Aceitação
Eu
faço parte dos 99,9% de mulheres que não esta satisfeita com o que vê no
espelho – e nunca estaremos, essa é a realidade – mas como você lida com isso?
A verdade é
que estamos cada vez mais pressionados por um padrão de beleza que não existe.
Um padrão irreal que se você não seguir, não se encaixar, jamais será
feliz na sua vida.
Eu sempre tive baixa autoestima e me escondi
por muitos e muitos anos. Sofri pressão por parte de familiares, “amigos” e
desconhecidos que sempre me criticavam e diziam coisas ruins a meu respeito.
Como se fosse necessário
afundar mais quem já está quase se afogando. Eu sabia que não me encaixava; Via
a todo momento na TV, revistas, filmes, internet etc.
Passei por essa agressão verbal a minha
adolescência inteira, bem na parte da vida em que estamos criando nossa
autoestima e visão de mundo.
Nunca sofri
bullying, propriamente dito, pois eu sempre me defendi e colocava as pessoas no
seu lugar.
Eu fazia
parte da turma bagunceira, zoava para não ser zoada (sad, but true). Sempre
tive muitos colegas e nunca tive problemas para isso. Mas ainda sim eu me sentia triste e inferior a todo o restante das
pessoas que eu convivia.
Fiz teatro,
participei de corais, aulas de música, saia com amigos e tudo mais. Quem me via
de fora não imaginava a tristeza que eu sentia por dentro. Porque sempre fui
uma criança feliz.
Também a vida
inteira fiz tratamentos para emagrecer e muitas atividades físicas.
Sim, todas
que você imaginar eu já fiz. Fui em diversos nutricionistas, médicos e tudo
mais.
Mas nunca
consegui emagrecer de verdade.
Meu problema
com minha imagem sempre foi o meu peso.
Mas o post
de hoje é para falar de todo e qualquer preconceito que vivemos nessa sociedade
que estamos. Cabelos que não são loiros e lisos, cor da pele, altura, peso,
dentes, óculos, roupas, classe social, opção sexual…
Tudo o que
não for o “Padrão” e portanto NÃO ACEITO SOCIALMENTE.
A pressão de não me encaixar nos padrões
aceitáveis, juntamente com a pressão de escolher o que você quer fazer para o
resto da sua vida – em que eu falhei miseravelmente – foram demais para mim
naquele momento e a minha tristeza se tornou tão profunda que entrei em
depressão. Não foi uma época legal.
Dos meus 18 aos 20 anos eu fiquei em
casa, apenas odiando todo o resto do mundo. Desejando e pensando muita
merda e me xingando, odiando cada dia mais. Eu mal saia do meu quarto e pra mim
tanto fazia estar viva ou morta.
Eu não falo
disso para muita gente e talvez seja um choque para alguns que possam chegar a
ler esse post, mas acho que é o momento certo de desabafar.
O importante
é que essa fase passou. Eu consegui com a ajuda dos meus pais a sair dessa
depressão que durou quase dois anos.
Minha mãe
quase que literalmente me arrastou para fora de casa para trabalhar e ver que
eu era capaz de fazer qualquer coisa. Porque eu me sentia totalmente inútil e
desnecessária no mundo.
Trabalhei,
comecei a me sentir melhor e comecei o curso de Publicidade na faculdade.
Sai do
emprego (a contragosto da minha mãe) em que eu estava pois percebi que aquilo
era muito pouco para mim e estava me deixando triste de novo.
Em Janeiro
de 2011 comecei um estágio na área do meu curso de Publicidade e foi aí que
tudo melhorou. Vi que era capaz de coisas que nem eu mesma imaginava e cada vez
mais me sentindo melhor comigo mesma e com o mundo em que vivia. Recebi uma
oportunidade que foi a que eu precisava para que eu pudesse voltar a acreditar
em mim.
Hoje, em
2015, eu continuo fora dos padrões aceitos pela sociedade.
Mas sabe
qual é a diferença da Jacqueline de 2005 para a Jacqueline de 2015?
Hoje
em dia eu realmente não me importo.
Nem
com o que pensam de mim e nem com padrões que tentam me impor.
Eu estou
feliz com minha vida e com minha aparência. Quando eu me olho no espelho eu não
tenho vontade de chorar.
Eu percebo
os meus defeitos (claro), mas eu vejo muito mais as minhas qualidades.
E isso faz
toda a diferença. Nada é mais libertador do que se estar confortável sendo você
mesma. Estando no seu próprio corpo.
Demorou muitoooooo tempo para eu conseguir me libertar dessas
amarras que nos colocam. Eu não preciso ser do jeito que ninguém quer. Eu sou
do jeito que eu sou e me amo por isso.
Eu sempre ouvi e ainda ouço muita merda das pessoas. Mas hoje em dia, eu
simplesmente não me importo.
Você não é obrigado a gostar de mim, mas é sim
obrigado a me respeitar.
E quando você se gosta e se aceita, deixa transparecer uma
energia diferente que todo mundo percebe. Coisas boas acontecem e você é livre
para ser você mesma; E isso basta, ser você é mais que o suficiente.
Portanto, não deixe que te
oprimam, seja quem for. Encare o espelho de cabeça erguida. Independente do que
você ver ali refletido, essa pessoa é única e especial.
Ninguém jamais será como você e
você não precisa ter em sua vida alguém que não te trate bem e que não queira
estar ali. Deixe ir. Pense positivo. O mundo
conspira a favor de quem pensa coisas positivas.
Eu já estive do outro lado
e sei quanto é difícil viver assim. Muitas vezes parece mais fácil acabar com
todo o sofrimento de uma maneira rápida, mas isso não é verdadeiro.
SEMPRE
VALE A PENA LUTAR. Então LUTE POR VOCÊ!
Viva por você e faça as coisas
que gostaria de fazer, porque só se vive uma vez. E a vida passa rápido demais
para se importar tanto com que os outros vão dizer ou pensar.
Texto escrito pela Amiga Jacqueline Rueda
Retirado do link
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