terça-feira, 1 de setembro de 2015

Aceitação testemunho de Jacqueline Rueda


                     Aceitação


       Eu faço parte dos 99,9% de mulheres que não esta satisfeita com o que vê no espelho – e nunca estaremos, essa é a realidade – mas como você lida com isso?

     A verdade é que estamos cada vez mais pressionados por um padrão de beleza que não existe. Um padrão irreal que se você não seguir, não se encaixar,  jamais será feliz na sua vida.
     Eu sempre tive baixa autoestima e me escondi por muitos e muitos anos. Sofri pressão por parte de familiares, “amigos” e desconhecidos que sempre me criticavam e diziam coisas ruins a meu respeito.
  Como se fosse necessário afundar mais quem já está quase se afogando. Eu sabia que não me encaixava; Via a todo momento na TV, revistas, filmes, internet etc.
 Passei por essa agressão verbal a minha adolescência inteira, bem na parte da vida em que estamos criando nossa autoestima e visão de mundo.
 Nunca sofri bullying, propriamente dito, pois eu sempre me defendi e colocava as pessoas no seu lugar. 
Eu fazia parte da turma bagunceira, zoava para não ser zoada (sad, but true). Sempre tive muitos colegas e nunca tive problemas para isso. Mas ainda sim eu me sentia triste e inferior a todo o restante das pessoas que eu convivia.
Fiz teatro, participei de corais, aulas de música, saia com amigos e tudo mais. Quem me via de fora não imaginava a tristeza que eu sentia por dentro. Porque sempre fui uma criança feliz.

 Também a vida inteira fiz tratamentos para emagrecer e muitas atividades físicas.

 Sim, todas que você imaginar eu já fiz. Fui em diversos nutricionistas, médicos e tudo mais.
Mas nunca consegui emagrecer de verdade.

  Meu problema com minha imagem sempre foi o meu peso.
Mas o post de hoje é para falar de todo e qualquer preconceito que vivemos nessa sociedade que estamos. Cabelos que não são loiros e lisos, cor da pele, altura, peso, dentes, óculos, roupas, classe social, opção sexual…
Tudo o que não for o “Padrão” e portanto NÃO ACEITO SOCIALMENTE.

  A pressão de não me encaixar nos padrões aceitáveis, juntamente com a pressão de escolher o que você quer fazer para o resto da sua vida – em que eu falhei miseravelmente – foram demais para mim naquele momento e a minha tristeza se tornou tão profunda que entrei em depressão. Não foi uma época legal. 
Dos meus 18 aos 20 anos eu fiquei em casa, apenas odiando todo o resto do mundo. Desejando e pensando muita merda e me xingando, odiando cada dia mais. Eu mal saia do meu quarto e pra mim tanto fazia estar viva ou morta.
Eu não falo disso para muita gente e talvez seja um choque para alguns que possam chegar a ler esse post, mas acho que é o momento certo de desabafar.
O importante é que essa fase passou. Eu consegui com a ajuda dos meus pais a sair dessa depressão que durou quase dois anos.
Minha mãe quase que literalmente me arrastou para fora de casa para trabalhar e ver que eu era capaz de fazer qualquer coisa. Porque eu me sentia totalmente inútil e desnecessária no mundo.
Trabalhei, comecei a me sentir melhor e comecei o curso de Publicidade na faculdade.

 Sai do emprego (a contragosto da minha mãe) em que eu estava pois percebi que aquilo era muito pouco para mim e estava me deixando triste de novo.

 Em Janeiro de 2011 comecei um estágio na área do meu curso de Publicidade e foi aí que tudo melhorou. Vi que era capaz de coisas que nem eu mesma imaginava e cada vez mais me sentindo melhor comigo mesma e com o mundo em que vivia. Recebi uma oportunidade que foi a que eu precisava para que eu pudesse voltar a acreditar em mim.

Hoje, em 2015, eu continuo fora dos padrões aceitos pela sociedade.

Mas sabe qual é a diferença da Jacqueline de 2005 para a Jacqueline de 2015?

 Hoje em dia eu realmente não me importo.
Nem com o que pensam de mim e nem com padrões que tentam me impor.

 Eu estou feliz com minha vida e com minha aparência. Quando eu me olho no espelho eu não tenho vontade de chorar.

 Eu percebo os meus defeitos (claro), mas eu vejo muito mais as minhas qualidades.
E isso faz toda a diferença. Nada é mais libertador do que se estar confortável sendo você mesma. Estando no seu próprio corpo.
Demorou muitoooooo tempo para eu conseguir me libertar dessas amarras que nos colocam. Eu não preciso ser do jeito que ninguém quer. Eu sou do jeito que eu sou e me amo por isso.
Eu sempre ouvi e ainda ouço muita merda das pessoas. Mas hoje em dia, eu simplesmente não me importo.
 Você não é obrigado a gostar de mim, mas é sim obrigado a me respeitar.

 E quando você se gosta e se aceita, deixa transparecer uma energia diferente que todo mundo percebe. Coisas boas acontecem e você é livre para ser você mesma; E isso basta, ser você é mais que o suficiente.

Portanto, não deixe que te oprimam, seja quem for. Encare o espelho de cabeça erguida. Independente do que você ver ali refletido, essa pessoa é única e especial.

Ninguém jamais será como você e você não precisa ter em sua vida alguém que não te trate bem e que não queira estar ali. Deixe ir. Pense positivoO mundo conspira a favor de quem pensa coisas positivas.

 Eu já estive do outro lado e sei quanto é difícil viver assim. Muitas vezes parece mais fácil acabar com todo o sofrimento de uma maneira rápida, mas isso não é verdadeiro.

 SEMPRE VALE A PENA LUTAR. Então LUTE POR VOCÊ!

   Viva por você e faça as coisas que gostaria de fazer, porque só se vive uma vez. E a vida passa rápido demais para se importar tanto com que os outros vão dizer ou pensar.

      Texto escrito pela Amiga Jacqueline Rueda
                Retirado do link  












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