História linda de
superação, perseverança e força
Criação
do primeiro livro, ainda na máquina de escrever, demorou 5 anos. Hoje, com
teclado do computador adaptado, ela prepara outros dois livros.
Tetraplegia
Ana Cris Ferreira, de Campos dos Goytacazes, no Norte Fuminense, não tirou dela
um sonho que carregava desde a infância: escrever os próprios livros. Aos 54
anos, ela conta que conseguiu chegar ao quarto livro publicado teclando com a
língua.
O
primeiro, feito ainda na máquina de escrever, aos 28 anos, demorou cinco anos
para ficar pronto. Para publicar a obra, contou com a ajuda de doações. Com o
sucesso nas vendas, a escritora conseguiu adquirir um computador, adaptou o
teclado, publicou outros três livros e, para 2015, mais dois estão sendo
preparados.
Ana, que atualmente reside em Niterói, no Rio
de Janeiro, tem uma mobilidade que não permite um controle completo dos
movimentos, além de ter a voz um pouco distorcida. De acordo com a escritora, a
sequela surgiu no nascimento.
"Passei da hora de nascer. Então, faltou
oxigênio no meu cérebro. O médico disse que eu não passaria dos 4 anos de
idade. A maioria confunde esse tipo de deficiência com a deficiência
intelectual, por causa da parte motora", destacou Ana Cris.
"Não sou apenas escritora, sou formada em Pedagogia,
Psicopedagogia, tenho curso de espanhol. Ser escritora é uma forma de explicar
como uma pessoa com a sequela de paralisia cerebral vive, tem suas dificuldades
passa por muitos preconceitos, mas com oportunidade pode 'ser alguém'! Ser
escritora é a oportunidade de ser porta-voz daqueles colegas que possuem a
mesma sequela", declarou a escritora.
Nos livros
publicados, Ana Cris escreve sobre superação e a inclusão de pessoas com deficiência.
O título de sua primeira obra, “AnAlfaBeta”, escrita na antiga máquina de
escrever elétrica, surgiu depois que, ao tirar o documento de identidade, no
lugar da assinatura, veio carimbada a palavra “analfabeta”.
Já com o
computador, ela conseguiu a segunda publicação, “Transformação”, em que narra
sua luta incessante, concentrada num ponto: ser uma pessoa.
Em “Lesão
Cerebral, Superando os Obstáculos do Dia a Dia”, a escritora explica que uma
pessoa com paralisia cerebral, independentemente da sua sequela, pode ser,
dentro do possível, uma pessoa cognitivamente normal.
Já em “A
Inclusão na Prática, Respeitando a Diferença”, a autora esclarece sobre o tema
com palavras simples, diretas e objetivas aos profissionais das áreas de
educação e saúde, e também às famílias de pessoas com lesão cerebral. No livro
ela conta sua experiência de vida e formação profissional.
“Se nós tivermos oportunidades,
sensibilidades e acessibilidades, poderemos ter uma vida, na medida do
possível, dentro do normal”, declarou Ana Cris.
Os custos
para publicar os livros ficaram por conta da escritora, mas ela ainda contou
com alguns apoiadores e amigos. Outro fato interessante é que Ana utiliza nas
capas de suas obras uma borboleta, que a autora considera símbolo de transformação.
Projetos
futuros
Ana se prepara para escrever mais dois
livros. A ideia, segundo ela, é fazer algo para o público infanto-juvenil e
outro ligado à sexualidade da pessoa com deficiência. Os temas estão na fase da
pesquisa para que depois as obras comecem a ser escritas.
“O livro
infanto-juvenil será de vocabulário bem fácil. Uma das personagens será uma
criança com paralisia cerebral, ou seja, a minha história.
Quero
passar para as pessoas como é tornar o impossível em possível. Mostrar que a
realização de um sonho é fruto do esforço de cada um.
Além de
escritora, também sou palestrante e desenvolvo o tema ‘Como lidar com seu aluno
com paralisia cerebral’. Ministro para professores, diretores e coordenadores
de escolas”, destacou Ana Cris, que também é graduada em pedagogia e
pós-graduada em psicopedagogia.
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