Beatriz Martins conta como o
remédio para emagrecer transformou a jovem goiana Carol, que faleceu em
decorrência da busca pelo corpo perfeito
O momento é
de dor para a família de Beatriz Martins e Carlos Alberto Moura (presidente do
Sindicato da Construção Civil, Sinduscon), pais da estudante Carolina Martins
Moura, a Carol, que faleceu em Uberaba.
A mãe escreveu uma bela e
dolorosa carta (que serve como alerta), que publicou no Facebook.
Perdi minha filha para a sibutramina
Quem
conhecia a Carol sabe que ela era o sinônimo de festa e amigos. Não somente a
festa de balada, era festa quando chegava em qualquer lugar trazendo sua
alegria contagiante.
Toda
essa alegria hoje ficou na saudade de todos que a conheceram. Como ela tinha
amigos! São vários amigos e ela adorava todos e se preocupava com seus
problemas.
Sofria
quando via o próximo precisando de algo e não podia fazer nada, mas ela sempre
procurava uma solução, ia atrás e quase sempre resolvia. Ela era cheia de vida,
e planos, não parava um segundo.
Infelizmente tudo isto não bastou para
ela. Ela não estava satisfeita com seu corpo, que, como carinhosamente disse o
amigo do meu filho, “era cheio de curvas”, ela se achava sempre acima do peso e
começava as metas de perder peso: academia, comer menos, etc.
Anos atrás, ela usou medicamento para
emagrecer, viu que não fez bem, veio até mim e se abriu. Ela não podia fazer
uso desse tipo de remédio, pois tinha pressão alta, então desistiu, pois viu
que não estava fazendo bem. Fiquei tranquila e achei que ela nunca mais fosse
fazer uso deste veneno.
Infelizmente,
não sei o porquê ela voltou a tomar… Não sei precisar quando, mas pelo menos há
1 semana antes de sua morte fatal de acordo com os relatos que me contaram .
Notei
ao falar com ela ao telefone que ela estava um pouco agressiva na terça-feira,
mas, como ela tinha uns rompantes de mau humor, pensei: “Hoje quem passar na
frente da Carol vai levar uma tacada”. Respeitei seu mau humor naquele dia como
se fosse um ato normal, mas não, já eram os efeitos da sibutramina e nem
desconfiei.
Os efeitos colaterais deste medicamento
nela foram fatais: mau humor, alucinações e creio que depressão, pois ela fez
uso abusivo um dia antes de sua morte e como procurou socorro muito tarde não
foi possível fazer a lavagem, somente aplicação de soro para reidratar o
organismo, ela foi liberada pelo hospital para ir para casa.
Então
ela me ligou às 5 da manhã com alucinações, naquele momento eu não podia fazer
nada, pois estava em Goiânia e ela em Uberaba, disse a ela para fazer uma
oração com a sua avó, ela tinha uma certa mediunidade que ela não gostava,
tinha medo de desenvolver.
Liguei novamente às 6 e perguntei como ela
estava , falou que tinha acordado a avó mas que ainda estava ouvindo alguém
conversar na sala… Seu tio foi lá vê-la e como era médico viu que ela estava
sob efeito de medicamento e, pressionando-a, ela contou o que havia acontecido
no dia anterior.
Seu
tio orientou que ela tomasse bastante líquido e que alguém ficasse com ela.
Ligou para meu marido e pediu que nós a buscássemos em Uberaba porque ela
estava precisando de ajuda. Infelizmente não chegamos a tempo de impedir que
ela cometesse o ato fatal.
Tenho
certeza que ela não queria partir, era cheia de vida e planos futuros, estava
muito feliz em Uberaba e falava isso para todos de coração aberto. Estava
decorando seu quarto na casa da avó que a acolheu com o carinho e zelo de
sempre.
Tenho
certeza no meu coração que se ela não estivesse sob efeito da sibutramina nada
disso estaria sendo vivido hoje.
Ela
não tomaria o excesso de comprimidos que tomou e nem teria perdido a vida num
rompante de alucinação.
Agora a pergunta que fica: COMO ELA
CONSEGUIU ESTE MEDICAMENTO??? Tenho certeza que não foi prescrição médica, pois
o histórico de saúde dela não permitiria o uso.
Fica um alerta aqui a todos que fazem
uso indiscriminado deste medicamento, a todos que vendem na internet “o
restinho que sobrou“, e aos laboratórios milagrosos que os vendem no mercado
negro.
É a cultura da magreza, do corpo
perfeito que predomina no nosso país. O limite da perca de peso tem que ser
natural, nosso organismo tem um limite e todos temos uma estrutura óssea
pré-definida.
Quanta
loucura tudo isso! O que me dói é ver a vida da minha filha ceifada desta
forma, se ela não tivesse conseguido este medicamento sei que ela estaria
comigo aqui no dia 12 de outubro como havia programado.
Por
isso meu coração não está confuso, está dolorido, dilacerado de saudade e amor,
mas estou certa de que nada faltou para a Carol neste breve tempo que ficou
conosco, não carrego a culpa de dizer: “o que deixei de fazer por ela?”, pois
fiz tudo que sempre esteve ao meu alcance e ela sabe disso, éramos não somente
mãe e filha, mas infinitamente amigas. SAUDADES ETERNAS…
Retirado do link
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