ficou bastante surpreso ao encontrar uma foto sua, em um momento de felicidade, quando ele se formou em um curso técnico, sendo usada como piada em redes sociais. “Poxa, eu estava em um momento de felicidade. Não sei porque fizeram isso. Estou, sim, muito triste”, disse.

David revela que nas ruas as pessoas o reconhecem e começam a sorrir. “Essa montagem já circula também no WhatsApp. As pessoas me olham na rua ficam sorrindo, Isso é muito chato”, comenta David, lembrando que parente seus também estão convivendo com o problema. “Minha família também não gostou. Minha namorada também ficou irritada”.

A vítima diz que foi à delegacia para que outras pessoas não sofram com o mesmo problema. “Fui bem tratado pelo delegado, que entendeu pelo que eu estou passando. A polícia está procurando as pessoas que estão fazendo isso”, falou.
David revela que não conhece as pessoas que iniciaram os ataques contra ele na internet.
Desistência da faculdade e apoio de internautas 

David comenta que recentemente passou em um vestibular para uma faculdade privada, mas pensa em desistir do curso. A vítima revela que não quer instigar a violência e lembra que pessoas de vários lugares do país estão se solidarizando com sua situação.

“Tem um grupo lá da faculdade e a foto foi publicada. Realmente fiquei muito constrangido. Sinceramente, estou pensando em não fazer o curso. Não pretendo ter de encarar mais esse problema”, lamenta ele.
O funcionário portuário contou também que pessoas de vários estados do Brasil entraram em contato com ele. “Tenho tido apoio de muitos amigos. Várias mensagens de apoio estão chegando. Até de pessoas de outros estados. No entanto, não quero incentivar a revolta de ninguém. Não quero violência”, disse.
A vítima revela que já entrou em contato com uma das pessoas que compartilhou a montagem e teve de retirar várias fotos de suas redes sociais.
Cyberbullying é crime 

Já são tipificados no Código Penal Brasileiro (Decreto-Lei 2.848/40) os crimes de cyberbullying (intimidação sistemática praticada via internet) e de cyberstalking (perseguição praticada pela rede), não sendo necessárias mudanças na legislação para aplicá-los.

Em audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos na Câmara dos Deputados, no ano passado, uma organização não governamental mostrou que o bullying na rede só aumenta. Entre 2012 e 2014, o número de denúncias de cyberbullying , segundo a organização, aumentou mais de 500%. Para lidar com o problema, deputados da CPI defenderam iniciativas para melhorar a educação digital dos jovens.
Sobre cyberbullying
Cyberbullying é um tipo de violência praticada contra alguém através da internet ou de outras tecnologias relacionadas. Praticar cyberbullying significa usar o espaço virtual para intimidar e hostilizar uma pessoa (colega de escola, professores, ou mesmo desconhecidos), difamando, insultando ou atacando covardemente.


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Jovem supera infância marcada pelo bullying e vira modelo em Rondônia


     Aos 18 anos, Daniela Abgail Barbosa Silva superou a infância marcada pelo bullying e entrou direto para as passarelas rondonienses


                                        


  Ganhadora do Miss Ji-Paraná 2016, a jovem ficou na segunda colocação no Miss Rondônia 2017. Em entrevista ao G1, Daniela contou sobre as dificuldades para ser modelo e que o sonho agora é bem maior: ser reconhecida no Brasil pelo trabalho.


A jovem conta que desde criança já andava desfilando pela casa, mas não entendia nada, nem se quer se interessava por moda. Negra e sempre magra, Daniela explica que sofreu muito durante a infância com o bullying.

"Na escola me chamavam de magrela. O meu cabelo chamavam de bucha. Eles me humilhavam", relembra a miss.

Com isso, a menina se tornou muito tímida. Quando chegou aos seus 15 anos, começou a ouvir com mais frequência que ela  tinha um corpo com as características exigidas para ser modelo.  "Me diziam que eu tinha potencial. Por outro lado, muitos acharam que eu nunca iria conseguir, principalmente pelas minhas condições financeiras", conta.

Quando tinha 17 anos Daniela viajou para seu estado natal, Goiás. Lá, sua família a incentivou a procurar por uma agência e tentar a carreira de modelo.  Assim, a menina despertou o sonho adormecido e correu atrás.
Voltando de viagem para Ji-Paraná, a jovem soube que haveria uma seletiva de uma agência na cidade e foi uma da selecionadas.

"Depois disso minha vida mudou completamente. Agora, eu me preocupava mais com o que ia vestir. Minha aparência mudou por completo. Minha timidez sumiu. A cada dia consigo falar melhor em público. Surpreendia muita gente que achou que eu não conseguiria", conta.

Depois desta seletiva, decidiu se inscrever no concurso que elegeria a Miss Ji-Paraná 2016.  E logo de cara, ganhou o concurso e foi representar a cidade no concurso Miss Rondônia 2017. Nesta disputa foi eleita a segunda mais bonita do estado.

Terminando o último ano do ensino médio, Daniela conta que as dificuldades são muitas desde o início de sua carreira, mas nenhuma delas são suficientes para fazê-la desanimar e desistir do sonho de ser modelo profissional.

"Eu quero crescer e ser conhecida também fora do estado. Tudo que consegui foi com muita dificuldade e continuo batalhando para o próximo concurso que vou participar", finaliza.

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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Mãe denuncia que filho de sete anos sofre bullying em escola na Capital


     A dona de casa Simone Regina, 33 anos, afirma que seu filho G.O.F., de apenas sete anos, e outros colegas de sua sala estão sofrendo agressões físicas e verbais de um aluno de oito anos que estuda na mesma sala que eles. A situação pode ser classificada como um caso de bullying 


                          
    A mãe relata que, inclusive, a professora da turma do segundo ano da Escola Municipal Professor Nelson de Souza Pinheiro, Vila Corumbá (região da Vila Planalto), foi xingada e chutada pela mesma criança.

O filho de Simone relata que o colega faz baderna na sala com o que ele chamou de ataques de fúria. O menino destrói os próprios cadernos e dos colegas, xinga a professora, agride verbalmente e fisicamente e nos intervalos, além de bater também toma o lanche das outras crianças.
Simone foi até a Delegacia Especializada de Proteção À Criança e ao Adolescente (DEPCA) denunciar o caso e pedir providências, porém foi orientada a procurar o Conselho Tutelar, já que se trata de questão envolvendo crianças de 7 e 8 anos.
“No conselho me disseram que era preciso juntar mais mães pra denunciar, mas como trabalham fiz um abaixo-assinado contando toda a situação que nossos filhos estão sofrendo”, diz.
O caso das crianças envolvidas na escola Professor Nelson Pinheiro fica a cargo do Conselho Tutelar porque o menor autor é menor de 12 anos. Se ele tivesse acima de 12, o encaminhamento seria a delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude (Deaiji).
A mãe conta que começou a desconfiar que algo de errado estava acontecendo na escola porque o filho passou a falar palavrões em casa e ficar agressivo, atitudes não tomadas antes.
Além disso, a criança sempre levava lanche diferenciado para o colégio por ter problemas estomacais, mas há algum tempo vinha recusando.
“Perguntei por que não queria mais, mas por várias vezes ele dizia porque sim”. “Depois ele contou o que estava acontecendo e eu procurei a escola, mas até agora não vi nenhuma atitude para que este menino pare de fazer isto com as outras crianças”.
Segundo Simone, para evitar que seu filho continue sendo agredido nos intervalos ela tem ido cuidá-lo para que possa lanchar tranquilamente.
“Quando ele volta pra sala não posso fazer mais nada porque não posso ficar lá dentro. Ela revela que a mãe da criança agressora disse para outra mãe de vítima que “iria acertar as contas com elas” por terem denunciado seu filho. Ainda de acordo com ela, na escola estuda um adolescente de 17 anos que é irmão do menino denunciado e ele também teria feito ameaças.
Respostas
A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Campo Grande para saber se há conhecimento sobre o caso, já que a escola é municipal.
A resposta foi de que o aluno denunciado está recebendo orientação psicológica para mudar seu comportamento. O Midiamax também tentou um contato com a diretora da escola, Edir Ferreira, porém ela estava visitando salas de aula. O recado foi deixado na secretaria, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.
Bullying
Segundo a enciclopédia livre Wikipédia, bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, tiranete ou valentão) ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo (ou grupo de indivíduos) incapaz (es) de se defender.
Também existem as vítimas/agressoras, ou autores/alvos, que em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma.
Fonte: Midiamax

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O dia que o cara do bullying se deu mal


   Não gosto de reações violentas, mas este bem que mereceu


                                        

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É preciso falar sobre bullying e depressão, alertam especialistas


     “Depressão é uma doença que faz a gente parar de enxergar a realidade que está a nossa volta


                         

  “Por mais que alguém diga que você é bonita, bem-sucedida, nada disso adianta quando a gente está com esse defeito na cabeça, que diz exatamente o contrário”, conta Nauzila Campos, de 25 anos. A jornalista, advogada e modelo convive com a doença desde 2015.


No mês em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para o aumento de casos de depressão, especialistas e pessoas em tratamento destacam a necessidade de debater o assunto e de lidar com a influência do bullying sobre a depressão e da depressão sobre o suicídio.


O número de pessoas que vivem com depressão, segundo a OMS, cresceu 18% entre 2005 e 2015. A estimativa é de que, atualmente, mais de 300 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença no mundo. “No pior dos casos, a depressão pode levar ao suicídio, segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos”, destaca a OMS.


“O problema da depressão é que, mesmo que ela não seja crônica, ela é um fantasma que fica ali na moita, à espreita, pronta para atacar novamente”, acrescenta Nauzila. Em uma das crises, a advogada ficou horas vagando pelas ruas. Hoje, ela usa as redes sociais para falar do problema.


A coordenadora da Comissão de Estudo e Prevenção ao Suicídio da Associação Brasileira de Psiquiatria, Alexandrina Meleiro, destaca que a falta de conhecimento faz com que o assunto se torne tabu, por isso, é tão importante discutir o tema.

“Só sabe o que é depressão quem já passou ou está passando [por isso]. Quem está de fora claro que tem preconceito: é por que não tem o que fazer, é por que é preguiçoso. Então, [o doente] tem mil rótulos.”


O quadro de diminuição de autoestima, tristeza, desânimo e perda cognitiva é resultado de alterações nos neurotransmissores. “Então, a pessoa fica mais lenta nas reações emocionais, no sono, no peso que pode alterar para mais ou para menos. Uma infinidade de sintomas vai expor o quadro depressivo”, conta Alexandrina.


Segundo a OMS, a depressão será em uma década a doença que mais vai afastar as pessoas do seu dia a dia.


Além das redes sociais, séries na internet, desafios virtuais e brincadeiras perigosas colocam esses assuntos em destaque.


Bullying


Rebeca Cavalcanti, de 24 anos, não tem boas recordações do primário. “Foi um período muito complexo para mim, e o tipo de bullying que eu sofri foi por causa das minhas características físicas. Hoje em dia em tenho um sério problema por causa da minha aparência”, lembra a estudante.


Um em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullying 
Assim como Rebeca, dezenas de crianças e adolescentes são alvo de piadas e boatos maldosos, além de serem excluídos pelos colegas. Um em cada dez estudantes no Brasil é vítima frequente de bullying, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). Dados do relatório mostram que 17,5% dos alunos brasileiros, na faixa dos 15 anos, sofreram algum tipo de bullying “pelo menos algumas vezes no mês”.


Segundo a psiquiatra, estudos mostram que casos de ansiedade e depressão podem estar relacionados ao bullying. “Ele vai massacrando a autoestima e isso favorece desenvolver alguns quadros, entre eles, de ansiedade e principalmente de depressão. Há estudos nacionais e internacionais mostrando que pessoas vítimas de bullying são mais suscetíveis a desenvolver quadros depressivos.”


Desde o ano passado, está em vigor a lei que obriga escolas e clubes a adotarem medidas de prevenção e combate o bullying por meio da capacitação de professores e equipes pedagógicas. A norma também estabelece que sejam oferecidas assistência psicológica, social e jurídica às vítimas e aos agressores.


A série 13 Reasons Why, disponível no catálogo de filmes do Netflix, aborda casos de bullying entre adolescentes. A primeira temporada do enredo conta a história de um jovem estudante que encontra uma caixa com várias fitas cassete na porta de sua casa, gravadas por sua amiga que se suicidou. Em cada fita, a menina dá treze motivos pelos quais cada pessoa a quem as fitas foram enviadas, contribuíram para que ela se suicidasse.


CVV


A série fez com que aumentasse a procura pelo serviço do Centro de Valorização da Vida (CVV). Para a voluntária do CVV, que prefere ser chamada apenas de Leila, além de tratar como política pública, é preciso incentivar formas de ajuda em casos de depressão.


“A gente não pode ficar de braços cruzados vendo isso. É uma questão de política pública. Quando a gente está com uma dor no pé, a gente vai ao ortopedista, se o problema é o coração, com taquicardia, a gente vai ao cardiologista. Então, quando a gente está com uma dor emocional uma dor que não é física, a gente tem que tratar também buscar auxílio para essas emoções.”


Leila conta que as pessoas que recorrem ao CVV querem falar de suas angústias, de seus problemas de uma forma sigilosa, de uma forma acolhedora. 


“[Agimos] para que ela se sinta à vontade ali para falar coisas que talvez de outra forma ela não teria com quem falar. Ela se sentiria julgada.”


Além das unidades em diversas regiões do país, o CVV atende pelo número 141.


Suicídio


De acordo com a OMS, o suicídio é atualmente um problema de saúde pública, sendo uma das três principais causas de morte, entre pessoas de 15 a 44 anos, e a segunda entre as de 10 a 24 anos. A cada ano, aproximadamente 1 milhão de pessoas tira a própria vida, o que representa uma morte a cada 40 segundos. O Brasil tem cerca de 10 mil registros anuais.


Estudos revelam que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos psiquiátricos como explica a psiquiatra Alexandrina Meleiro.


Em meio a informações sobre desafios virtuais e suicídios supostamente associados a jogos o médico Daniel Martins de Barros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, defende que o tema seja conversado entre pais e filhos.


“Os pais têm o papel de ajudar os filhos a lidar com as informações que eles recebem do mundo. Não adianta você falar eu não vou conversar com o meu filho sobre isso, porque seu filho vai conversar sobre isso com outras pessoas. 

Então, é melhor você passar sua versão”, destacou o psiquiatra. “Às vezes, a criança e o adolescente não conseguem elaborar muito essa sensação de tristeza, mas ficam mais irritados, às vezes mais agressivos, mais inquietos. 
Começam a influenciar nos relacionamentos, no rendimento escolar. São mudanças que você só percebe estando atento, estando envolvido com seus filhos.”


E é possível reagir. “Eu sei o que é chegar ao fundo do poço e eu sei que é possível sair, não importa quão fundo você chegue. Eu sei o que é você acreditar que nada tem saída em relação àquele problema, que nada se pode fazer em relação à doença que você tem. Mas eu quero dizer que tem sim. É possível sair dessa”, disse a advogada Nauzila Campos.


Baleia Azul


O jogo virtual Baleia Azul é praticado em comunidades fechadas de redes sociais como Facebook e Whatsapp e instiga os participantes, em maioria adolescentes, a cumprir 50 tarefas, sendo a última delas o suicídio. Pelo menos três mortes suspeitas de estarem relacionadas ao suposto jogo são investigadas pelas autoridades locais de Belo Horizonte, Pará de Minas (MG), Arcoverde (PE). No Rio de Janeiro, a Polícia Civil investiga, pelo menos, quatro casos suspeitos, todos envolvendo adolescentes a prática do jogo no estado. A Polícia Federal busca os envolvidos com o jogo.


Na tentativa de proteger crianças e adolescentes nas redes sociais, o Safernet, entidade que aborda a questão da privacidade e segurança na internet, abriu uma linha para falar com os usuários sobre o Baleia Azul.

Por meio de um post no Facebook, a instituição se põe à disposição para responder e-mail por 24h, para conversar em tempo real com os internautas e em oferecer atendimento psicológico a quem precisar.


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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

O bullying e as histórias de quem já viveu o preconceito


   Em entrevistas ao Portal Revide, vítimas relatam experiências vividas ao longo dos anos


              


O bullying é uma ação cada dia mais comum no meio escolar, porém, o que muita gente não percebe é que ele pode ter consequências graves em todas as instâncias da vida da pessoa. Recentemente, a Netflix lançou uma série que trata sobre o tema: 13 reasons why.

 A grande discussão é a pratica do bullying no meio escolar, os danos que ele pode causar e o papel da sociedade e escola no combate e conscientização do ato.

Hanna Baker é uma adolescente recém-chegada em uma pequena escola no interior, que sofre as mais variadas ações e agressões por parte dos novos colegas. Sem a ajuda e acompanhamento adequado, ela toma uma decisão extrema: o suicídio.

Na série em questão, a escola nega conhecimento dos casos de bullying e essa é uma consequência grave. De acordo com a psicopedagoga Ana Regina Caminha Braga fechar os olhos para o que acontece no dia a dia é um erro. “Devemos prestar atenção e ao menor sinal de bullying, tomar as devidas providências. Só essa mobilização pode diminuir tal sofrimento”, diz.

Ana diz que o bullying é um problema sério, que pode levar a graves consequências e precisa ser extinto. “Em meio à era digital e a tantas mudanças sociais e culturais, nós, como pais e educadores, devemos estar ainda mais atentos para o que está acontecendo. E a reversão desses casos só será possível com o apoio da escola, pais e próprios estudantes”, afirma.

Relatos

O biólogo Carlos Corsi fala que durante sua infância e adolescência foi muito obeso, chegando a pesar mais de 120 kg. “Lembro-me quando bem pequeno já era muito rotulado por conta das dificuldades associadas ao excesso de peso.

Eu não era feliz com meu corpo e isso transparecia e refletia na minha maneira de socializar com as outras crianças. Na maioria das vezes, o bullyng acontecia dentro da escola, pelos colegas e professores”, relembra.

O pesquisador diz que com 22 anos sofreu a perda de sua mãe, que faleceu repentinamente devidos a problemas cardíacos. “Ao mesmo tempo que isso mexeu demais comigo trazendo muita tristeza, tive forças para me levantar e fazer algo por mim. Senti que pela primeira vez não existia mais ninguém para me defender e me consolar das pressões e assédios, e realmente não existia. 

Foi então que eu reagi e me levantei. Com auxílio de dieta e academia emagreci mais de 40 quilos em aproximadamente um ano e meio”, conta.

Já o agente de viagens Khaleo Sobral fala que possuiu diversos apelidos ao longo de sua jornada na escola, pois não concordava com os demais membros da sala de aula. “Sentia angústia e raiva, mas eu suportava por muito tempo, até que duas vezes eu acabei retrucando. Isso tudo se transformava em tristeza na minha vida”.

Bruna Guedes conta que sofre preconceito constantemente por conta da obesidade. “O preconceito em relação as pessoas que tem obesidade é muito grande, pois não estamos dentro do 'padrão' estipulado pela sociedade, tanto no convívio com outras pessoas, como na busca de emprego”.

A jovem falou que a vida toda escutou “você tem um rosto bonito, por que não emagrece?". "Alguns são mais descarados, que nem ao menos me conhecem, já chegam falando se não penso em fazer dieta ou mesmo se já não pensei em optar pela cirurgia bariátrica.

 Julgam que ser gordo é por opção, por que tem preguiça de tentar uma dieta, porém se esquecem que existem fatores psicológicos compulsivos, digo principalmente meu caso, desconto toda a minha frustração, tristeza, raiva, alegria, tudo praticamente na comida, é como se fosse um refúgio”, afirma Bruna.

Paulo Prado é outro que passou pelo bullying durante toda sua vida. “Na maioria do tempo era porque eu era muito afeminado, ou porque era muito certinho - o nerd gay. Mas também sofria com brincadeiras e afrontes quanto à cor da minha pele.

 Digamos que hoje sou mais preparado para me defender de maneira correta. Sei que os motivos pelos quais eu sofria não são nenhuma vergonha ou de menosprezo, pelo contrário”.

Gabriel Fortunato fala que sempre foi excluído das coisas e na maioria dos casos era por estar acima do peso. “Lembro de alguns meninos chegarem a me perguntar o motivo de eu ser gordo. O que me ajudou a superar foi começar a entrar na brincadeira. Perdia a graça para os outros, pois eles percebiam que não me importava mais. Precisamos ser quem realmente somos”.

Hanelissa Zanateli fala que seu principal problema com o preconceito foi quando estudou em uma escola particular. “Me excluíam por não ter condições financeiras, logo meu desempenho escolar foi caindo. Fizeram muitas brincadeiras com fotos minhas que eles tiraram escondidas e colocavam nas redes sociais. Foi aí que entrei em uma depressão e não queria mais estudar”, lembra.

A jovem fala que, hoje em dia, tudo mudou. "Estou terminando minha faculdade e tenho vários amigos. Tudo que conquistei foi exatamente por tudo que aconteceu, nunca fiz ninguém ter dó de mim pelas situações. Pelo contrário, mostrei que foi uma fase que me deixou forte”.

A secretária de 54 anos Rosângela Muñoz sofreu bullying em sua infância por ser magra demais. “Hoje não sou mais magra, mas para uma criança esse tipo de comentário é muito pesado. Acho um absurdo uma criança ter de passar por isso no século XXI”.

 

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Existe bullying na Educação Infantil?


  Alguns podem achar que, por serem tão pequenas, crianças da Educação Infantil não se hostilizam, gerando atitudes conhecidas como bullying. No entanto, especialistas alertam que a conduta inadequada pode ocorrer nessa fase também


  Crianças pequenas brigam entre si, normalmente para disputar algo ou a atenção de alguém. Essa conduta faz parte e deve ser encarada com naturalidade – e tratada com o cuidado que merece, mostrando a importância do respeito e de se fazer acordos.
Mas, segundo Adriana Ramos, pesquisadora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), entrevistada pela revista Nova Escola, que publicou matéria sobre o tema, existem situações que saem da curva do que faz parte do desenvolvimento infantil.
São posturas agressivas e humilhantes com relação ao outro. Um exemplo: a criança de quatro anos, vez ou outra, faz xixi na calça porque não consegue segurar. Alguns coleguinhas dão um apelido vexatório para ela, riem quando o problema acontece, apontam e chamam a atenção dos demais para o fato. Isto é bullying.
A fase em que situações assim podem acontecer é próxima aos três anos, quando a criança já sabe que ela é diferente dos outros.
A escola pode evitar o problema ressaltando, desde a Educação Infantil, a importância do respeito mútuo como um valor fundamental. Uma criança que não gosta de outra, tem de saber que não pode humilhá-la e desrespeitá-la. Essa ideia precisa ser passada pelos educadores e cuidadores para que não se fomente comportamentos que persistam durante o desenvolvimento da criança.
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Palestra orienta educadores sobre as repercussões jurídicas do bullying nas escolas


      Advogado diz que os casos mais comuns são relacionados à aparência física do aluno, e que os educadores não podem se omitir e precisam comunicar todos os casos à direção da escola

           
    A palestra “Implicações jurídicas do Bullying na escola”, segundo o advogado Luiz Antônio Teixeira, idealizador do projeto, nasceu de um novo marco para a educação brasileira, a lei 13.185, que Institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, o popular Bullying.

 De acordo com o advogado, a ideia é orientar professores, diretores e pedagogos de escolas públicas e privadas sobre as novidades trazidas pela lei, suas obrigações e direitos nas relações com alunos, familiares, e colegas de trabalho.
O projeto das palestras nasceu no ano passado e foi uma ideia do próprio advogado, que é especialista em direito cível e penal. Segundo Luiz Antônio Oliveira, entre as obrigações definidas pela nova legislação está a necessidade de envio de relatórios mensais sobre os casos de bullying em cada escola, mas o advogado aponta falhas na lei que instituiu o programa.
Luiz Antônio Teixeira tem 27 anos de experiência na área e afirma que os casos de bullying mais comuns nas escolas dizem respeito à aparência física, em questões como a cor e o peso do aluno. Mas, o advogado diz que há situações em que o caso inicialmente não é interpretado como bullying, mas podem ser enquadrados na legislação. E há aqueles que dizem respeito, por exemplo, à sexualidade do aluno, e acabam sendo mais complicados de lidar no dia a dia.
O advogado ressalta que o interesse dos profssionais da educação foi tão grande, que a palestra, inicialmente programada para ter duas horas de duração, chegou a quase três. Luiz Antônio Teixeira diz que o educador não pode se omitir e precisa comunicar qualquer caso de bullying à direção da escola ou pode ser responsabilizado.

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segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Como lidar com um professor que está fazendo bullying ?


   Sinais a verificar no comportamento do seu filho em relação a professores que cometem bullying e como lidar com a situação

                                    Abordar sobre esse tema faz-me lembrar de momentos difíceis que passei na infância. Eu tinha duas professoras que praticavam bullying contra mim e alguns colegas. Lembro-me exatamente da vergonha e tristeza que sentia ao ser chamada de burra e de outros adjetivos grosseiros. Além de humilhar-nos na frente do restante da classe, elas deixavam claro quais eram seus alunos preferidos.

Graças a suas atitudes, passei a desenvolver aversão a duas das matérias que ensinavam e a ter um baixo rendimento nessas disciplinas. Futuramente, eu tive uma excelente e dedicada professora que me ajudou a recobrar o gosto por uma das matérias.
 A aversão que eu tinha pela outra findou somente quando eu era adulta. Eu passei esse tempo todo odiando uma matéria que passou a ser muito importante na minha vida adulta.
Segundo a Wikipédia, bullying é “é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.

A Doutora em Ciências da Educação, Cleo Fante, afirma: As consequências para as vítimas desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola, o déficit de concentração e aprendizagem, a queda do rendimento, o absentismo e a evasão escolar. No âmbito da saúde física e emocional, a baixa na resistência imunológica e na autoestima, o stress, os sintomas psicossomáticos, transtornos psicológicos, a depressão e o suicídio.”

Quando ouvimos falar sobre professores que ainda praticam bullying, sentimo-nos indignados e ao mesmo tempo impotentes.

Se aqueles que deveriam estar promovendo a paz e o respeito em sala de aula e protegendo nossos filhos contra essa covardia, são os agressores, o que esperar de seus alunos e de todo o ambiente escolar?


O bullying cometido por professores tem algumas semelhanças com o bullying entre pares. Também é um abuso de poder que tende a ser crônico e geralmente é expresso de forma pública.

 É uma forma de humilhação que gera atenção por degradar um aluno na frente dos outros. Com efeito, o bullying pode ser uma cerimônia pública de degradação em que as capacidades da vítima são rebaixadas e sua identidade é ridicularizada.”


o    Os alunos que sofrem bullying de professores, segundo o mesmo site, “ experienciam confusão, raiva, medo, dúvidas e profunda preocupação a respeito de suas competências acadêmicas e sociais. Não saber por que foi escolhido como alvo, ou o que precisa fazer para parar com o bullying, pode estar entre os aspectos mais estressantes de ser excluído e tratado de forma injusta.
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o    Com o passar do tempo, especialmente se ninguém intervier, o alvo pode passar a se culpar pelo abuso e assim ter um sentimento pervasivo de desesperança e desvalorização”.
o    O que fazer nesses casos? Que atitudes devem ser tomadas? Veja algumas sugestões:

o    1. Converse com os pais dos colegas de classe

o    Peça que verifiquem com seus filhos se eles presenciaram o bullying do professor contra seu filho ou contra outros colegas.

o    2. Tenha uma conversa esclarecedora com seu filho

o    a) Caso não haja testemunho de outros alunos,

o    tente saber a história toda novamente. Fale sobre os próximos passos que pretende dar, conversando com o professor e a diretoria da escola. Diga-lhe que são passos muito sérios e explique as consequências de acusar alguém injustamente. Se você notar consistência nas acusações de seu filho, prossiga.

o    b) Se houver provas,

o    Avise-o sobre os próximos passos que vai dar e diga que ele não precisa ter medo de sofrer retaliações. A criança precisa sentir-se segura sabendo que seus pais vão protegê-la.

o    3. Converse com o professor

o    Converse com o professor e veja o que ele tem a dizer. Se ele realmente praticou bullying contra seu filho, dificilmente confessará. No entanto, essa averiguação é necessária a fim de avançar com o caso.
o    Peça ao seu filho que vá relatando as atitudes do professor depois dessa conversa. Talvez ele melhore sua conduta e nada mais precise ser feito.

o    4. Converse com o diretor da escola

o    Se seu filho relatar outra agressão, esse é o próximo passo. Se foi constatado a prática do bullying lá no início, essa conversa deve ser imediata. Caso a diretoria não queira enxergar o problema (infelizmente, isso é comum), reúna as provas que conseguir.

o    5. Acompanhe as mudanças, quando houverem

o    Se a diretoria intervier no assunto, verifique (interrogando seu filho) se o comportamento do professor melhorou, e como está o clima em sala de aula. Se as coisas não mudarem ou progredirem muito pouco, convém conversar com a diretoria sobre a possibilidade de trocar o professor.
6 Reúna provas 
§  Se o problema persistir, solicite junto aos pais das crianças que testemunharam a agressão, a autorização para que sirvam de testemunha. Você pode dar um gravador ao seu filho e instruí-lo a fazer gravações. Algumas escolas proíbem que as aulas sejam gravadas, no entanto, em casos de bullying, essa será um prova importante a ser usada contra o agressor. Se necessário, converse com um advogado e peça uma autorização judicial para fazer tais gravações.

§  7. Se a instituição de ensino não tomar uma atitude, faça um boletim de ocorrência

§  Você já deu todas as chances necessárias para que uma mudança ocorresse, e nada aconteceu. Não se sinta constrangido em relatar o ocorrido às autoridades policiais. Reúna as provas e faça um boletim de ocorrência.
§  Os passos acima são meras sugestõespara casos de bullying em que a vítima não apresenta danos físicos nem psicológicos, ou seja, quando a agressão for identificada logo no início. Há casos graves de bullying em que uma intervenção policial faz-se necessária logo no início, e outros em que atitudes legais precisam ser tomadas. Faça o que julgar mais prudente, porém não deixe de agir. Faça isso pelo bem-estar físico e psicológico do seu filho. 

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